Há alguns dias atrás foi atrás foi solicitado que cada um dos colaboradores do Patativa escrevesse um texto sobre o goleiro Marcos, do Palmeiras, que acabava de anunciar a sua aposentadoria. Relutei. Tenho problemas com esse tipo de exercício de redação desde os tempos do colégio. Gosto do tema livre. A encomenda sempre trava a caneta ou o dedilhar do teclado. Realmente não gosto. Além do mais, não tinha nada para escrever sobre o mítico goleiro palestrino. Iria acabar exagerando na tinta e semeando algumas inimizades entre os palmeirenses. Ou pior, cairia no buraco do samba exaltação. Algo que, convenhamos, seria desnecessário e injusto com a trajetória profissional do Marcos.
Espeto! Sei lá, poderia lembrar de algum lance que marcou a carreira do arqueiro palmeirense, uma defesa qualquer para a posteridade, um lance apenas. Poderia dar uma de Nelson Rodrigues nas “Sombras das Chuteiras Imortais”. Quem sabe o pênalti defendido na semi-final da Libertadores, contra o Corinthians? Foi um lance inesquecível para quem acompanha futebol. Melhor não. Soaria como provocação aos meus amigos corintianos. Ninguém ia entender isso como uma homenagem.
Pensei, então, naquela pausa para um cafezinho durante o jogo contra algum time boliviano. Foi engraçado, mas, não sei se seria uma boa lembrar esse momento. Afinal, no jogo de volta os bolivianos, com os pulmões cheios de oxigênio e sede de vingança, aplicaram uma verdadeira surra no Palmeiras e o Marcão tomou gol de tudo quanto foi jeito. Lembrar dessa história poderia desagradar os palmeirenses. Nem me atrevo.
E a Copa do Mundo? Bingo! O Marcos era o goleiro da conquista do penta, em 2002, não é verdade? Puxa vida, mas foi justamente o Mundial que eu não assisti, por causa do fuso horário, por um ressentido desinteresse pelo futebol naquela ocasião e por uma dor de corno que fazia até a Copa perder a cor. Assim fica difícil escrever.
Deve ter alguma coisa, afinal, se não houvesse os torcedores palestrinos não fariam tantas homenagens nos últimos dias. Até procissão teve. Pode ser que tenha a ver com o fato de o Marcos não ter abandonado o clube, nem na segundona. E olha que isso, sim, é um feito. É como o sujeito perder casa, carro, emprego e a mulher continuar ali, do lado, parceira, seguindo a risca o juramento feito na igreja “na saúde e na doença”. Não deve ser só por isso, pois, outros caras também ficaram no time, seja por apreço ou por falta de opção e ninguém vai fazer procissão pra eles.
O Marcos não era um super-goleiro, aquele cara frio, infalível. Pra falar a verdade ele estava mais para Valdir Peres do que pra Lev Yashin. Era um goleiro que cometia falhas, sim. Não era daqueles que tomava um frango e culpava a luva, a bola ou o gramado. Mas, a exemplo do Valdir, costumava fechar o gol nas grandes partidas, virava um gigante. Talvez tenha sido essa característica que aproximou-o do torcedor. O camarada nas arquibancadas percebia que podia confiar. Sei lá, pode ser que eu esteja querendo achar poesia onde não tem. Aridez criativa dá nisso!
Assisti em algum desses programas esportivos alguém ressaltando a simplicidade do Marcos, a sua autenticidade ou algo assim. Acho que esse pode ser o mote pro texto. Peraí, no atual futebol, autenticidade pode ser um problema no vestiário. O jogador da era midiática não gosta de sinceridade e nem de pitos em rede nacional. E, pra falar a verdade, não sei se simplicidade é qualidade de boleiro.
Desisto, amigos! Se estivesse no vestibular já teria tocado a campainha e o bedel estaria recolhendo as provas. Falhei nessa missão. Não consegui escrever nada realmente significativo a respeito do goleiro Marcos e de sua aposentadoria. Deixa pra uma próxima oportunidade.
Espeto! Sei lá, poderia lembrar de algum lance que marcou a carreira do arqueiro palmeirense, uma defesa qualquer para a posteridade, um lance apenas. Poderia dar uma de Nelson Rodrigues nas “Sombras das Chuteiras Imortais”. Quem sabe o pênalti defendido na semi-final da Libertadores, contra o Corinthians? Foi um lance inesquecível para quem acompanha futebol. Melhor não. Soaria como provocação aos meus amigos corintianos. Ninguém ia entender isso como uma homenagem.
Pensei, então, naquela pausa para um cafezinho durante o jogo contra algum time boliviano. Foi engraçado, mas, não sei se seria uma boa lembrar esse momento. Afinal, no jogo de volta os bolivianos, com os pulmões cheios de oxigênio e sede de vingança, aplicaram uma verdadeira surra no Palmeiras e o Marcão tomou gol de tudo quanto foi jeito. Lembrar dessa história poderia desagradar os palmeirenses. Nem me atrevo.
E a Copa do Mundo? Bingo! O Marcos era o goleiro da conquista do penta, em 2002, não é verdade? Puxa vida, mas foi justamente o Mundial que eu não assisti, por causa do fuso horário, por um ressentido desinteresse pelo futebol naquela ocasião e por uma dor de corno que fazia até a Copa perder a cor. Assim fica difícil escrever.
Deve ter alguma coisa, afinal, se não houvesse os torcedores palestrinos não fariam tantas homenagens nos últimos dias. Até procissão teve. Pode ser que tenha a ver com o fato de o Marcos não ter abandonado o clube, nem na segundona. E olha que isso, sim, é um feito. É como o sujeito perder casa, carro, emprego e a mulher continuar ali, do lado, parceira, seguindo a risca o juramento feito na igreja “na saúde e na doença”. Não deve ser só por isso, pois, outros caras também ficaram no time, seja por apreço ou por falta de opção e ninguém vai fazer procissão pra eles.
O Marcos não era um super-goleiro, aquele cara frio, infalível. Pra falar a verdade ele estava mais para Valdir Peres do que pra Lev Yashin. Era um goleiro que cometia falhas, sim. Não era daqueles que tomava um frango e culpava a luva, a bola ou o gramado. Mas, a exemplo do Valdir, costumava fechar o gol nas grandes partidas, virava um gigante. Talvez tenha sido essa característica que aproximou-o do torcedor. O camarada nas arquibancadas percebia que podia confiar. Sei lá, pode ser que eu esteja querendo achar poesia onde não tem. Aridez criativa dá nisso!
Assisti em algum desses programas esportivos alguém ressaltando a simplicidade do Marcos, a sua autenticidade ou algo assim. Acho que esse pode ser o mote pro texto. Peraí, no atual futebol, autenticidade pode ser um problema no vestiário. O jogador da era midiática não gosta de sinceridade e nem de pitos em rede nacional. E, pra falar a verdade, não sei se simplicidade é qualidade de boleiro.
Desisto, amigos! Se estivesse no vestibular já teria tocado a campainha e o bedel estaria recolhendo as provas. Falhei nessa missão. Não consegui escrever nada realmente significativo a respeito do goleiro Marcos e de sua aposentadoria. Deixa pra uma próxima oportunidade.
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