quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Marcos... Uma carreira vitoriosa!


Eterno ídolo palmeirense, o agora ex-goleiro Marcos se despediu do futebol. Em sua última entrevista coletiva, como atleta, se mostrou emocionado e agradecido por tudo que ajudou a conquistar dentro do clube e para os torcedores palestrinos. Carreira marcada não só pelos inúmeros títulos conquistados, mas também por ser sempre sincero e transparente em suas entrevistas, o que causava uma mistura de admiração e desconforto em seus companheiros de clube.

Foram 20 anos de carreira, chamando a responsabilidade nos bons e maus momentos da equipe. Cobrando seus colegas e manifestando sua insatisfação a quem quisesse ouvir, principalmente os jornalistas, havidos por declarações de impacto:

"Minha marca no futebol? Eu sei lá? Me identifiquei com a torcida do Palmeiras eu acho. Muitas vezes falei besteiras, coisas que não devia falar, e acabei dando entrevistas ótimas para vocês (jornalistas) e péssimas para mim. Só que eu sempre fui eu, o Marcos. Nunca vim com discurso pronto e sempre falei tudo o que meu coração mandava". Disse Marcos, reconhecendo que nem sempre foi bem em suas entrevistas.

"É, eu dava boas entrevistas. Tinham umas que eu assistia depois, que me davam problemas, mas eu dormia tranquilo. Às vezes questionam que eu cobrava o time, mas eu sempre cobrava durante a semana, ninguém fazia a coisa certa e eu tinha que explicar o que o cara fazia?" Falou Marcos, gerando risadas nos presentes a entrevista.

"Olha, eu tive que pedir muita desculpa. É difícil viver muito tempo no clube e ser simplesmente profissional. É difícil não gostar, não ter amor. Sempre cobrei muito isso dos jogadores, a gente representa 15 milhões de torcedores. Eu cobrava que fossem iguais a mim, mas todo mundo tem direito de ser diferente", declarou Marcos, bastante emocionado ao falar de seu clube de coração.

Marcos é um dos poucos exemplos do futebol atual, de amor a camisa. Mesmo depois do reconhecimento e sucesso, continuou no mesmo clube por 20 anos. Nos maiores títulos conquistados pelo Palmeiras, o goleiro estava presente: campeão brasileiro em 1993 e 1994, e foi um dos maiores responsáveis pelo título inédito da Libertadores da América em 1999. Já para a torcida, o amor se tornou ainda maior na edição seguinte do torneio sul americano, quando desclassificou o arquirrival Corinthians na semifinal da Libertadores. O “Santo” defendeu um pênalti cobrado por Marcelinho Carioca, levando a equipe a disputar a decisão de 2000. O time acabou ficando com o vice-campeonato.

O ex-goleiro também se tornou ídolo brasileiro em 2002, quando foi peça fundamental do pentacampeonato na Alemanha, principalmente no jogo final contra os donos da casa, com defesas marcantes. Seu desempenho gerou interesse em equipes europeias, como o Arsenal, que pediu sua contratação. Mas Marcos rejeitou a proposta, preferindo atuar na equipe palestrina, mesmo após o rebaixamento para serie B do campeonato brasileiro de 2003. Fato esse que ocasionou em uma idolatria ainda maior por parte dos torcedores palmerenses.

Mas nem tudo foi sucesso na carreira de Marcos, que no fim da década de 90 e começo de 2000, começou a conviver com dores devido as lesões decorrentes. Alguns vexames como a goleada sofrida em 2003 na Copa do Brasil, em pleno Palestra Itália, para o Vitória, também marcaram os seus anos de clube. Mas o atleta nunca se abateu e continuou firme em suas atuações, o transformando em um mártir palmeirense.

O último titulo conquistado foi o Campeonato Paulista de 2008 e de lá para cá, alternou a titularidade com bons e regulares desempenhos. Marcos é pessoa singular no mundo do futebol, suas atitudes dentro e fora do campo o tornaram atleta idôneo e respeitado por todos os amantes do esporte, independente do seu clube de coração.

FICHA TÉCNICA

Nome: Marcos Roberto Silveira Reis
Posição: Goleiro
Cidade de nascimento: Oriente (SP)
Nascimento: 4 de agosto de 1973
Altura: 1,93 m
Camisa preferida: 12
Jogos pelo Palmeiras: 530
Jogos pela Seleção Brasileira: 29
Clubes: Palmeiras
Títulos: Campeonato Brasileiro (1993 e 1994); Campeonato Paulista (1994, 1996 e 2008); Copa do Brasil (1998); Copa Mercosul (1998); Copa Libertadores (1999); Torneio Rio-São Paulo (2000); Copa dos Campeões (2000); Campeonato Brasileiro Série B (2003).
Pela Seleção: Copa América (1999); Copa do Mundo (2002) e Copa das Confederações (2005)

Um comentário:

Cesar Augusto disse...

Homenagem merecida do torcedor. Espero que a Diretoria não dê um migué e faça uma bela festa de despedida. Pode até demorar, nem tanto quanto aquela aquela do Ademir da Guia, mas, faça!