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Abrindo a temporada 2012: Alguns meses de férias do futebol faz um bem danado. Olha que não estou achando ele tão ruim assim. “Casado” e “Solteiro” de final de ano foi um espetáculo. O melhor jogo foi do Zico, em pleno Morumbi. Mas teve de tudo, para qualquer gosto. Por enquanto apenas naquela ladainha da troca de jogadores. Ai que eu entro no velho pessimismo dos anos anteriores: se a maior contratação do futebol brasileiro pode ser o Montillo, estamos numa situação intrigante.
Montillo é um bom jogador, cairia como uma luva para o Corinthians que quer ser campeão de uma Libertadores. Um meia daqueles antigos, mas que na antiguidade dos anos 80 seria um bom reserva de qualquer meia amador. Mas em épocas como essas, onde não vemos nenhum jogador brilhando, ele é uma ótima contratação. Não pelo valor, nem pela perda de tempo com essa novela; ele é bom, mas nem tanto. e com esse exemplo que vemos que o mercado da bola tem uma característica diferente dos anos anteriores: não tem o que comprar e não se tem dinheiro para gastar.
Não é somente o Corinthians que está passando por dificuldades para fortalecer o time. Um dos grandes em São Paulo, que precisa urgentemente de mudanças em sua equipe, o Palmeiras quase se vangloriou pela contratação do Carlos Alberto. Realmente um craque, mas apenas na teoria. Na prática ele cria muita confusão por onde passa (fora e dentro de campo), passando a ser um jogador apagado nas últimas equipes por onde passou. No Palmeiras o problema não é apenas dinheiro (apesar de ser o motivo mais importante), mas quem contratar. A melhor contratação do São Paulo é o volante do Cruzeiro, segundo os jornalistas.
Tanto isso é verdade que pela primeira vez na história os jogadores destaques no campeonato brasileiro prefeririam continuar jogando no Brasil a irem para Europa. Os mercados em crise, o mundo em crise; não é hora de mandar grandes volumes para os clubes dos países em desenvolvimento. Fabinho quer jogar pelo Corinthians, Neymar preferiu mais um longo período no Santos. Lucas e Dedê no São Paulo e no Vasco. Neymar não foi por que não querem pagar ou por que não podem pagar? Dúvida cruel para o nosso “sem estrelas futebol brasileiro”.
Ainda temos a tão sonhada “competição dos garotos do futuro”. São milhares de jovens que passam pela Copa São Paulo. Mas será que a competição serve mesmo para nos revelar grandes craques? Ouço as reportagens falando sobre a copinha com o mesmo apelo de marketing “de onde saíram grandes nomes do futebol, como tal e tal e tal”. Esses tais, sempre são os mesmos.
Mas vamos com calma e sem a amargura dos outros anos. Quem sabe minhas previsões estejam tão erradas a ponto de se tornarem ridículas? Afinal estamos a véspera de Copa do Mundo, estamos todos conscientes de quem as mudanças no futebol são necessárias. Estamos todos muito motivados com a partida do Barcelona, que acabou se tornando o modelo utópico do futebol moderno (utópico para alguns clubes que ainda pensam no futebol de forma arcaica).
E com tudo isso eu pergunto: quando iremos recuperar o futebol brasileiro? O que será necessário para que dirigentes, treinadores, mídia e torcedores comecem a pensar no futebol brasileiro como ele realmente deve ser: maravilhoso.
Os Maias estão chegando, temos que correr hoje contra o tempo.
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Um comentário:
Concordo em gênero, número e grau com o texto. Acho que alguns clubes até tem dinheiro para contratar, mas, sempre resta a pergunta. Quem? O São Paulo, por exemplo, alardeou 5 contratações no final do ano. Podem ser considerados reforços? Só o futuro dirá, mas, existe algo muito errado quando a maior contratação do ano é um volante "guerreiro".
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