Patativa da Bola
Textos sobre futebol e outros esportes
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Governança Esportiva: A elitização das conquistas
Acabo de ver uma reportagem sobre a saúde financeira dos clubes brasileiros. Palmeiras e Flamengo aparecem no topo da lista, respectivamente. Parte desse processo segue a ideia de uma boa gestão administrativa e de financiamentos. Tem um lado positivo desse estudo que é mostrar o quanto a profissionalização do futebol pode gerar riqueza, grandes times e consequentemente conquistas. Do lado negativo, essa puxada para o topo dos dois cubes trará uma elitização da festa, restando aos dois clubes as maiores e melhores conquistas.
É fato que o futebol não é matemática, mas também é fato que as melhores peças se movem melhor no tabuleiro. As chances de uma onipresença nacional dos dois clubes jogará para o limpo a ideia de que o Brasileirão começa com cinco ou seis potenciais candidatos ao título.
A pesquisa mostra uma situação preocupante, mas não tão desastrosa de Corinthians e São Paulo. O primeiro, nas últimas décadas, não desapontou na questão dos títulos, mas não podemos deixar de lembrar que tal feito deve-se muito mais a competência do gerenciamento do esporte, considerando treinadores e afins, que propriamente uma ótima questão financeira.
O resultado da pesquisa não mostra efetivamente o risco do negócio e, apesar de se mostrarem rentáveis, o quão são sólidos. O futebol no mundo é um grande negócio, no Brasil ele é mal trabalhado, pela incompetência dos seus dirigentes, em muitos casos, e pela dependência de uma fonte de renda que não exige uma contrapartida, ou seja, a televisão paga e com isso prende o devedor. No caso do Palmeiras, essa amarra foi colocada à prova, visto a dura negociação do clube com a Globo.
Se o futebol continuar desse modo, a gestão de Palmeiras e Flamengo trará para o centro da discussão a divisão entre Barcelona e Real Madrid, como na Espanha; restando aos outros candidatos atrapalharem menos ou mais a competição, cabendo aos clássicos regionais uma disputa isolada, dando a única chance do time de menor investimento caçoar do adversário.
Palmeiras e Flamengo estão trazendo um novo futebol para o país, resta saber se para os outros clubes será o fim ou o começo de uma Nova Era.
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sexta-feira, 21 de junho de 2019
A rede social do Boteco
Faço minha corrida matinal. Todos os dias, com frio ou com chuva. Não é bem uma corrida, é uma caminhada daquelas de soar a camisa e tirar o peso morto do excesso da janta. Nos nos excedemos em quase tudo, mas não percebemos. Então, como estamos no inverno eu resolvi sair de casa um pouco mais tarde, já era quase onze da manhã. Passo na frente da padaria e algum movimento. No bar do Seu Geraldo eu vejo duas pessoas. Um bar aberto aquela hora não era nada de se espantar. Seu Geraldo sai correndo de dentro do bar e vai até a porta do estabelecimento, ele grita meu nome bem alto:
"Preciso que você dê um recado ao seu irmão!.
"Faz tempo que eu não vejo meus irmãos"
"Se você encontrar o Miguel, não deixe de dar um recado à ele. Diga que o negócio aqui está feio e que eu estou precisando de dinheiro".
"Só que está precisando de dinheiro? É esse o recado?"
"Isso mesmo, ele vai entender".
Eu me despeço e pronto para continuar minha rotina, ele novamente puxa assunto. Eu tenho muito respeito pelo Seu Geraldo, por isso não queria sair assim, sem dar muita atenção. Lembro de quando era pequeno e ia comer ovo colorido naquele bar. Antigamente bar era coisa de família, onde os velhos aposentados e os jovens desiludidos se encontravam para falar de futebol. Hoje não se fala mais sobre futebol, se fala sobre a vida dos jogadores. Você viu aquele carro de fulano? Viu a esposa de sicrano? Viu a mansão de beltrano? Seu Geraldo me segura pelo braço, amigavelmente.
"Vai ver o jogo hoje?"
"Não ligo mais para futebol. Assisto quando não tenho nada para fazer, mesmo assim, quase sempre eu durmo no meio da partida".
"Não é possível você dormir no meio de uma partida".
"Ando muito cansado, Seu Geraldo".
"Venha hoje aqui, vamos queimar uma carne".
"Pode ser".
"Andrade que vai bancar, ele trouxe oito quilos de carne. Tem frango, tem linguiça e tem um pedaço de picanha. Picanha ele disse que é para o final".
"Obrigado pelo convite".
"A bebida é por sua conta".
Pronto para continuar minha caminhada, ele continua o assunto do futebol, não deixando de lembrar que eu tenho um compromisso com ele, o de dar o recado para meu irmão:
"Da última vez tinha umas quarenta pessoas aqui. Seu irmão saiu meio tonto, vai ver que e por isso que ele esqueceu de acertar a cerveja e as caipirinhas".
"Eu darei o recado",
"Hoje é o Brasil, por isso do churrasco".
"Entendo"
"Você gosta do trabalho do Tite? Dizem que ele é retranqueiro. Eu não sei, acho que ele faz um bom trabalho. Olha só o que ele tem na mão, rapaz!"
"Os tempos são outros".
"Contra a Venezuela foi horrível, mas não faltou vontade".
"Vi um pedaço do jogo. Perderam muitos gols, né"
"Se fosse o Romário"
"Os tempos são outros".
"E esse lance com o Neymar? Puta que o pariu, como o cara se envolve com uma mulher assim?"
Eu estava com meu treino atrasado e entrar num assunto que eu não tenho a menor condição de opinar só seria mais constrangedor.
"Ele faz falta, não faz?"
"Não tenho opinião. Ele não fez muito pela seleção até agora".
"Não? Como, não?"
A pior sensação de acordar tarde é saber que o bar estará aberto?
"Não tem ninguém melhor que ele no mundo. Veja só o Messi, o quê ele fez?"
"O senhor razão".
"Vai ver hoje, vai ser um jogo difícil, não tenho menor dúvida que se Neymar estivesse em campo iríamos golear. Tínhamos goleado também a Venezuela".
"Bom, vou andando..."
"Não esquece o seu irmão"
"Lembrarei do recado".
"E venha hoje.. vai ser bom você falar com seus amigos... desde as eleições você anda sumido".
"Virei".
Nunca se sabe se conversar muito sem dizer nada é o mal da humanidade, mas tenho certeza que passar na porta do bar logo pela manhã é uma das coisas mais inúteis que podemos fazer.
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"Preciso que você dê um recado ao seu irmão!.
"Faz tempo que eu não vejo meus irmãos"
"Se você encontrar o Miguel, não deixe de dar um recado à ele. Diga que o negócio aqui está feio e que eu estou precisando de dinheiro".
"Só que está precisando de dinheiro? É esse o recado?"
"Isso mesmo, ele vai entender".
Eu me despeço e pronto para continuar minha rotina, ele novamente puxa assunto. Eu tenho muito respeito pelo Seu Geraldo, por isso não queria sair assim, sem dar muita atenção. Lembro de quando era pequeno e ia comer ovo colorido naquele bar. Antigamente bar era coisa de família, onde os velhos aposentados e os jovens desiludidos se encontravam para falar de futebol. Hoje não se fala mais sobre futebol, se fala sobre a vida dos jogadores. Você viu aquele carro de fulano? Viu a esposa de sicrano? Viu a mansão de beltrano? Seu Geraldo me segura pelo braço, amigavelmente.
"Vai ver o jogo hoje?"
"Não ligo mais para futebol. Assisto quando não tenho nada para fazer, mesmo assim, quase sempre eu durmo no meio da partida".
"Não é possível você dormir no meio de uma partida".
"Ando muito cansado, Seu Geraldo".
"Venha hoje aqui, vamos queimar uma carne".
"Pode ser".
"Andrade que vai bancar, ele trouxe oito quilos de carne. Tem frango, tem linguiça e tem um pedaço de picanha. Picanha ele disse que é para o final".
"Obrigado pelo convite".
"A bebida é por sua conta".
Pronto para continuar minha caminhada, ele continua o assunto do futebol, não deixando de lembrar que eu tenho um compromisso com ele, o de dar o recado para meu irmão:
"Da última vez tinha umas quarenta pessoas aqui. Seu irmão saiu meio tonto, vai ver que e por isso que ele esqueceu de acertar a cerveja e as caipirinhas".
"Eu darei o recado",
"Hoje é o Brasil, por isso do churrasco".
"Entendo"
"Você gosta do trabalho do Tite? Dizem que ele é retranqueiro. Eu não sei, acho que ele faz um bom trabalho. Olha só o que ele tem na mão, rapaz!"
"Os tempos são outros".
"Contra a Venezuela foi horrível, mas não faltou vontade".
"Vi um pedaço do jogo. Perderam muitos gols, né"
"Se fosse o Romário"
"Os tempos são outros".
"E esse lance com o Neymar? Puta que o pariu, como o cara se envolve com uma mulher assim?"
Eu estava com meu treino atrasado e entrar num assunto que eu não tenho a menor condição de opinar só seria mais constrangedor.
"Ele faz falta, não faz?"
"Não tenho opinião. Ele não fez muito pela seleção até agora".
"Não? Como, não?"
A pior sensação de acordar tarde é saber que o bar estará aberto?
"Não tem ninguém melhor que ele no mundo. Veja só o Messi, o quê ele fez?"
"O senhor razão".
"Vai ver hoje, vai ser um jogo difícil, não tenho menor dúvida que se Neymar estivesse em campo iríamos golear. Tínhamos goleado também a Venezuela".
"Bom, vou andando..."
"Não esquece o seu irmão"
"Lembrarei do recado".
"E venha hoje.. vai ser bom você falar com seus amigos... desde as eleições você anda sumido".
"Virei".
Nunca se sabe se conversar muito sem dizer nada é o mal da humanidade, mas tenho certeza que passar na porta do bar logo pela manhã é uma das coisas mais inúteis que podemos fazer.
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segunda-feira, 13 de maio de 2019
Pé no Fundo na Espanha
Olá leitores!
Neste final de
semana em que as grandes homenageadas foram as mães houve muita ação
no campo do esporte a motor, e com certeza muitas se orgulharam do
trabalho feito pelos seus filhos… exceto, claro, as mães da cúpula
da Scuderia Ferrari, cujos filhos mais uma vez enfiaram os pés pelas
mãos.
Mais uma dobradinha
da Mercedes, dessa vez com Lewis Hamilton à frente de Valtteri
Bottas, indicando que existe grande possibilidade da temporada 2019
ser uma quase reprise de 1988, onde a McLaren só não ganhou todas
as provas do campeonato por conta da soberba. Descontando a largada,
Lewis e Valtteri não foram incomodados. Nem há muito o que
comentar, foram soberbos. O domínio foi tão grande que a corrida
foi a mais tediosa dos últimos tempos, tanto que na segunda metade
da prova estavam reprisando a largada...
Em 3º chegou Max
Verstappen, mais uma vez arrancando ótimo desempenho da sua Red Bull
Honda, motor ao qual não falta mais velocidade em reta e digo sem
pudor que atualmente o segundo melhor carro do grid é a Red Bull.
Comprovando a boa fase da equipe, seu companheiro Pierre Gasly chegou
em 6º lugar, conquistando importantes pontos para a equipe no
Mundial de Construtores.
Em 4º e 5 º
lugares chegou a dupla da Ilha de Lost, digo, Ferrari… Sebastian
Vettel e Charles Leclerc fizeram o possível com a mais desordenada
equipe Ferrari desde as temporadas de 1992 e 1993. A equipe está uma
caricatura do que foi há 2 anos atrás.
Em 7º terminou
Kevin Magnussen, com o seu Haas Ferrari bem acertado para a pista e
obtendo o melhor resultado entre as equipes do segundo pelotão. Seu
companheiro Romain Grosjean também pontuou, terminando a corrida em
10º lugar. Grande resultado para a equipe estadunidense.
Em 8º chegou o
herói local, Carlos Sainz Jr., com seu McLaren apresentando nítida
evolução no desempenho em relação às últimas temporadas. Quem
sabe em 2020 possam voltar a brigar por pódio… seu companheiro
Lando Norris (19º) abandonou a corrida após superestimar a
capacidade de Lance Stroll e tentar fazer o Esse lado a lado com o
canadense. Deu certo na primeira perna, claro que não deu certo na
segunda… faz parte do aprendizado.
Em 9º lugar mais um
carro com motor Honda, a Toro Rosso de Daniil Kvyat, que foi
prejudicado na entrada do safety-car provocada por Norris e Stroll
por conta da equipe não ter os pneus prontos para troca quando
chegou… era para ter terminado em 7º, logo atrás de Gasly. Seu
companheiro, Alex Albon, foi 11º colocado após uma corrida bem
interessante e sem erros da parte dele (sim, também foi prejudicado
no pit lane…).
Próxima corrida
será em Mônaco, e vamos esperar para ver como a Ferrari vai
atrapalhar a vida do monegasco Leclerc… esse ano temos 2 grandes
certezas: a que ao final da vida morreremos e que a Ferrari vai
enfiar os pés pelas mãos em algum momento.
Nem só de Fórmula
1 vive o ser humano… ou o Principado de Mônaco, cujas ruas
receberam (em traçado mais curto, utilizando apenas a “parte
baixa” do traçado da F-1) a Fórmula E para aquela que talvez
tenha sido a corrida mais interessante da temporada. Antes de mais
nada, gostaria de mencionar o “pé frio” da emissora que
transmite a categoria no Brasil: calhou deste sábado ser dia
decisivo no Campeonato Alemão, e os dois canais da emissora se
voltaram ao futebol… até devido ao fato que (fora a vitória do di
Grassi no México) os brasileiros não vinham fazendo uma grande
temporada na categoria e as provas com o carro de 2ª geração não
estarem muito interessantes, e o resultado foi que a corrida foi
transmitida via aplicativo. Pois bem, na segunda pista mais larga do
campeonato a corrida foi muito interessante e o Felipe Massa
conquistou seu primeiro pódio na categoria. Murphy jamais se engana…
a propósito, a pista de Mônaco ser a segunda mais larga mostra o
quâo perdidos estão os gestores da categoria no quesito “escolha
de traçado de pista urbana”. Nada, rigorosamente nada, contra
pista de rua, desde que sejam pistas DE RUA. Algumas pistas onde a
categoria vai correr são estreitas o suficiente para serem
consideradas pistas de viela, de travessa, de alameda… de nada
adianta levar o espetáculo para perto do público se a pista não
tem largura para os pilotos efetuarem ultrapassagens. Quem levou a
melhor foi Jean-Éric Vergne, que aproveitou de forma magistral o
fato de largar na pole position para ser o primeiro piloto na
temporada 2018/2019 a vencer 2 vezes. Foi seguido pelo competente
Oliver Rowland, que perdeu a pole por conta daquelas punições
randômicas da categoria, e o pódio ficou completo com o já
mencionado Felipe Massa, que fez boa classificação e boa corrida em
uma pista que ao menos 2/3 ele já conhecia. Lucas di Grassi, que
estava no meio do “pelotão do tiroteio”, levou a pior em uma
dividida de posição com Alexander Sims e abandonou a prova.
Também tivemos
Brasil no pódio na categoria preliminar da F-E, e em dose dupla: não
apenas Cacá Bueno venceu a prova do Jaguar i-Pace eTrophy como seu
companheiro de equipe Sérgio Jimenez chegou em 2º lugar, seguidos
do (por enquanto…) líder do campeonato Bryan Sellers, que está
apenas 1 ponto à frente de Jimenez na classificação geral.
Parabéns a Cacá e Sérgio!!!
E após a etapa da
Argentina o WRC foi para outro país latino, aproveitando o
deslocamento para a América do Sul: o primeiro Rali do Chile (sim,
poderia ser no Brasil, mas… vocês sabem tão bem quanto eu que
automobilismo deve ser a última prioridade esportiva em terras
tabajaras). Em uma etapa “virgem”, já que ninguém tinha
anotações prévias de nenhuma especial, o talento de Sébastien
Loeb (Hyundai) voltou a aparecer, e ele andou o tempo todo entre os
ponteiros. O campeonato trocou de liderança graças à vitória de
Ott Tänak (Toyota) conquistada com uma pilotagem “faca nos dentes”
e ao espetacular acidente de Thierry Neuville (Hyundai) no sábado,
onde piloto e navegador sofreram apenas hematomas mas o carro deu
perda total… podem continuar a temporada com outro chassi, esse não
vai conseguir outro destino que não o ferro velho. Ao menos tivemos
a certeza da segurança e da ótima qualidade de construção da
gaiola de proteção do carro. As imagens foram assustadoras. Em 2º
lugar chegou Sébastien Ogier (Citroën), que é o novo líder da
pontuação e em 3º terminou a lenda Sébastien Loeb, em seu
primeiro pódio após o retorno à categoria para fazer algumas
provas.
Também tivemos
WTCR, no travado porém interessante Slovakia Ring (confesso que o
traçado me lembra uma mistura de Pocono com Brasília, se fosse
possível misturar os dois) para mais 3 corridas cheias de emoção.
A primeira prova (aquela realizada no sábado) teve a vitória do
Frédéric Vervisch (Audi) após largar em 9º lugar, com o lindo
Alfa Romeo de Ma Qinghua (espero que a grafia seja essa mesma…) em
2º e Norbert Michelisz (Hyundai) em 3º lugar. Augusto Farfus
(Hyundai) saiu de 19º para um bom 8º lugar na corrida. Na primeira
corrida do domingo o domínio foi argentino: vitória de Nestor
Girolami (Honda) seguido de Esteban Guerrieri (Honda) em 2º lugar,
acompanhados de Kevin Ceccon (Alfa Romeo) em 3º lugar. Augusto
Farfus não pontuou. A última prova do final de semana foi um
retorno às boas lembranças do passado, com 2 carros da Alfa Romeo
no pódio: vitória de Ma Qinghua e 3º lugar para Kevin Ceccon, com
o Hyundai de Michelisz em 2º lugar. Nesta prova Farfus terminou em
7º lugar, após batalhar na escalada de posições novamente.
No sábado os norte
americanos foram brindados com algo pouco usual para eles: uma
corrida de Indy em Indianapolis… que não parou por causa da chuva.
OK, foi no traçado misto usado para MotoGP e F-1 no passado, mas
ainda assim deve ter dado nó na cabeça de alguns fãs mais antigos
da categoria. Prova interessante, começando no seco e com a chuva
chegando após poucas voltas da largada, e prosseguindo com
diferentes intensidades até a bandeirada final. Quem se deu bem
nessas condições climáticas foi Simon Pagenaud (Penske), que
aproveitou sua habilidade no molhado para deixar Scott Dixon
(Ganassi) para trás já no final da corrida, com o garoto Jack
Harvey conquistando seu primeiro pódio e também o primeiro pódio
da equipe Meyer Shank na Indy (os caras são bons no IMSA, mas ainda
não tinham conseguido bom desempenho nos monopostos) com um ótimo
3º lugar. E não ficou aí: em 4º lugar, sem melhor resultado até
agora, chegou o brasileiro Matheus Leist, com o fraco carro da Foyt.
Ainda bem que ele salvou as honras do Brasil, pois os experientes
Tony Kanaan e Hélio Castroneves (em seu retorno especial pra
categoria para as 2 corridas de Indianapolis) tiveram que se
contentar com o 20º e o 21º lugares, respectivamente, 2 voltas
atrás dos líderes. Hélio conseguiu a proeza de rodar no piso
molhado… após colocar pneus de chuva. No comments…
A NASCAR foi até
Kansas City para mais uma corrida em oval de 1,5 milha, e foi a vez
de Brad Keselowski mostrar que nesse tipo de pista ele é dos
melhores que existe, conquistando a vitória já na prorrogação do
final da prova. Em que pese Kevin Harvick ter vencido o 1º segmento
e Chase Elliott o 2º, ao final a estrela do piloto da Penske brilhou
mais forte. Foi seguido por Alex Bowman em 2º lugar, que conseguiu
talvez o melhor resultado da Chevrolet na temporada, por Erik Jones –
que dessa vez foi bem melhor que seus experientes companheiros de Joe
Gibbs Racing – em 3º lugar, por Chase Elliott em 4º lugar e
fechando o Top-5 chegou Clint Bowyer, que já na prorrogação
ultrapassou Jimmie Johnson, que terminou em 6º.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
segunda-feira, 29 de abril de 2019
Pé no Fundo no Azerbaijão
Olá leitores!
Não deu pra
reclamar de monotonia nesse final de semana, tivemos muita atividade
nas pistas seja no asfalto, seja na terra. E quero começar
ressaltando mais uma vez a incapacidade da Ferrari em modificar sua
estratégia no meio da corrida. Pelo jeito, estavam contando com um
safety-car… e como o safety-car não apareceu, se perderam mais do
que cegos em tiroteio. Se a Scuderia Ferrari precisar, por favor,
podem me chamar. Pela metade do salário do Iñaki Rueda eu faço
coisa muito melhor do que ele, vocês não se arrependerão. Até
consigo me comunicar com os mecânicos em italiano, não tem
problema. Pior que o Rueda só a decisão da RGT em não mostrar o
pódio da corrida ao final… afinal, tinha que mostrar entrevista
com jogador de futebol falando que ganhou a primeira bola aos 9 meses
de idade… no more comments. O momento bizarro/surreal da corrida
aconteceu na tentativa de ultrapassagem de Daniel Ricciardo sobre o
Kvyat: Daniel perdeu o ponto de freada e passou reto na curva. Com o
australiano errando a curva, Daniil teve que abrir a trajetória e
não conseguiu fazer a curva. Enquanto o russo se preparava para
engatar a marcha a ré e retornar à pista, o Ricciardo fez a mesma
manobra mais rapidamente e… bateu no carro do russo. Confesso que
não lembro de um acidente entre carros na F-1 causado por uma marcha
a ré. Evidentemente a internet se encheu de memes do Ricciardo com
uma câmera de ré no volante do carro… se eu não tivesse visto a
imagem, dificilmente acreditaria.
Vitória merecida de
Valtteri Bottas, que não só fez a pole como teve a competência de
segurar a investida de seu companheiro de equipe Lewis Hamilton (2º
lugar) logo após a largada, abrir vantagem quando foi necessário e
resistir à pressão de Lewis no final da prova. Fez tudo certo, e
foi agraciado com a posição de honra do pódio. Lewis fez o que
pôde para superar Bottas, mas o finlandês estava em um dia
iluminado e o pentacampeão teve de se contentar com o degrau
intermediário do pódio.
Em 3º lugar, cerca
de 10 segundos atrás de Hamilton, chegou Sebastian Vettel, que em
nenhum momento ofereceu real oposição aos carros da Mercedes.
Depois da prova alegou que não conseguiu esquentar devidamente os
pneus macios e os danificou. Tá bom, farei de conta que acredito…
seu companheiro Charles Leclerc (5º) largou com pneus médios ao
contrário dos macios da maioria dos outros pilotos e andou muito bem
enquanto os pneus duraram… aí o “brilhante” setor de
estratégia da Ferrari entrou em ação e atrasou a troca dos pneus o
quanto foi possível, fazendo ele perder MUITO tempo na pista. Tá
certo que pra quem largou em 9º o resultado está no lucro, mas…
Em 4º terminou Max
Verstappen, que fez uma corrida bem decente até o safety-car virtual
por conta do abandono do seu companheiro Gasly (absolutamente
desnecessário, afinal ele parou em uma área de escape fora da
pista, uma bandeira amarela no local seria suficiente, mas…), onde
perdeu a temperatura ideal de funcionamento dos pneus e não mais a
recuperou, prejudicando sensivelmente seu desempenho. Gasly (17º)
foi vítima de falha no câmbio e teve de abandonar após uma corrida
decente em comparação às anteriores.
6º colocado foi
Sérgio Perez, que fez mais um de seus “milagres” e levou o carro
da Racing Daddy, digo, Racing Point, até o melhor resultado esse
ano, com uma pilotagem muito segura. Quando ele está “inspirado”
é um grande piloto… seu companheiro Lance Stroll (9º) também fez
uma apresentação acima da sua média, pelo que a equipe tem todos
os motivos para comemorar o final de semana.
Em 7º e 8º
chegaram os dois carros da McLaren, em nítida melhora após a saída
de Fernando “o desagregador” Alonso, onde os pilotos Carlos Sainz
Jr. e Lando Norris (nessa ordem) pilotaram de maneira segura e sem
erros, conquistando preciosos pontos pra equipe.
Fechando a zona de
pontos chegou Kimi Räikkönen, mantendo a escrita de ser o único
pontuador da Alfa Romeo. Para quem largou dos boxes, excelente
resultado. Seu companheiro Antonio Giovinazzi acelerou muito mas não
passou do 12º lugar… para quem reclamou o tempo todo do carro, não
foi um mau resultado.
Próxima etapa deve
ser mais sonolenta ainda, GP da Espanha, onde todas as equipes fazem
os testes de pré temporada… podem prepara o café para assistir a
corrida.
Mas o final de
semana não teve só F-1. Aqui ao lado, na Argentina, tivemos mais
uma etapa do WRC, onde Thierry Neuville contou com sua própria
habilidade e com os azares de Ött Tänak para conquistar a vitória
e se assegurar na ponta do campeonato. Foi acompanhado no pódio pelo
seu companheiro de equipe Andreas Mikkelsen (2º), que conseguiu
voltar aos pontos após uma sequência de azares, e por Sébastien
Ogier em 3º após acelerar tudo que tinha direito nas especiais do
domingo. O carro pode não ser mais o melhor da categoria, mas ele
mostrou que os títulos não vieram de mão beijada… para os
brasileiros a alegria ficou na categoria WRC2, onde Paulo
“Palmeirinha” Nobre chegou em 3º na categoria e 13º na geral,
deixando os diversos competidores “hermanos” para trás. Como o
rali argentino é muito mais forte que o brasileiro, esse foi um
feito e tanto.
O WTCR foi até o
kartó… ops, autódromo de Hungaroring para mais uma rodada tripla,
e lá não teve jeito: tivemos que aguentar a supremacia argentina,
que teve 2 vitórias em 3 corridas no final de semana: Néstor
Girolami (Honda) venceu a prova 1 (sábado), seguido pelo experiente
Yvan Muller (Lynk&Co) em 2º e por outro argentino, Esteban
Guerrieri (Honda), em 3º. A corrida 2 (já no domingo) também foi
vencida por Girolami, dessa vez seguido por Jean-Karl Vernay (Audi)
em 2º e pelo Daniel Häglof (Seat) em 3º. O destaque foi a pista
escorregadia por conta de uma chuva intermitente que atrapalhou e
muito a vida dos pilotos e deu muito trabalho para as equipes
remendarem os carros para a 3ª corrida do final de semana, logo em
seguida… essa corrida também teve a influência da pista
escorregadia e foi vencida pelo interminável Gabrielle Tarquini
(Hyundai), 57 anos mas vontade e determinação de um garoto de 17
anos, seguido pelo herói local Norbert Michelisz (Hyundai) em 2º
lugar e pelo sobrinho do Loeb, Yann Ehrlacher (Lynk&Co), em 3º.
O brasileiro Augusto Farfus Jr., se readaptando aos tração
dianteira, pontuou nas 3 corridas, fazendo 9º nas duas primeiras
provas e 8º na última.
No sábado a Fórmula
E foi para as ruas de Paris, onde fizeram a primeira corrida da
categoria com chuva, e a escrita da temporada se manteve: mais uma
vez a corrida teve um vencedor inédito, dessa vez foi o holandês
Robert Frijns, seguido por 2 alemães, Andre Lotterer em 2º e Daniel
Abt em 3º. Lucas di Grassi teve de se contentar com o 4º lugar, ao
passo que Felipe Massa terminou em 9º.
E a NASCAR foi fazer
sua 100ª corrida na pista de Talladega, onde pela primeira vez desde
a década de 80 correram sem a placa restritora nos carros, fruto do
novo regulamento que limita a potência no sistema de injeção em
550 cv… e a corrida foi muito interessante. Apenas em alguns
momentos se fez a “minhoca”, aquela fila única absolutamente
tediosa. No geral os carros andaram bem embolados na pista,
propiciando um espetáculo à altura daquilo que o público da
categoria gosta. O interessante foi que não apenas os pilotos das
equipes se ajudaram durante a prova, mas também entre equipes rivais
que correm para a mesma marca fizeram “jogo de equipe”, com
trocas de vácuo entre os carros. O primeiro segmento ficou nas mãos
de Ty Dillon, e o segundo com Chase Elliott. No segmento final
tivemos um bocado de novidades no pelotão da frente. Começando pelo
vencedor, Chase Elliott, que conquistou a primeira vitória para a
Chevrolet esse ano, fábrica que por sinal dominou o Top-10: 6 carros
em 10 foi um resultado a ser comemorado em um ano de domínio Toyota
e Ford. Em 2º lugar chegou o Chevrolet de Alex Bowman, seguido por
outro Chevy, dessa vez de Ryan Preece. Primeiro Ford chegou em 4º
(Joey Logano), seguido por outro Chevy para encerrar o Top-5, o de
Daniel Hemric. Primeiro Toyota apareceu em 10º lugar, com Kyle
Busch.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
segunda-feira, 15 de abril de 2019
Pé no Fundo na China
Olá leitores!
Eis que a Fórmula 1
chegou à sua corrida número 1000. Uma corrida que teria tudo para
ser festiva acabou se mostrando um anticlímax. Primeiro que, devido
à distância entre o Ocidente e a China, as festividades pré
corrida para comemorar a milésima corrida chamaram mais atenção
pelos grandes pilotos que não compareceram do que pelos que
compareceram, e a corrida em si foi… meia boca. Também ficou mais
marcada pelos monstruosos erros de estratégia da Ferrari que pelas
boas atuações na pista.
Dobradinha da
Mercedes (mais uma…), com Lewis Hamilton em 1º e Valtteri Bottas
em 2º. Bottas fez a pole, mas perdeu a liderança na primeira curva
e depois não conseguiu alcançar Hamilton, que já tinha vencido a
corrida nº 900 e levou a nº 1000 também. A Mercedes ainda esnobou
as outras equipes chamando seus dois pilotos para fazer a segunda
troca de pneus na mesma volta. Um autêntico espetáculo.
Em 3º chegou
Sebastian Mansell, digo, Sebastian Vettel, que mais uma vez andou
menos do que se esperava e ultrapassou Leclerc na base da ordem
enviada pelo rádio. Claro que Leclerc (5º lugar) ficou “muito
feliz” (só que não) com a equipe e saiu soltando cobras e
lagartos após a corrida, até por ter recebido uma estratégia
absolutamente ridícula por parte do Sr. Rueda, o estrategista mais
incompetente da atualidade no automobilismo.
O 4º lugar ficou
com Max Verstappen, que na habilidade e na velocidade conseguiu um
grande resultado para seu Red Bull-Honda, acompanhado dessa vez pelo
seu companheiro Pierre Gasly, autor da volta mais rápida da prova e
que terminou em um bom 6º lugar.
Finalmente a Renault
terminou uma corrida, fazendo Daniel Ricciardo marcar seus primeiros
pontos na temporada com um 7º lugar, bom para as condições da
corrida e principalmente do carro. Seu companheiro Nico Hülkemberg
(20º lugar) abandonou com problemas na unidade de força.
Em 8º chegou Sérgio
Pérez, que conseguiu um desempenho razoável com a Racing Daddy,
digo, Racing Point, cujo carro aparentemente começou o ano pior que
os anos anteriores mas estão voltando a encontrar seu ritmo. Fez uma
boa largada e depois administrou bem o desgaste dos pneus. Seu
companheiro Lance Stroll (13º lugar) tentou uma estratégia
diferente e… se deu mal. Acontece com equipes menores, mas não
deveria acontecer com uma Ferrari, por exemplo.
Em 9º lugar
terminou Kimi Räikkönen, sofrendo com a temperatura dos pneus
(aparentemente o carro da Alfa Romeo é melhor com clima quente) mas
fazendo uma corrida honesta. Seu companheiro de equipe, Alexander
Albon, foi o grande destaque da corrida, largando lá atrás e
conseguindo ao final marcar seu primeiro ponto na categoria ao
terminar em 10º lugar. Em um GP cheio de nulidades e de desempenhos
abaixo do esperado, ele entregou mais do que era esperado dele, e foi
meu voto no site da categoria como piloto da corrida.
Próxima corrida
será em Baku, onde tradicionalmente a Ferrari anda bem mas que não
tenho nenhuma esperança de uma vitória da equipe de Maranello,
justamente por conta das estratégias ridículas adotadas pelo time.
Mais um clamoroso fracasso deve chegar… (espero queimar minha
língua...)
O final de semana,
entretanto, não se resumiu à corrida festiva da F-1: tivemos muito
mais ação nas pistas. Comecemos pela vitória brasileira no Jaguar
iPace eTrophy, categoria preliminar da Fórmula E onde Sérgio
Jimenez aproveitou sua pole position e venceu na claustrofóbica
pista de Roma. Aliás, fica a pergunta: será que na F-E é pré
requisito para o circuito ser aprovado a largura máxima da pista ser
de 8 metros de largura, com o México se tornando a honrosa exceção?
Enfim, retornando à competição, como seria de se prever as
posições de largada foram as de chegada, já que a pista romana
somente permitia ultrapassagem caso o piloto da frente errasse, que
foi o que beneficiou Cacá Bueno, que enfrentou problema na
classificação e largou em um fraco 7º lugar. Pressionou o 6º
colocado no grid de partida, Ahmed Bin-Khanen, até que esse errasse
em uma curva e o permitisse diminuir o prejuízo. De resto, Jimenez
largou em 1º e terminou em 1º, Bryan Sellers largou em 2º e
terminou em 2º, e Simon Evans classificou em 3º e terminou em 3º.
Sim, a corrida foi chata.
Já nos fórmulas, o
ótimo piloto de Turismo José Maria “Pechito” López provou que
o negócio dele é mesmo WTCR, TC 2000 e outras categorias de
turismo: se atrapalhou na largada, e ainda na segunda volta bateu
sozinho no muro, fechando o caminho para Paffett e Vergne, que
provocaram um congestionamento na super estreita pista e
consequentemente uma bandeira vermelha. Como o resgate da categoria
prima pela rapidez (#sqn), foram 45 minutos de corrida interrompida…
após a limpeza da pista, os pilotos voltaram a duelar não apenas
entre si, mas também para achar algum ponto de ultrapassagem na
pista e para tentar acertar a área de acionamento do modo ataque,
mal posicionado mas menos que na corrida passada. Ao cabo da prova,
tivemos o sétimo vencedor em sete corridas, e com a sétima equipe
diferente. Equilíbrio da categoria? Sim, um tanto quanto artificial
por conta dos zigue-zagues do regulamento, mas equilíbrio. Dessa vez
coube a Mitch Evans trazer a primeira vitória para a equipe Jaguar.
Foi seguido por Andre Lotterer, da DS Techeetah, em 2º lugar e por
Stoffel Vandoorne, da HWA Venturi (que na próxima temporada deve
virar equipe oficial da Mercedes), em 3º. No tocante aos
brasileiros, Felipe Massa abandonou com pane no seu carro, que
subitamente perdeu potência e não o permitiu prosseguir na prova, e
Lucas di Grassi batalhou bastante mas, até por conta da falta de
pontos de ultrapassagem na pista, não passou de um 7º lugar.
Ainda no sábado
aconteceu em Long Beach a 3ª etapa do ano da temporada da IMSA, e a
primeira das provas “curtas” da categoria. Por ser em uma pista
de rua, apenas os protótipos e os GTLM estiveram na pista, sem a
participação dos GTD, e a vitória coube à bestial dupla lusa
Filipe Albuquerque e João Barbosa, que levaram o Cadillac DPi #5 a
uma apertada vitória (menos de 1 segundo de vantagem na bandeirada
final) sobre o Acura DPi #7 pilotado por Ricky Taylor e Hélio
Castroneves. Aliás, a Penske levou também o 3º lugar, com o carro
#6 de Dane Cameron e Juan Pablo Montoya. O Cadillac DPi #31 de Felipe
Nasr e Pipo Derani terminou em 6º lugar.
Na noite de sábado
tivemos mais uma etapa da NASCAR, no oval curto de Richmond, onde
Martin Truex Jr. obteve sua primeira vitória em ovais curtos em 81
largadas na categoria principal. De quebra, ajudou a equipe de Joe
Gibbs a manter seu desempenho dominante: de nove corridas dessa
temporada, a equipe mais forte da Toyota ganhou 6 delas, com a Penske
(Ford) vencendo as outras 3. Essa foi a clássica corrida que o Truex
fez ficar fácil, embora tenha triunfado apenas no último segmento,
já que o primeiro foi vencido por Kyle Busch e o segundo por Joey
Logano. Atrás de Truex chegaram Joey Logano em 2º lugar, Clint
Bowyer em 3º, Kevin Harvick em 4º e Denny Hamlin em 5º lugar.
Neste domingo
tivemos em Campo Grande mais uma etapa da Copa Truck, e apesar da
pista travada não favorecer, foram duas boas corridas. Na primeira,
mais uma vitória de Beto Monteiro (VW), que mostrou um caminhão
extremamente bem acertado e que não teve dificuldades de ultrapassar
os dois pilotos que estavam à frente e abrir vantagem. Está em um
momento iluminado da carreira, e não me surpreenderá se ao final do
ano conseguir o título da categoria. Já conseguiu ser campeão da
Copa Centro Oeste, vamos ver o que virá até o final do ano. Foi
seguido por Paulo Salustiano(VW) no 2º lugar e por Wellington Cirino
(Mercedes) em 3º lugar. Para a segunda corrida, como Débora
Rodrigues (Mercedes) terminou em 8º lugar, ela largou na pole por
conta da inversão do grid e mostrou grande forma na corrida. Largou
bem, vendeu caro as ultrapassagens para Paulo Salustiano e Beto
Monteiro (respectivamente 1º e 2º colocados na segunda corrida) e
terminou em um ótimo 3º lugar, e o trio foi acompanhado no pódio
por Felipe Giaffone (que está batalhando duro para desenvolver o
Iveco) em 4º e por André Marques em 5º.
A MotoGP foi até
Austin para correr no ondulado COTA, e surpreendentemente desta vez a
vitória NÃO ficou com Marc Márquez, já que ele cometeu um de seus
poucos erros e caiu quando liderava isolado. Isso permitiu que a
briga pela liderança ficasse entre Valentino Rossi e… Alex Rins,
fã de Valentino que ficou absolutamente feliz em conseguir
ultrapassar seu ídolo de infância (sim, Valentino tem muitos anos
de carreira…) e conquistar sua primeira vitória na categoria
rainha. Em 3º lugar chegou Jack Miller, da Pramac Ducati, com um
desempenho que botou a pulga no macacão dos pilotos da equipe
oficial da Ducati, especialmente Danilo Petrucci, que não passou de
um magro 6º lugar no final. Dovizioso assumiu a liderança do
campeonato chegando em 4º lugar, mas precisa ficar esperto na fase
europeia da competição, que já começa na próxima etapa… não é
todo dia que Márquez irá errar como esse domingo.
Por falar em pista
ondulada, a Indy correu esse domingo em Long Beach, e a vitória
ficou com o competente Alexander Rossi, que foi o ponto fora da curva
na modorrenta corrida na Costa Oeste e obteve sua primeira vitória
de 2019 com uma atuação dominante. Não deu chance aos adversários,
que chegaram bem atrás. O 2º lugar ficou com Josef Newgarden, ao
passo que o 3º ficou com o mais regular piloto da atualidade, Scott
Dixon. Mais um dia de sofrimento para os pilotos brasileiros, que
terminaram em 15º lugar (Matheus Leist) e 19º (Tony Kanaan). Fico
triste pelo jovem Leist, bom piloto desperdiçando seu tempo em uma
equipe que não o permite mostrar seu talento.
E infelizmente vou
ter que encerrar a coluna dando bronca: OK, eu sei que um dos
atrativos do esporte a motor é justamente o fator “acidente”.
Nada contra gostar de presenciar acidentes nas pistas, principalmente
aqueles “big ones” nos ovais grandes da NASCAR, mas… como em
TUDO na vida, precisamos de bom senso e respeito. Uma coisa é você
estar na arquibancada com seu smartphone e registrar um acidente de
longe. Outra, completamente diferente, é você filmar, dar zoom para
registrar o piloto ferido e ainda espalhar o vídeo pelo Whatsapp.
Que foi o que aconteceu nesse domingo, quando em uma prova da
Superbike Series em Interlagos (pista excelente para carros e
caminhões, mas absolutamente inadequada para motociclismo devido à
falta de áreas de escape) o piloto Maurício “Linguiça”
Paludete teve um sério acidente no final da reta dos boxes com a
pista molhada, que acabou provocando ferimentos que o levaram ao
óbito. E algum ser sem noção, sem respeito e sem educação não
contente em filmar o acidente, ainda aproximou a imagem para captar o
piloto agonizando, e compartilhou o vídeo… é, acho que Deus fez
uma má escolha trocando os dinossauros pelos seres humanos. Deixo os
meus sentimentos aos amigos e familiares do Paludete, e a esperança
que as pessoas tenham mais RESPEITO com os outros.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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