
Mais uma novela parece ter terminado no futebol brasileiro. Na tarde de ontem, em Porto Alegre, o atacante Kleber, também conhecido como Gladiador, assinou contrato de 05 anos com o Grêmio. Segundo algumas informações ainda oficiosas, o time gaúcho desembolsou a pequena bagatela de 5 milhões de reais por 50% dos direitos federativos do jogador. A pergunta que fica no ar é uma só; vale a pena? Bem, como não gosto de deixar nenhuma pergunta nesse blog sem a minha opinião, vamos por partes.
O Kleber começou sua carreira profissional no São Paulo e mostrava ter algum talento, voluntarioso, alguém que poderia ajudar o Tricolor reforçando o elenco no futuro. Infelizmente, ele saiu precocemente do Morumbi. Saiu meio que a contragosto para algum desses times da Ucrânia. A contragosto do jogador, por assim dizer, mas, bem ao gosto de seu empresário. Não acompanhei a carreira dele por lá, obviamente, mas, algum tempo depois retornou ao Brasil, o que equivale dizer que ele não tinha mercado na Europa.
Jogou no Palmeiras e fez uma boa temporada, nada de excepcional, mas, anotou alguns gols importantes, distribuiu algumas cotoveladas e ganhou da torcida o apelido de Gladiador. Numa dessas manobras que ninguém entende na qual um clube compra 50% do Fulano, repassa outros 40% do Sicrano e o dirigente embolsa uns 10%, o Kleber foi parar no Cruzeiro, no que, talvez, tenha sido o seu melhor desempenho até agora, mas, como o Gladiador não topa com calmaria, arrumou confusão, indisposições com a diretoria e com a torcida da Raposa, enfim, ficou apenas um ano em Belo Horizonte e saiu pelas portas dos fundos sem deixar grande saudade.
Acertou com o Palmeiras numa parceria que parecia casamento de novela, eterno. Acabou caindo de pára-quedas num dos piores momentos da história recente do Palmeiras. Os resultados não vieram. As cobranças aumentaram. Nesse momento, ao invés de assumir as responsabilidades pelo baixo desempenho da equipe, já que era um dos líderes do time e um dos maiores salários do elenco (acho que esse dado é importante), preferiu a saída mais simples. Disparou a sua metralhadora contra a diretoria e contra a comissão técnica. Praticamente cavou a sua saída do Parque Antártica ao encurralar a diretoria num verdadeiro “ou o técnico ou eu”. A diretoria não transformou o técnico num bode expiatório da crise. Ainda bem. Se o Palmeiras espera sair da crise, acredito que a saída deve ser planejada com a presença do Felipão. Aliás, esse foi o motivo de sua contratação, a crise já estava instalada antes de sua chegada (Luxemburgo e Muricy bem sabem disso). O clube não pode ser refém dos mimos dos jogadores mais experientes do clube. Aquela velha panelinha não ajuda em nada.
Para piorar, o Gladiador, sem qualquer respeito ou consideração pela instituição que jurava amor eterno, resolveu falar mal de diretores e da comissão técnica justo no momento que o seu “clube do coração” necessitava de paz. Volto, então para a pergunta inicial. Será que vale a pena contratar um jogador assim como a espinha dorsal de um projeto ambicioso como esse do Grêmio? Eu acho que não vale todo o esforço.
É bem verdade que o Grêmio precisava de um nome grande, de peso, pra entregar para a torcida, principalmente após o fiasco Ronaldinho, mas, não acho que o Kleber seja esse grande jogador. É um bom atacante e apenas isso. Voltamos aquela velha história da referência futebolística que perdemos nos últimos anos. O Kleber tem limitações, a sua ultima passagem pelo Palmeiras foi fraca, sem falar no número excessivo de cartões que recebe que força a sua ausência em várias partidas importantes na temporada, além de ser um jogador beirando os trinta anos, ou seja; o seu futebol não tende a evoluir muito mais do que o apresentado nesse ano.
Enfim, acho que o Grêmio começou mal o seu projeto de Libertadores em 2013.
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Um comentário:
Custo-benefício muito baixo. No meu time ele não joga.
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