A grande notícia do final de semana é a oficialização de André Sanches, atual presidente do Corinthians, como o segundo homem mais forte da Confederação Brasileira de Futebol. Andrés será o diretor das seleções: masculina e feminina. Como o principal produto da CBF é exatamente a seleção brasileira de futebol fica evidente que a escala de importância de Andrés é enorme.
Era papo que já vinha rolando nos botecos da vida, dos torcedores mais politizados. Com toda ajuda para que o Fielzão fosse palco da abertura da Copa, era previsível que a ligação entre os dois era enorme. Se não houve uma ajuda explicita, podemos dizer que houve mais boa vontade com o clube paulista. Negócios eram riquezas, a política era trazer para perto os pares. Foi o que aconteceu.
Com a notícia, o Vasco da Gama, time com maior chance de tirar o caneco do Corinthians, fez bico. Não chorou ainda, mas está com cara de poucos amigos. Andrés já foi logo se defendendo: “Sou amigo do Teixeira e nem por isso o meu time não deixou de ser prejudicado nas últimas rodadas”. Além disso, se é para algum time ser ajudado; teria que ser o Fluminense (do coração do dirigente).
A verdade é que o Corinthians já tem esse efeito negativo em sua história, rótulo evidente colocado por seus adversários; de ser favorecido pelos árbitros. Será que não teremos mais algum motivo para pensar (ou deixar que os outros pensem), que essa aproximação possa facilitar alguma coisa? Como esportista espero que não. Como torcedor não quero meu time ganhando na marra (como foi aquele ridículo campeonato brasileiro dos pontos enganados).
Nem todos os torcedores conseguem ver o futebol além do esporte. Pior ainda, enxergam como batalha. O futebol é um ótimo negócio, e mesmo com tanta desorganização e desconfiança, como acontece no Brasil; consegue ser rentável para todos que participam. Menos, é claro, para o torcedor: o sujeito que paga a conta. Torcedor que comemora a subida dos times cariocas no brasileirão, que comemoram a volta dos pontos do juiz que vendia resultados; do time campeão que não podia chorar em hipótese nenhuma pelo “leite derramado”.
Somos enganados, às vezes, mas gostamos de tudo isso.
Mas uma coisa parece ser certa: as cartas marcadas dos dirigentes. Quem não sabia que um dia Andrés se aproximaria da CBF não sabe de nada sobre o futebol. Quem não suspeita dos vôos mais altos do dirigente corintiano, está sendo enganado duplamente: por acreditar que ele não seria chamado e por acreditar que ele não aceitaria.
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