segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Volto daqui alguns meses

Notaram minha ausência? Não? Tudo bem, a vida é assim mesmo. Mas tenho uma explicação: o futebol não está me atraindo como deveria. E olha que eu me esforço: acompanho grande parte dos noticiários esportivos, curto aqueles programas que de falação sobre o esporte; e não raras vezes acompanho o jogo na íntegra (não apenas do meu time, vou adiantando). É certo que usei a palavra íntegra de forma irregular, normalmente assisto o futebol com a terceira maravilha do mundo moderno em tecnologia: o controle remoto.

O futebol anda chato e eu ando sem a menor paciência. Entrevista com jogador, então, é um porre. Expressões como “estamos focados”, “estamos trabalhando duro” e “buscamos uma recuperação” e o “grupo está unido” são determinantes para que eu considere o futebol o esporte mais competitivo do mundo. Se os jogadores estão unidos e trabalhando duro, ninguém poderá superá-los.

Talvez essa competitividade seja a explicação de tantos altos e baixos na tabela. A diferença minúscula de pontuação entre os times mostra a fragilidade dos campeões e a vontade dos rebaixados. A distância entre a faixa de campeão e a queda para segunda divisão pode ser de cinco ou seis jogos, num universo de quase um ano de disputa.

Desde meu último texto pouco mudou na expectativa do campeão. Os mesmos quinze clubes continuam com chance, e nenhum deles merece ser apontado como favorito. Aqueles clubes que pegaram no tranco no meio do campeonato, e chegaram a primeira rodada do segundo turno embalados, são os mesmos que, se estivessem na liderança, perderiam pontos preciosos contra equipes menores.

Quantos pontos Corinthians, Vasco, São Paulo, Flamengo, Botafogo e Palmeiras perderam em momentos mais importantes do campeonato? E pior ainda, quantos pontos esses times perderam em jogos surpreendentes, como foi, por exemplo, o último resultado de Vasco (perdendo para o América) e o Flamengo (perdendo para o Bahia).

Eu mesmo estava decidido a não torcer mais, nem sofrer pelo futebol tão vulnerável que o Corinthians está apresentando desde que tropeçou, pela primeira vez no campeonato, contra o Cruzeiro. Mas deveria ser menos exigente com os jogadores, ainda mais sabendo que eles estão “trabalhando duro” e que “estão com o grupo unido”. Fomos convidados pelo Jorge Henrique para saber como é o cotidiano de treinamentos e coisa e tal. Confio que eles estão recebendo um bom dinheiro para continuarem focados; não preciso ir até o Parque São Jorge.

Acontece que o futebol anda mal das pernas. Jogadores treinam demais, se esforçam demais; criam uma competição que perde em dinamismo e ganha em lógica. E dentro dessa mesmice da lógica, todos os times ficam iguais. Não há uma jogada brilhante, nem mesmo algo que possa ser considerado surpreendente. Tirando dois ou três jogadores, que fazem o impensável; a lógica do futebol se tornou totalmente previsível.

É por essa razão que a emoção do futebol só acontece quando acontecem expulsões. Tirar um ou dois jogadores do time adversário passou a ser a chuva na pista, proposta tão indecorosa dada como milagrosa para as sonsas corridas de F1. Quem sabe esse movimento velado dentro das quatro linhas: tirar jogadores dos times considerados favoritos para saber o que acontece em campo: expulsão por reclamação e essas coisas todas (por favor, não pensem que estou sugerindo essa idéia ridícula).

Se os jogadores estão com medo de tentarem coisas diferentes, que novas modelos sejam incorporadas ao campeonato longo e chato. Caso contrário, o futebol vai ser igual novela, onde os primeiros e os últimos capítulos são as coisas que realmente importam.
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2 comentários:

Cesar Augusto disse...

Voltas para o último capítulo, então?

Sérgio Oliveira disse...

Quase.

Talvez volte para as duas últimas semanas...kkkk