quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Onde terminará minha desconfiança (Parte 2)


Há pouco escrevi um texto sobre o Corinthians. Nele fazia uma série de questionamentos em relação ao time e se ele era, de fato, o melhor time do Brasil. Agora, faltando muito pouco para se tornar campeão Brasileiro (e quase um milagre para Atlético Mineiro e Grêmio roubarem a faixa), fico naquela expectativa: onde pode parar esse time montado pelo Tite? Será que o próximo ano ele continuará se destoando das outras equipes? Será que está pronto para Libertadores? Corinthians de hoje é tão campeão quanto aquele time que conquistou tudo na última passagem do treinador?

Evidente que há esperança em dias ainda melhores. O time organizado hoje tem algumas características que são unânimes entre os críticos. Da organização extracampo à distribuição dentro dele. De jogadores medianos jogando no limite, aos craques jogando aquilo que sabem Jadson sabe jogar e teve relances no São Paulo. Mas no Corinthians virou meia. Meia na mais alta e histórica definição. Virou o cara, como se diz por aí. Considerando tudo que envolveu o jogador, e sua troca pelo empréstimo de Pato; o time saiu ganhando, e muito.

Renato Augusto, por intermédio dos departamentos que envolvem o futebol; não se machuca e além disso está no auge de sua forma física. Salvo engano, milagre que só aconteceu com a recuperação do Ronaldo e porquê não do Pato, que chegou em dúvidas físicas e técnicas, e foi para o São Paulo ser um dos melhores em campo nas mãos do Osório. Elias e Ralf voltando a jogar bem. Felipe saindo do patinho feio de sua estreia (quando, com um erro seu, o time perdeu o jogo); a um dos caras mais confiáveis e responsáveis pelo desempenho da defesa.

Aquilo que brincando eu digo: se o Edilson e o Aranda não conseguirem jogar com o Tite, vão jogar com qual treinador? Tite não é um grande estrategista como era, por exemplo o Luxemburgo. Mas aquilo que ele faz de melhor pela equipe tem dado resultado saltando os olhos: a equipe tem uma unidade; pelos valores individuais dentro e fora do campo. A equipe tem um padrão definido, permitindo que um jogador considerado reserva saiba exatamente onde e o que fazer dentro do campo; quando assume a titularidade. E todos os jogadores dizem a mesma coisa sobre ele: não podem reclamar de injustiça, de não terem chance e de não serem aconselhados para se melhorarem.

É claro que existe um lado terrível nesse relógio montado pelo Tite: as peças ficam muito perdidas quando há um elemento estranho dentro do campo. Santos, Palmeiras e Grêmio conseguiram isso. Fizeram com que os passos cronometrados do time tivessem um desajuste, por isso criaram complicações dentro do campo. E pior: O Corinthians não soube sair naquela situação e não saberia sair agora. Considero os três times os maiores vilões para a equipe alvinegra, aqueles que sabem não apenas o ponto forte; mas também como neutralizá-lo.

Mas isso tira o brilho do Corinthians? Evidente que não. O Corinthians nos seus melhores números em todos os quesitos. O Corinthians que volta a ser respeitado pelos adversários. Corinthians que brilha nas questões do futebol teórico, estatístico e prático. O Corinthians é o melhor time do Brasil na atualidade, embora nessa qualificação haja sempre as discrepâncias dos embates diretos, como foi o caso do Grêmio e Palmeiras (não ganhou de nenhum deles). Mas duas equipes podem ser parâmetro em uma campanha tão brilhante? Também não.


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