Há pouco escrevi
um texto sobre o Corinthians. Nele fazia uma série de questionamentos em
relação ao time e se ele era, de fato, o melhor time do Brasil. Agora, faltando
muito pouco para se tornar campeão Brasileiro (e quase um milagre para Atlético
Mineiro e Grêmio roubarem a faixa), fico naquela expectativa: onde pode parar
esse time montado pelo Tite? Será que o próximo ano ele continuará se destoando
das outras equipes? Será que está pronto para Libertadores? Corinthians de hoje
é tão campeão quanto aquele time que conquistou tudo na última passagem do
treinador?
Evidente que há
esperança em dias ainda melhores. O time organizado hoje tem algumas
características que são unânimes entre os críticos. Da organização extracampo à
distribuição dentro dele. De jogadores medianos jogando no limite, aos craques
jogando aquilo que sabem Jadson sabe jogar e teve relances no São Paulo. Mas no
Corinthians virou meia. Meia na mais alta e histórica definição. Virou o cara,
como se diz por aí. Considerando tudo que envolveu o jogador, e sua troca pelo
empréstimo de Pato; o time saiu ganhando, e muito.
Renato Augusto,
por intermédio dos departamentos que envolvem o futebol; não se machuca e além
disso está no auge de sua forma física. Salvo engano, milagre que só aconteceu
com a recuperação do Ronaldo e porquê não do Pato, que chegou em dúvidas
físicas e técnicas, e foi para o São Paulo ser um dos melhores em campo nas
mãos do Osório. Elias e Ralf voltando a jogar bem. Felipe saindo do patinho
feio de sua estreia (quando, com um erro seu, o time perdeu o jogo); a um dos
caras mais confiáveis e responsáveis pelo desempenho da defesa.
Aquilo que
brincando eu digo: se o Edilson e o Aranda não conseguirem jogar com o Tite,
vão jogar com qual treinador? Tite não é um grande estrategista como era, por
exemplo o Luxemburgo. Mas aquilo que ele faz de melhor pela equipe tem dado
resultado saltando os olhos: a equipe tem uma unidade; pelos valores
individuais dentro e fora do campo. A equipe tem um padrão definido, permitindo
que um jogador considerado reserva saiba exatamente onde e o que fazer dentro
do campo; quando assume a titularidade. E todos os jogadores dizem a mesma
coisa sobre ele: não podem reclamar de injustiça, de não terem chance e de não serem
aconselhados para se melhorarem.
É claro que
existe um lado terrível nesse relógio montado pelo Tite: as peças ficam muito
perdidas quando há um elemento estranho dentro do campo. Santos, Palmeiras e
Grêmio conseguiram isso. Fizeram com que os passos cronometrados do time
tivessem um desajuste, por isso criaram complicações dentro do campo. E pior: O
Corinthians não soube sair naquela situação e não saberia sair agora. Considero
os três times os maiores vilões para a equipe alvinegra, aqueles que sabem não
apenas o ponto forte; mas também como neutralizá-lo.
Mas isso tira o
brilho do Corinthians? Evidente que não. O Corinthians nos seus melhores
números em todos os quesitos. O Corinthians que volta a ser respeitado pelos
adversários. Corinthians que brilha nas questões do futebol teórico, estatístico
e prático. O Corinthians é o melhor time do Brasil na atualidade, embora nessa
qualificação haja sempre as discrepâncias dos embates diretos, como foi o caso
do Grêmio e Palmeiras (não ganhou de nenhum deles). Mas duas equipes podem ser
parâmetro em uma campanha tão brilhante? Também não.
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