Acabo de ler aqui no UOL essa
reportagem pra lá de insólita de um torcedor suíço, chamado Rudolf Bantle, que
se perdeu num desses labirínticos estádios de futebol e nunca mais achou o
caminho de volta. A história é curiosa, engraçada e até um tanto inverossímil para
quem nunca esteve num estádio de futebol, mas, amigos, acreditem, pode
acontecer.
Ainda não estive numa dessas
arenas modernas, construídas sob o Padrão Fifa, mas, nos velhos estádios de
futebol brasileiros, a história do suíço Rudolf Bantle, não tem nada de
fantasiosa. Pra se ter uma idéia, os estádios de futebol eram os únicos locais
onde era normal, aceitável e até recomendável dois ou mais marmanjos irem
juntos ao banheiro. E nem era por conta de nenhuma pederastia. Era questão de
segurança mesmo.
Uma vez que o torcedor
levantava do seu cantinho pra tirar aquela indispensável água do joelho era
praticamente impossível retornar para o mesmo lugar. Ou o torcedor errava o
portão e acabava em outro setor do estádio, ou até conseguia voltar, mas, tinha
alguém já instalado em seu lugar. O jeito era chamar os amigos para aquele “tour”
do intervalo rumo ao banheiro. Onde se perde um, perdem dois, perdem três, mas,
juntos. Isso sem falar no risco de entrar no portão de acesso à torcida
adversária! O linchamento era inevitável!
Não era a toa que muitos
torcedores, receosos de perder o lugar na arquibancada ou de tomar uns sopapos
da torcida coirmã, acabavam por aliviar-se do jeito que dava, assim, sem a
menor cerimônia. Talvez, se o amigo Rudolf fosse brasileiro, isso não teria
acontecido; ele poderia ter feito as suas necessidades num copinho plástico,
como mandam as leis da arquibancada.
Amigos, eu acredito na
história do suíço. É claro que, no Brasil, um “perdido” dessa proporção
raramente aconteceria. Mesmo perdido, o camarada acaba se enturmando, encontra
uma galera, pega um ônibus e desce sem pagar, fila um lanche e, mais cedo ou
mais tarde, encontra o caminho de casa. Com um suíço é diferente; tem vergonha de pedir um fiado, de pular
catraca, enfim, é um lance cultural mesmo. O brasileiro, por sua vez, raramente
se perde, exceção feita, é claro, ao perdido proposital muito comum em feriados
prolongados e vésperas de Carnaval, mas, nada que se compare à história do
nosso herói Rudolf.
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