segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Onde terminará minha desconfiança?

 

Quais atributos devemos perceber num time para que possamos cravar, com toda euforia e pompa, o favoritismo à um título? Andei pensando muito nisso ao ver os números do Corinthians no Campeonato Brasileiro. Sim, pois chegamos à um pouco mais da metade do campeonato, a equipe tem números impressionantes, mesmo assim, ainda não me sinto confortável em dizer que é a melhor equipe do país. Neste momento, o Corinthians tem o melhor ataque, com 42 gols. Possui a melhor defesa, com 19 gols. São exatos 17 partidas sem saber o que é ser derrotado, com doze vitórias e cinco empates. Favoritismo? Não.

Saindo dos números, frios e exatos; olhando para o lado humano, tático: Cássio, Uendel e Fágner. Gil e Felipe. Dignos de qualquer grande equipe. Uendel numa fase extraordinária, Fágner na melhor de sua carreira. Gil cotado para seleção brasileira. Felipe, depois de altos e baixos, escalado por Tite, sem qualquer dúvida, quando analisado sua estatística: a equipe sofre menos quando ele está em campo. No meio de campo, até outro dia., Bruno Henrique; um volante moderno, com uma saída de bola que o qualquer treinador queria em campo. Machucado, saiu. Substituído por Ralf, que dispensa comentários, ainda que não esteja em boa fase. Elias, Jadson e Renato Augusto são a alma da equipe, quando estão bem, tudo funciona. E no ataque Vágner Love e Malcon.

Sim, é uma equipe muito boa.

Deixando os números de lado, saindo da individualidade dos jogadores, entrando no mérito tático: Tite monta a equipe exatamente como quer. O desenho tático não se altera em nenhum momento: dentro e fora de casa, ganhando ou perdendo. É uma maneira de jogar. Ora tem mais agressividade, ora joga no contra-ataque, ora sufoca o adversário e muitas vezes sufocado. Mas uma coisa ninguém pode criticar: não tem como dizer que o Corinthians não tem padrão de jogo. E ainda mais, considerando as críticas em relação as outras equipes, quando se diz que um técnico foi demitido por não ter dado um “padrão de jogo” à equipe, devemos considerar que Tite está num bom caminho.

Campanha, questão técnica e questão tática. São três itens analisados que foram, a grosso modo, vistos como positivo na equipe do Corinthians. Com tudo isso, deveria ter a certeza que o time é a melhor do campeonato, que o favoritismo é latente e que o título é uma questão de tempo. Mas, afinal de contas, qual a razão de ainda não certeza sobre isso? É certo: certeza no futebol é uma surpresa, muitas vezes indesejada. Mas com os números, com o parecer, eu teria que ter, pelo menos, mais esperança na equipe, não? Quais os atributos que ainda estão faltando? Na verdade; eu não sei.

Pode ser a falta de um jogo realmente maravilhoso. Pode ser a falta de uma sequência de vitórias. Pode ser a falta de jogos sem sofrimento. Pode ser a falta de uma vitória em clássico: é verdade, no campeonato para o Corinthians constam seis clássicos, enquanto para Atlético Mineiro apenas dois. Vencer clássicos é a moral de campeão, é a certeza; cravada. Corinthians precisa ganhar um clássico para efetivar o título, e mais que isso, não apenas na disputa das torcidas, mas pela pontuação. Pode levar a taça sem ganhar clássicos? Evidente, esforçando-se para recompor os pontos perdidos com equipes menores, ou inferior tecnicamente.

Exclusivamente na liderança, Corinthians ganhou os jogos, bem ou mal, daqueles que seriam sua obrigação. Ganhou jogos que foram surpreendentes. Numa linha tênue entre péssimos resultados, escolheu sempre o resultado melhor, ainda que não fosse o seu melhor, ou o esperado. 





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