sexta-feira, 15 de maio de 2015

A ressaca: o outro dia era da desclassificação



Confesso que ficava mais exposto antigamente: a ressaca da derrota ou de uma desclassificação era terrível. Hoje não mais. Dói como dói perder. Mas além disso, desgaste, brigas e intrigas com a torcida adversária faz parte do passado. Vai ver que é a idade. Com o tempo decidimos pelos bons vinhos, durando a ressaca apenas a quantidade que extrapola. Extrapolar no futebol é se ofender com parente tirando sarro, se ofender com o amigo que propaga essas brincadeiras (às vezes sem qualquer graça) pelas redes sociais da vida. Ficar bravo é só uma questão de idade.

Com o tempo, com as derrotas e com o bom gosto do bom futebol, vamos aprendendo que determinadas coisas não acontecem de véspera. Tirar um time mais fraco é sempre tão complicado quanto ganhar de um grande. Principalmente quando as coisas não caminham bem dentro e fora do campo. Foi mais ou menos isso com o Corinthians. Perder do Guarany do Paraguai não passava pela cabeça de nenhum torcedor, favorável ou não. Seria um vexame, todos pensavam. E foi. Mas o vexame tem lá sua relatividade também no esporte. O adversário valoriza demais uma derrota, o perdedor sofre demais com a chacota. Ambos exageram, como são exageradas nossas críticas. Vamos falar a linguagem do Tite: Teve merecimento? Teve. Bingo!

Corinthians é o melhor time do Brasil, a manchete de fevereiro. Não foi preciso muito para que torcedores rezem agora para evitar um novo rebaixamento. Vamos com calma, embora tudo possa acontecer; é um tanto demais dizer que o Corinthians é o pior time do campeonato. Ainda que fosse verdade, que o elenco fosse terrível; não é bem por aí que se mede um desempenho. É verdade que a situação assusta. Dentro de campo o time está desorganizado, nervoso; perdido. Fora do campo, o time está devendo as calças. Financeiramente a situação é péssima, mas não difere de noventa por cento dos times brasileiros. O dinheiro acaba interferindo dentro do campo, confessem ou não.

O ano não acabou. Já vi equipes renascerem das cinzas. Já vi bêbado chegando em casa são e salvo. Vinho bom, volto a lembrar. Corinthians tem uma bela equipe, jogadores um pouco acima da média. Tudo isso facilita quando temos uma competição tão longa (e chata) como o Brasileirão. Em meio ano tudo acontece: melhores ficam piores, etecetara e tal. Resta saber como a equipe vai se comportar com a trombada. Será que “os pontos corridos” facilitam o trabalho de quem precisa pontuar e ser regular? A regularidade se mede com o desempenho, a vontade e a sabedoria da equipe. Corinthians perdeu aquele futebol do começo do ano e está vivendo apenas uma fase ruim?

Se a resposta for positiva, contem que ele é uma das equipes que estará, ao longo do campeonato, nas primeiras posições. Mas, caso a coisa fique mais estranha ainda, melhor acreditar na reza, na figa e qualquer outro amuleto que espante a má fase; pois o time vai precisar de algo sobrenatural. Embora não acredite na possibilidade do rebaixamento, ele é um fantasma que chega nas horas mais impróprias, mas da maneira mais prevista possível. Falta de dinheiro é um indicio de desclassificação, má fase e consequentemente rebaixamento.




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