Acho que é raro,
mas nunca na história do futebol paulista tivemos tantos dissabores com o
chamado quarteto de ferro. O futebol dos grandes de São Paulo, que sucumbiu nos
anos anteriores, agora chega ao desfecho ainda mais extraordinário: não
conseguiu nenhum título. Estamos, nos
paulistas, no eixo geográfico mais importante do Brasil, mas de fato nos
tornamos uma ilha afastada; com algum abandono; sem graça. A Federação Paulista
não consegue ajudar a recuperar o prestígio do nosso território. Os clubes
esgotados em direitos sem imagem sofrem com seu amadorismo e a politicagem mais
rasteira possível. Não existe um projeto de recuperação para nosso futebol.
Dos quatro
grandes, dois se contentaram com a classificação para Libertadores; como termo
de graduação das mais inflamadas e fantásticas temporadas. Balela! Tivemos um
resultado pífio. São Paulo e Corinthians sequer incomodaram o líder Cruzeiro. A
irregularidade crônica dos dois times é falta de planejamento; desorganização
micro num já desorganizado futebol macro.
Mas dizem:
poderia ser pior.
Ponte Preta pela
série B do brasileirão poderia ser a chave de ouro, mas não foi. Perdeu quando
não poderia perder; e ainda que tenha conseguido a classificação para a Série
A, ficou sem o título. Ituano campeão paulista, por mero detalhe, já que é
impossível a participação de qualquer time mineiro no campeonato em São Paulo.
Palmeiras
comemorou a desgraça alheia como feliz da vida com sua própria incompetência. O
alívio de equipes piores no campeonato foi um oásis comparado a um título. Não
houve volta olímpica, mas fogos. Fogos tímidos de uma derrocada que poderia ser
pior; bem no ano das festividades do seu centenário. Bem no ano que inauguraram
um estádio moderníssimo aos moldes europeus. Nem a arena, nem os torcedores
mereciam um presente tão cruel como o descenso.
Não temos muito
que comemorar. Mas poderia ser pior, volto a repetir. É a desculpa para o
sorriso amarelado. São Paulo e Corinthians com vaga na fantástica Libertadores.
Palmeiras com o pior time de sua história continua na série principal. Santos?
Nem cheirou, nem fedeu; como dizem os antigos; fez o básico para não virar
piada aos adversários; mas nada que pudesse entrar para história.
Assim, melancolicamente
encerramos o ano. Um ano que poderia ser esquecido. Ou melhor, ano que não será
lembrado, pois não existiu para os grandes de São Paulo, como não tem existido
para nós, cronistas neste espaço.
Soluções para
2015?
"E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida...."
Fágner, Canteiros.
Fágner, Canteiros.
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