quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

PS4: Aguardando ansiosamente por 2015



Todo mundo conhece uma criança. Claro que conhece. Conhece aquele moleque ligado em jogos eletrônicos e coisas parecidas. A minha geração vive desconfiada de tanta tecnologia, principalmente quando o assunto é futebol. Então, voltando a criança: pergunte qual o seu ídolo no futebol. Acrescente, depois de uma resposta na ponta da língua; se ela viu esse sujeito jogar alguma vez. Ficarão espantados com a resposta. Sim, elas têm ídolos no futebol, mas raramente viram um jogo inteiro, pelo menos um jogo de verdade.

Pasmem, eles têm ídolos por causa dos jogos eletrônicos.

Vou dizer uma coisa: o negócio realmente é fantástico. Quem já viu uma partida no Plastation ficou extasiado com a aproximação de um jogo de futebol de verdade. Com uma diferença: quem manda nos jogadores são os telespectadores. É claro, para isso é necessário um domínio de todas as funções do jogo, com seus vários botões, com inúmeras sequencias, entre R1, L1, R2 e etecetara e tal. Outro dia vi uma criança assistindo um jogo pela televisão – não me lembro qual era o jogo – Fiz uma pergunta sem muita pretensão, até mesmo pela minha curiosidade em relação a esse comportamento infantil. Ela me disse em alto e bom som: não gosto de assistir jogos de verdade porquê os jogadores perdem muitos gols e erram muitos passes. Se eu estivesse controlando, não errariam tanto.

Sim, meus caros. A impressão que essa molecada tem do futebol, pelo menos aquele que passa na televisão, é que o jogo de verdade é um tanto defeituoso. Os jogos eletrônicos são completos, seguros e controláveis. Um jogo de futebol onde não se pode esquecer um 7 x 1 com um reset, não é um jogo interessante. Com tudo isso tenho algumas questões pendentes: A primeira delas é saber até que ponto essa criança se tornará um adulto que pode enfrentar os problemas da vida real de uma forma menos dolorosa. A segunda delas é saber o que será do nosso futebol se cada vez mais as novas gerações acabam se desinteressando pelo esporte.

Como não sou psicólogo, penso demais na segunda questão.

A ausência de campeonatos (pelo menos no Brasil), acaba criando um hiato cheio de dúvidas e críticas. Todos os comentaristas esportivos, das diversas mídias; são unânimes ao falar sobre o futebol nacional: estamos na pindaíba. Estamos sem dinheiro, sem condições de buscar na base a solução; e com dirigentes que acabam se livrando dos problemas centrais endividando-se ainda mais com contratações absurdas.

Ao final de tudo, parece que o jogo eletrônico é o único lugar em que torcedores não morrem por vingança, jogadores recebem seus salários em dia; e qualquer goleada vira uma questão de tempo.


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