Fim das eleições, fim do período
eleitoral. Vivenciamos as eleições mais disputadas dos últimos anos e com
maiores discussões entre as “torcidas” adversárias. Isto mesmo. Houve
discussões, entre novos e velhos conceitos, entre o limpo e o sujo, mas poucas
ideias e assuntos construtivos. Pouca novidade. Conceitos pouco formulados, se
sobrepondo a qualquer debate racional. A conclusão que tiro disto é que, mesmo
após 30 anos, nossa democracia ainda está em processo de amadurecimento ou
construção. Neste período o futebol ficou em
segundo plano. Num Palmeiras x Corinthians o tema vertente foi Dilma x Aécio,
PSDB x PT, ou até modos de produção em “debate”. Bom seria, mas contanto se estes temas políticos
também fossem desprovidos de “paixões”.
Nosso editor perguntou-me sobre o
porquê da escassez de postagens no nosso blog. Respondi que me faltava
inspiração para tal. O que move o futebol é a paixão. E como a paixão é
volúvel, às vezes “brigamos” com nossos clubes de coração. Ando meio divorciado
com o futebol, desquitado com meu time. Como uma moça bonita que perdeu seu
encanto e já não desperta tanto interesse. Pensei que apenas eu estava padecendo
deste mal, mas um santista do meu serviço me disse que tem acompanhado pouco os
jogos do Santos. “Você viu como foi?” Eu respondi que também não havia visto os
gols da última rodada (como não vi até escrever este post).
A paixão continua, mas a libido
despencou. E como torcedor de um clube grande (lá vai meu instinto passional
novamente), não consigo acompanhar um campeonato em que ainda na metade do ano
(apesar de já estar chegando novembro), você sabe que seu time não tem chances
de ser campeão. Uma pela fórmula limitadora de disputa – que poda qualquer tipo
de esperança - e outra pela própria
condição do seu time. Ficar vendo a festa dos outros, durante dois ou três
meses, não dá.
Vaga na Libertadores ou
Sulamericana, estes para mim, não são motivos para a conquista da audiência. A
vaga para estes torneios não garante nada, nem sequer prestígio, apenas uma
receita melhor para os clubes. E para o torcedor, o que importa é o caneco e a
chance de poder disputá-lo.
E não sei também se isto incentiva os jogadores. Acredito que não. Muitos nem sabem se vão continuar no clube ano que vem. Um sintoma disto é a própria oscilação do Santos, que quando parece que vai chegar ao G4, acaba dando uma escorregada. O principal objetivo mesmo, não será mais alcançado; não há tanto motivo assim para sujar o calção.
Torço para que este meu desquite
termine logo. Vai depender do poder de conquista que o futebol e principalmente
o meu clube poderá exercer. Mas com esta fórmula, confesso que fica difícil.
Você ama, mas está querendo um pouco de distância, “dar um tempo”. Cansado de
disputas por “vagas”. O que vale, é a faixa no peito.
Quarta-feira o Santos enfrenta o “quase
virtual campeão brasileiro”, pelas semifinais da Copa do Brasil. Torcida pelo
empate e tentar a sorte em casa. Sofrimento à vista pelas limitações e pela
dificuldade em se jogar fora. Última esperança para os santistas conquistarem
algo este ano. E no final do ano, também tem eleições no clube. Tentaremos fazer
um suco para o próximo post com estes temas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário