Vejo
enfraquecido este espaço. Livre de qualquer cobrança, deixamos a Deus-dará a
motivação para traçar algumas linhas sobre o esporte que dizemos amar. Há
explicação, mas, mesmo assim; não há como explicar. Talvez a Copa do Mundo e
sua goleada humilhante. Embora antes disso, bem antes disso, uma sistemática
nevoa nos tirando todo e qualquer brilho no horizonte. Sei lá, os dias de hoje;
sobretudo pelas eleições tão presidiárias; andam tomando nossos dias em brigas
palheiras ao futebol; em botecos e com gente amiga, que dizemos nossos
adversários. Dilma e Aécio sobrevoando nossas análises, definindo nosso estilo;
determinando nossas forças.
O
futebol aqui nunca foi tão ignorado.
E
não venham me dizer que falta tempo, pois em nossas vidas nada de novo
estabelecendo parâmetros extraordinários. A vida ordinária, das nossas
primeiras páginas, com textos desconcertantes e originais; têm o mesmo espaço
tempo da nossa inadvertida ausência. Estamos em branco, não pelo tempo; nem
pela falta de assunto, mas por algo que eu prefiro não entender. Há um pouco da
política, do dinheiro; dos negócios que são feitos longe do pano; escancarados.
Mas este futebol de agora sempre existiu, ou estou enganado? Será que éramos
inocentes ao ponto de amar o futebol como se fosse uma verdadeira paixão?
O
futebol é ícone de vários assuntos em nossa volta, como crimes, assassinatos;
roubos, mulheres, bebidas e drogas. O futebol também tem a política mais baixa,
quase mafiosa; terrível. Ainda que nosso sonho fosse dizer algo sobre o futebol
se atendo apenas ao que acontece dentro dos gramados; sabíamos que o contexto
explicaria muito melhor uma derrota ou uma vitória do jogo em questão. Mas o
contexto também pode explicar nossa falta? Seria nossa fraqueza abandonar o
futebol agora, quando ele precisa ainda mais; e com mais liberdade; uma
opinião? O contexto determinou esse nosso abandono?
Deixo
a explicação para cada um, ao seu modo; com sua sabedoria.
A
minha é um tanto absurda; um tanto desconcertante; muito pessoal. O futebol
nunca foi uma paixão, mesmo quando; nos momentos mais memoráveis, eu estava
feliz com ele. De todos aqueles que escrevem por aqui, sou o que menos gosta de
futebol; ainda que esse tipo de posicionamento não possa ser quantificado. Não
sou daqueles que, num domingo de Sol; fica olhando para a televisão assistindo
um jogo de futebol. Algumas raras exceções vejo outro time, que não seja o meu
clube de coração. E quando assisto qualquer jogo que me parece ruim, não
consigo ficar mais que vinte minutos para saber o resultado. Típico
comportamento de quem não tem muito o que dizer sobre o esporte, não?
Afinal
de contas qual o motivo de não aparecer mais nenhum texto sobre futebol?
Estamos cansados dele ou não há nada de novo para falarmos? Sempre há uma
novidade, mas muitas vezes o assunto já nos parece batido e discutido ao máximo,
sem nada a acrescentar.
.
2 comentários:
Que foi isso? Uma intimada do editor? Cadê o texto?
E que negócio é esse de que você é o menos apaixonado por futebol? Ah, é assim? Criança feia não tem pai?
Calma!
Os textos surgirão conforme formos nos recuperando de todo esse turbilhão que tem sido o ano de 2014. Faço aqui uma confissão; não assisti a nenhum jogo de futebol inteiro desde o 7 a 1 na Copa. Nem fiquei triste pelo resultado ou traumatizado, foi a falta do luto (que o Tostão também sentiu falta) que me incomodou, como se o morto (futebol brasileiro) não merecesse algumas homenagens, um luto da viúva, discussões sobre o futuro. Que nada, nem bem o defunto foi enterrado e já estávamos chupando um Chicabon da indiferença e fazendo um recall do Dunga. Estou saindo do luto agora. Aliás, assisti no sábado passado alguns momentos do time do Bayern do Guardiola goleando o Bremen por 6 a 0 . Que time! Vai levar ainda algum tempo pra eu tentar assistir a um jogo de Copa Sulamericana, por exemplo, mas, estou voltando.
Imagina eu, então... Nem bem respirei dos mal fadados 7x1, e meu Palestra foi definhando até segurar a lanterna do Brasileirão do País da Copa... Agora, que tomou um ligeiro fôlego, me animo de novo a escrever algo, mas realmente a broxada foi grande...
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