Os torcedores da Lusa são caras assim que nem eu, camaradas esperançosos, sortudos e que não gostam do trivial. Sujeito que torce em dobro ou até triplamente. Os são-paulinos, palmeirenses, santistas e corintianos que me perdoem, mas é o torcedor da lusa que torce de verdade. Torcer para time que ganha campeonato de tempos em tempos, que não é rebaixado e depois precisa lutar para subir... Isso não tem graça nenhuma para nós. É como apostar no cavalo favorito no turfe. Qual é a graça? Nenhuma.
Torcer para Lusa tem algo de realmente provocador. É não ter medo de torcer pelo mais modesto e menos conhecido entre os times da capital paulista. É ter orgulho, achar bonito e especial a única camisa rubro-verde dos times brasileiros. É fazer compras na quitanda do seu Zé mesmo tendo o Wall*Mart na porta de casa. Não senhores, este ato não é racional. Não pelo menos do ponto de vista de uma lógica de custo-benefício. A única lógica aqui são as dos valores e a das paixões. Aí sim, vale toda a pena gritar Lusa a cada gol.
Neste espírito, ir no Canindé e comer tremoço durante os jogos é anti-hegemônico. Somos espartanos e não temos medo de nada, nem dos “grandes”. Sempre apoiaremos o David, o mais fraco e frágil, e não contemplaremos a suposta força do Golias. Acreditamos que os fortes sucumbirão engessados nas suas monstruosas estruturas e que nós triunfaremos, pois como parafraseando um velho filósofo, quem não tem nada mais a perder só poderá ganhar.
Além disso, qualquer torcedor de outro time grande, torce para seu time ganhar e pronto, fim de papo. O torcedor da portuguesa não. Normalmente nós torcemos para que a Lusa ganhe e para que o juiz não influa no resultado da partida ou do campeonato. Nós nos lembramos muito bem de um certo árbitro argentino de nome Javier Castrilli. Este senhor em 1998 acabou com nosso sonho na semi-final do campeonato paulista e pos fim também a um trabalho magnífico que estava sendo feito. Além destas duas, ainda tem a torcida da pré-temporada. Nesta ocasião, botamos fé para que o clube mantenha um elenco respeitável e não venda seus craques para saldar eventuais compromissos financeiros.
Mas não costumamos culpar os outros pelos nossos eventuais tropeços, pelos nossos quase-campeonatos, nada disso. São estes “quase” que nos fortalecem, nos estimulam a fazer a única e mais nobre coisa que um apaixonado por seu time deve fazer: torcer! É por tudo isso que me sinto um sortudo em torcer pela Lusa. Pois não sou mais um entre tantos que contempla um leviatã deitado num hall de esplendidas conquistas do seu clube.
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(Enviado por Lula - Fanático torcedor da Portuguesa).
2 comentários:
Não sei se todos os torcedores da Lusa são assim, mas, sei não, posso estar enganado, notei uma pontinha de soberba nesses torcedores lusitanos. Deve ter sido apenas impressão minha.
soberba não é com a gente não, fique traqnuilo...
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