Olá leitores! Este
foi um final de semana com muita ação, emoção e frustração.
Seja na Fórmula 1, na MotoGP, no WRC ou na NASCAR, foi muito forte a
sensação de “foi bom, mas...” em todas as corridas.
Comecemos pela
categoria rainha, que foi enfrentar o forte vento e a quantidade
razoável de areia na pista no Bahrein para a corrida nº 999 da
categoria. Uma corrida que deve ter acendido o sinal de alerta lá
pras bandas de Maranello, que corre o seríssimo risco de, desde
1950, pela primeira vez atravessar uma década inteira sem conquistar
título algum, seja de pilotos, seja de construtores. Na segunda
metade da temporada passada nitidamente faltava velocidade aos carros
italianos para acompanhar os Mercedes e até os Red Bull em algumas
provas… os testes de inverno no hemisfério norte deram alguma
esperança para os fãs, porém na hora do “vamos ver”, na hora
em que realmente a coisa valia alguma coisa, os carros foram
impotentes na Austrália e mostraram velocidade mas falta de
confiabilidade no Bahrein. Dizem as más línguas que na Austrália
andaram com limitação na potência disponível nos motores, e que
haja vista o desempenho pífio resolveram liberar para os pilotos no
meio do deserto… pois bem, novamente o desempenho ficou devendo.
Consta que teria dado problema em um dos cilindros do motor e que ele
conseguiu minimizar o problema com o sistema de recuperação de
energia, mas esse sistema também deu problema, e levando em conta
que são apenas 3 motores para o ano todo, a segunda metade de 2019
tem tudo para se tornar em uma fase extremamente difícil para os
carros de Maranello… afinal, é onde estão pistas que exigem do
motor como Spa, Monza, Hermanos Rodriguez COTA e mesmo Interlagos.
Sim, ou a Ferrari encontra LOGO o caminho ou vai se ferrar… sem
trocadilho.
A vitória caiu no
colo de Lewis Hamilton, que não teve o carro mais veloz do final de
semana mas com certeza teve o que não deu problema mecânico – e
lembremos que para vencer uma corrida primeiro você precisa chegar
ao final dela… teve uma atitude muito bonita para com aquele que
foi o “vencedor moral” da corrida, Charles Leclerc, que em sua
segunda corrida pela Ferrari já mostrou a que veio e chegou a ter
quase 10 segundos de vantagem para Lewis antes do carro apresentar
problema, elogiando e dirigindo palavras de apoio para o jovem
monegasco. Em 2º lugar chegou seu escudeiro, Valtteri Bottas, que
começou muito bem a corrida mas “voltou ao normal” após a
excelente corrida da Austrália, sendo constantemente mais lento que
Hamilton após as 10 primeiras voltas. Tem que agradecer à Ferrari
seu lugar no pódio.
Em 3º,
profundamente desapontado, chegou o grande nome da corrida, Charles
Leclerc, que fez a pole no sábado (coisa que o festejado e badalado
Max Verstappen não conseguiu ainda), perdeu 2 posições na primeira
volta, as recuperou com arrojo, fez a volta mais rápida da prova e
só não venceu por conta da falta de confiabilidade da máquina
italiana. Como disse Hamilton, ele ainda tem muitas vitórias pela
frente, desde que a Ferrari (ou a equipe para onde ele for quando se
cansar das confusões por lá) dê carro que lhe permita chegar ao
final da corrida na frente… seu companheiro Alemansell, ops,
Sebastian Mansell, ops², Sebastian Vettel (5º lugar) até que não
chegou em uma má posição para quem rodou sozinho, quebrou a asa
dianteira (segundo ele, culpa das vibrações dos pneus após rodar
sozinho) e mesmo com pneus macios no final não conseguiu alcançar o
Verstappen. Pelo teor das desculpas, culpando até mesmo o vento pela
rodada, deve ter feito curso intensivo com algum ex piloto brasileiro
da categoria…
Em 4º terminou Max
Verstappen, que arrancou tudo o que o carro ofereceu para ele e
também reclamou do vento (mas não rodou sozinho…) e da aderência.
Creio que a areia tenha tido algo a ver com os problemas de
aderência. Seu companheiro Pierre Gasly (8º lugar), ainda em fase
de adaptação com o carro, não fez um serviço bom mas também não
foi mal, participou muito mais de disputas do que na Austrália e já
demonstrou evolução. Vamos ver quanto tempo vai levar para o
Ciclope começar a pegar no pé dele.
Em 6º chegou outra
grata surpresa do domingo, Lando Norris, marcando seus primeiros
pontos com a McLaren. Largou em 9º, caiu logo no início pra 14º
lugar e veio galgando posições, até chegar ao 7º lugar e ser
beneficiado com a quebra no carro de Hülkemberg, herdando a sexta
posição. Mostrou que pode trazer para a F-1 seu bom desempenho
mostrado na F-2 até ano passado. Seu companheiro Carlos Sainz Jr.
(19º) começou bem a prova, até se tocar com Verstappen (minha
opinião: muita ingenuidade querer passar Mad Max por fora…) e ter
de ir trocar o bico do carro. Depois abandonou com problemas de
câmbio.
Em 7º chegou o
veterano Kimi Räikkönen, mais uma vez levando o carro da Alfa Romeo
aos pontos e participando de algumas interessantes disputas de
posição. Seu companheiro Antonio Giovinazzi (11º) foi melhor no
final da prova que no começo, e saiu da corrida com a sensação que
poderia ter feito mais. Concordo com ele.
Em 9º lugar outro
estreante mostrando a que veio, Alexander Albon, marcando seus
primeiros 2 pontos com a Toro Rosso, em uma corrida sólida e
combativa. Gasly que não se cuide que até o final do ano o Albon
vai para o lugar dele… seu companheiro Daniil Kvyat (12º) fez o
esperado: patinou na largada, rodou em disputa de posição, batalhou
muito para recuperar as posições perdidas com os próprios erros…
nada de diferente do previsível.
Fechando a zona de
pontos chegou Sérgio Pérez, beneficiado com o problema mecânico da
Renault, mas ao mesmo tempo merecendo o ponto por conta das
dificuldades que teve com os freios do carro. Não foi um grande
desempenho geral, mas foi o que o carro permitiu. Seu patrão Lance
Stroll (14º) já começou a prova se enroscando com Grosjean, ou
seja, começou com um azar daqueles… aí foi tentar minimizar o
prejuízo, o que não foi fácil.
Gostaria de
ressaltar o bom final de semana do brasileiro Sergio Sette Câmara na
F-2, terminando a corrida longa no sábado em 3º lugar e conseguindo
um grande 2º lugar na corrida curta, preliminar da F-1 no domingo.
Parabéns, garoto!!!!!
Próxima corrida dia
14/04, na China. Vamos ver qual será a maneira que a Ferrari
encontrará para me decepcionar…
Na Córsega tivemos
uma das mais tradicionais etapas do WRC, rali antigamente alcunhado
de “ralí das 10.000 curvas”, tamanha a falta de trechos em linha
reta nas especiais, e com cenários alucinantes compostos
frequentemente por paredão de pedra de um dos lados e um penhasco em
direção às árvores ou ao mar de outro. As pistas muito estreitas
também aumentam a dificuldade, em que pese a edição desse ano ter
utilizado percursos inéditos em mais de ¾ do percurso. Etapa
esperada com muita ansiedade pelos Sébastien, seja o Ogier, seja o
Loeb (em mais uma participação especial). Kris Meeke, que chegou
como líder do campeonato, sofreu com furos nos pneus, assim como Ött
Tanak e Elfyn Evans, esse último de maneira mais cruel: terminou o
sábado como líder, e teria apenas uma especial no domingo para
sacramentar a vitória… mas um pneu furado no seu Fiesta fez ele
perder um minuto e meio, e terminou a prova em um honroso 3º lugar.
Quase digo que Elfyn foi o Leclerc do WRC esse final de semana… a
vitória acabou caindo no colo de Thierry Neuville (Hyundai), que com
isso assume a liderança do campeonato. O pódio foi completado por
Sébastien Ogier em 2º, um prêmio para quem teve tantas
dificuldades com seu Citroën.
O mundial de
Motovelocidade foi para a Argentina correr na bela pista de Terras de
Rio Hondo, prova da visão dos hermanos ao criar um autódromo em uma
cidade que já tem uma ótima infraestrutura turística, gerando mais
uma fonte de receita fora da alta temporada. Nem preciso dizer que
tem outro país que não aproveita isso, mas… enfim, vimos na
MotoGP duas corridas diferentes. Uma apenas com Marc Márquez na
frente, isolado, soberano e intocável. Talvez a vitória mais fácil
do MM93 nos últimos tempos. Outra corrida, bem mais competitiva, do
2º lugar para trás, e que teve como vencedor Valentino Rossi, que
na última volta fez uma bela ultrapassagem sobre Andrea Dovizioso,
cuja Ducati não apresentou o mesmo bom desempenho da primeira prova.
E efetivamente Dovi não era o participante mais feliz do pódio…
enfim, a continuar a temporada como começou, a disputa pelo título
acaba com 2/3 do campeonato, no máximo. Rossi terminou quase 10
segundos atrás de Márquez, mas a vantagem para o segundo colocado
chegou a ser maior que isso. A ressaltar a boa prova de Alex Rins com
a Suzuki (5º lugar) e uma Aprilia e uma KTM entre os 10 primeiros,
respectivamente 9º e 10º lugares, com os irmãos Espargaró, Aleix
à frente de Pol.
A NASCAR foi até
uma das pistas favoritas da categoria, o Texas Motor Speedway, para a
sétima etapa do ano. Etapa essa que não foi vista pelos fãs
brasileiros da categoria, pois a retransmissora da categoria para o
Brasil achou que um importante jogo do campeonato ARGENTINO de
futebol seria mais interessante para o espectador BRASILEIRO… é,
tem um bocado de gente comandando emissora de esportes que não faz a
menor ideia do significado da expressão “rivalidade esportiva”…
pior de tudo, foi anunciado que a corrida passaria pelo “aplicativo
de celular” da emissora, e claro que não houve a tal transmissão.
Depois os fãs abandonam os canais por assinatura em busca de “links
piratas” para acompanhar a prova e os mesmos engravatados de m…
reclamam da queda de assinantes. Enfim, o grande nome da corrida foi
Denny Hamlin, que mesmo tendo sofrido punições teve um carro veloz
o suficiente para ao final das 500 milhas de prova estar na liderança
da corrida, além de ter vencido o segundo segmento (o primeiro ficou
com Joey Logano). Foi seguido por Clint Bowyer em 2º lugar, após
uma apresentação boa como ele mesmo não fazia há algum bom tempo,
e com a surpresa do jovem mexicano Daniel Suárez em 3º lugar, a
melhor colocação dele até hoje. Em 4º chegou outro jovem piloto,
Erik Jones, à frente de uma das lendas da categoria, Jimmie Johnson,
com o melhor dos carros da Chevrolet na corrida. Aliás, o
heptacampeão fez a pole position, feito que não conseguia há um
tempo razoável, e foi o segundo piloto a liderar maior número de
voltas (60, atrás apenas de Kyle Busch, 10º colocado, que liderou
66). A se confirmar essa melhora de desempenho do carro da Hendrick,
arrisco a dizer que o octacampeonato pode se tornar realidade.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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