Olá leitores!
Lembram-se de um capacete que o Valentino Rossi usou certa
vez com a frase “galinha velha ainda dá um bom caldo”? Pois é, foi o que
presenciamos esse final de semana em Austin, com Kimi Mattias Räikkönen, 39
anos, voltando a vencer na Fórmula 1 e se tornando o piloto finlandês com maior
número de vitórias na categoria (21). Aliás, em conversa com alguns amigos também
torcedores da Ferrari, chegamos à conclusão que, neste exato momento, seria
melhor mandar o Vettel (ainda muito rápido, mas profundamente instável
emocionalmente e sujeito a erros de principiante) para a Sauber e manter o Kimi
para fazer dupla com o Leclerc ano que vem... podem escrever, ou o Vettel
reencontra o seu “centro” emocional, ou o Charles vai dar um BANHO no alemão
ano que vem. Digo mais: se Jules Bianchi não tivesse sofrido o acidente que o
vitimou, provavelmente ele já estaria na Ferrari e o Vettel já teria saído da
equipe.
Vitória de Kimi Räikkönen, sua primeira desde o GP da
Austrália de 2013, comemorada com sua “efusividade” habitual e primeiro dando
um gole no champanhe, depois espirrando o líquido nos companheiros... afinal,
bebida boa não deve ser desperdiçada. O experiente finlandês fez uma excelente
largada, assumiu a ponta ultrapassando Hamilton, a perdeu quando o inglês aproveitou
o safety-car virtual para trocar seus pneus, e a retomou mais tarde quando
Lewis teve que parar por conta dos pneus muito desgastados para terminar a
prova. Excelente corrida do finlandês. Seu companheiro Sebastian Vettel (4º)
até que conseguiu se recuperar bem da rodada no começo da prova, quando
disputava posição com Ricciardo, e sua determinação para ultrapassar Bottas no
final da prova adiou para o México a decisão do título – não que eu ache que
passe do México, diga-se de passagem...
Em 2º terminou Max Verstappen, que foi brilhante nas últimas
voltas no seu duelo para segurar as investidas de Lewis e vendeu a 2ª posição
caro o suficiente para o inglês sair pra área de escape e não conseguir
finalizar a manobra. Max estava em um dia inspirado em Austin. Seu companheiro
Daniel Ricciardo continua comendo o pão que o Helmut Marko amassou, e abandonou
antes da 10ª volta com quebra no carro. Esse está torcendo para o ano acabar o
quanto antes....
Em 3º chegou Lewis Hamilton, cuja ótima pilotagem foi
prejudicada pelo desgaste excessivo de pneus do seu Mercedes, mas que continua
como franco favorito ao título, a festa apenas foi adiada por uma corrida... seu
vassalo Valtteri Bottas (5º), menos hábil ao volante, sofreu mais ainda com o
desgaste dos pneus, e deve ficar feliz pela quebra do Ricciardo, senão teria
sido sexto colocado.
Em 6º lugar terminou Nico Hülkemberg, em um belo resultado
para a Renault, que se adaptou bastante bem ao autódromo texano e permitiu que
ele mostrasse sua habilidade ao volante. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. (7º),
mesmo tendo recebido uma punição meio “Mandrake” dos comissários também fez uma
grande corrida, e a equipe Renault mostrou que foi, de longe, a “melhor do
resto” esse final de semana.
Em 8º chegou Sérgio Pérez, que tinha um bom carro mas foi
atrapalhado pela estratégia da equipe, que o chamou muito tarde para a troca de
pneus, fazendo com que ele perdesse precioso tempo que não foi possível
recuperar depois. Seu companheiro Esteban Ocon correu bem, inclusive
fisicamente na pista terminou à frente do Pérez, mas foi desclassificado ao
final da prova por irregularidades encontradas no limitador de fluxo de
combustível do carro... alguém na “Force Daddy” vai ter que se explicar com o
novo dono da equipe...
Beneficiado pelas desclassificações de Ocon e Magnussen
(esse último foi constatado que levava mais combustível que os 105kg permitidos
pelo regulamento), o 9º lugar acabou ficando com Brendon Hartley, que fez uma
boa prova para um piloto que já está com o bilhete azul pronto no departamento
de RH da Toro Rosso. Seu companheiro Pierre Gasly (12º) foi prejudicado por uma
posição de largada muito ruim (19º), então dá pra dizer que fez uma prova
positiva.
Também beneficiado pelas desclassificações, o último piloto
a pontuar foi Marcus Ericsson, mais um que vai ter que procurar outro lugar
para investir o grande dinheiro que seus patrocinadores colocam na equipe, já
que não permanecerá na Sauber. Seu companheiro Charles Leclerc (15º) acabou
abandonando por conta dos danos sofridos no enrosco após a largada.
Próxima semana teremos o GP do México, onde em CNTP deverá
ser sacramentado o 5º título de Lewis Hamilton, com muita tequila na
comemoração. Esperemos...
Mas o final de semana não teve apenas F-1, foi cheio de boas
opções para nós, apaixonados pelo esporte a motor. Começando pela etapa do
Japão da MotoGP, que sagrou o 5º título do Marc Márquez na categoria principal,
e dessa vez sem precisar recorrer ao escudeiro Lorenzo, que sentindo fortes
dores no pulso esquerdo fraturado nos treinos livres na Tailândia voltou para a
Espanha para se tratar e não participou da corrida, assim como não participará
da próxima etapa na Austrália. Faz sentido, depois que a moto se rebelou contra
ele e o ejetou por duas vezes nessa segunda metade da temporada, melhor não dar
chance para (mais) azar... será substituído na Austrália pelo Álvaro Bautista,
da equipe satélite da Ducati Ángel Nieto.
Marc Márquez venceu, mas não foi uma conquista fácil: até a
2 voltas do final a disputa entre ele e o Andrea Dovizioso foi intensa, com
direito a passarem levemente pela terra na saída do hairpin e tudo mais.
Entretanto, Dovi deu uma de Vettel e cometeu um erro, no caso levou um tombo...
conseguiu voltar, mas terminou fora da zona de pontuação e sacramentou a
conquista antecipada do pequeno grande piloto espanhol. Em 2º lugar chegou Cal
Crutchlow, que fez uma excelente corrida e sem dúvida alguma mereceu terminar
em ótima posição, e fechando o pódio tivemos Alex Rins, em mais uma bela
exibição da equipe Suzuki. Quem fez uma excelente corrida também foi o 4º
colocado, Valentino Rossi, arrancando de sua Yamaha um desempenho que,
definitivamente, ela não tem.
Londrina recebeu a Stock Car e o espetáculo foi de alto
nível, com duas corridas muito disputadas e atrativas para o público. Verdade
que ambas foram decididas na estratégia de boxe, mas o espetáculo foi bom para
o público. A primeira corrida teve a vitória de Rubens Barrichello, que
ultrapassou a dupla de pilotos da Cimed (Felipe Fraga e Marcos Gomes) na parada
para troca de pneus, ajudado pelo excelente trabalho da equipe Full Time. Um
dia de pilotagem inspirada para Rubinho. Em 2º chegou Jorge Campos, que correu
muito bem e aproveitou um erro de pilotagem do Ricardo Zonta para assumir o
segundo posto no finalzinho da corrida. É aquela velha história, a sorte ajuda
quem está no lugar certo na hora certa... Zonta teve que se contentar com o 3º
lugar, de bom tamanho pela pilotagem apresentada. A segunda corrida também foi
repleta de emoções, curiosamente com Felipe Fraga largando novamente na pole...
sim, ele fez o melhor tempo na classificação, mas perdeu muito tempo na parada
dos boxes na corrida 1, pelo que com a regra do grid invertido largou novamente
na pole na corrida 2. E mais uma vez, foi prejudicado por um pit stop mais
lento que os adversários: utilizando da mesma estratégia do Rubinho na primeira
corrida (parar uma volta após Fraga), Átila Abreu assumiu a ponta e venceu a
corrida com o auxílio de todos aqueles “push-to-pass” que ele não conseguiu
usar na corrida 1 por falha no sistema de acionamento. Em 2º lugar terminou
Daniel Serra, que nas duas corridas do final de semana ampliou consideravelmente
sua vantagem para Felipe Fraga e segue firme no caminho do título da temporada
2018. Eles foram acompanhados no pódio pelo Ricardo Maurício, que realizou uma
ultrapassagem maravilhosa e muito arrojada sobre Fraga para chegar ao pódio.
Esse final de temporada da Stock Car está realmente muito interessante...
A NASCAR teve mais uma etapa eliminatória esse final de
semana, no oval de 1,5 milha em formato de D do Kansas, e a disputa para
decidir quais seriam os 8 pilotos a prosseguir na disputa do título foi
bastante acirrada, já que os últimos 4 colocados na disputa de 12 ainda tinham –
em maior ou menor grau – chance de passar para a próxima fase. Mesmo que na
base da vitória, caso do Kyle Larson, mas tinham. E Larson passou perto...
destaque total para a equipe Stewart-Haas, que tem 4 carros... e os 4 passaram
para a etapa de 8. Chega a lembrar os tempos de domínio da Hendrick. Quem
precisa ficar esperto é Kyle Busch: na parte final do campeonato seu desempenho
tem sido consideravelmente inferior ao que teve na “temporada regular”, mas não
tenho certeza se essa folga de pontos que ele angariou na primeira fase do
campeonato será suficiente para o levar até os 4 que decidirão o título em Homestead
no encerramento da temporada. Por enquanto ele teve gordura para queimar, mas
passou para a próxima fase como líder da pontuação, apenas um ponto à frente de
Kevin Harvick. Hora de acordar. Continuam na busca pelo troféu Kyle Busch,
Kevin Harvick, Martin Truex Jr., Chase Elliott, Clint Bowyer, Joey Logano, Kurt
Busch e Aric Almirola.
A corrida foi muito disputada pelos que lutavam para
prosseguir na luta pelo título, e o 1º segmento foi vencido por Joey Logano e o
2º pelo Kevin Harvick, ambos já classificados para a próxima fase e ambos com
Ford, mas a vitória ficou com o único Chevrolet a continuar na disputa pelo
título, e o garoto (22 anos) Chase Elliott fez por merecer a vitória, liderando
as últimas 43 voltas (de um total de 267) com a competência e seriedade de um
veterano da categoria. Suportou com competência nas últimas voltas a pressão de
Kyle Busch, que tentou bravamente mas não conseguiu se aproximar a menos de 3
décimos de segundo de Elliott para tentar uma manobra de ultrapassagem, e
contentou-se com o segundo lugar que lhe deu a liderança na pontuação do
Playoff. Em 3º lugar chegou Kyle Larson, que contava com essa vitória para
passar para a próxima fase... e quase conseguiu. Promete dar muito trabalho nas
próximas temporadas, sua pilotagem vem melhorando progressivamente. Em 4º lugar
terminou Erik Jones, que se classificou muito bem, à frente de seu tutor
Buschinho (largou em 6º e Buschinho em 7º) e é outro jovem que vem crescendo de
produção, devendo ser a aposta para o futuro da Joe Gibbs Racing. Fechando o
Top-5 chegou Martin Truex Jr., que quer defender seu título e fazer sua equipe
(Furniture Row) abandonar a categoria no final do ano por cima, com mais um
título. Não está fácil, mas ele já provou ter competência para alcançar isso.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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