Olá leitores!
Acredito que, após o GP da Itália, já podemos considerar
Lewis Hamilton como o mais novo pentacampeão mundial da Fórmula 1. Após o GP da
Bélgica deu a impressão que, tendo um melhor carro e melhor motor que a
Mercedes, a Ferrari poderia ir buscar a diferença de pontos entre Hamilton e
Vettel e levar a disputa, pelo menos, até a última prova. Entretanto, ao contrário
do seu grande ídolo e mentor Michael Schumacher, o Tião Alemão não sabe lidar
com a pressão, não consegue enxergar a corrida como um todo, e se existe uma
verdade no mundo das corridas é que você não ganha uma prova na primeira volta,
mas pode perfeitamente perder uma prova na primeira volta. De nada adianta o
melhor carro e o melhor motor se, sob pressão, aquela peça entre o banco e o volante
emite flatos. Michael Schumacher, se recebesse uma ultrapassagem forçada como o
Hamilton forçou na Variante del Serraglio, não disputaria aquela posição por
saber que teria pelo menos 50 voltas para recuperar a posição perdida... já Tião
Alemão quis disputar como se fosse a última volta da prova e se deu mal. Ainda que
teve a sorte do Safety-Car acionado por conta do Brandon Hartley, que não
conseguiu nem chegar na primeira chicane por conta de quebra de suspensão após
ser feito de sanduíche na largada, pois o prejuízo poderia ser ainda pior. Sem
querer tirar o mérito do Hamilton, que pilotou como poucas vezes na carreira o
fez, mas... que o Vettel jogou no lixo a corrida, isso afirmo e sustento. Nas
próximas férias da Fórmula 1 pode entrar para a nova temporada daquele reality
show “O Grande Perdedor”, que será merecido. Se bem que, na atual fase, até
isso ele pode perder...
Vitória com méritos do Lewis Hamilton, que agora pode até
ficar em casa uma corrida que não perde a liderança do campeonato (são confortáveis
30 pontos de vantagem). Foi agressivo quando precisou, soube poupar os pneus
quando precisou, e com a inestimável ajuda de seu lacaio Bottas conseguiu
reduzir uma desvantagem de cerca de 4 segundos após a troca de pneus para fazer
uma bela ultrapassagem sobre um Kimi que já sofria com a degradação dos pneus.
Grande serviço, corrida de campeão. Seu serviçal Valtteri Bottas (3º) foi
beneficiado pela falta de raciocínio do “Mad Max”, que abusou dos cortes de
chicane e foi (justamente) punido em 5 segundos ao final da prova pra conseguir
seu lugar ao pódio. Com a prova deste domingo, pode se candidatar ao posto de
um dos melhores segundos pilotos da categoria, afinal fez o serviço de segundão
à perfeição.
Em 2º chegou um inacabável (e, em minha opinião,
injustiçado) Kimi Räikkönen, que no sábado fez a pole com o incrível tempo de
1m19s119 e arrancou o sorriso do rosto do Vettel, que tinha como certo que
seria ele a largar na frente. O finlandês largou muito bem, não foi tão bem
assim na relargada após o Safety-Car (foi ultrapassado por Lewis), mas
recuperou a posição logo em seguida e voltou a abrir diferença para o inglês da
Mercedes, mas... a equipe Ferrari caiu na “pegadinha do Toto” e mandou ele para
troca de pneus muito cedo na corrida. Resultado: ele terminou a corrida com os
pneus em frangalhos, sem qualquer condição de ser competitivo. Definitivamente
o grande nome da corrida. Seu badalado companheiro Sebastian Vettel (4º)
mostrou que os 4 títulos na Red Bull foram muito mais efeito de um carro muito
eficiente do que de ser um piloto efetivamente de ponta. Corrida horrorosa, com
muito boa vontade nota 1,5 numa escala de 0 a 10. Não dá para aceitar um tetracampeão
que não sabe agir sob pressão. Nada mais a acrescentar.
Em 5º chegou Max Verstappen, outro piloto que precisa
aprender urgentemente como se controlar. Seu talento natural é muito grande,
mas... ele não está correndo na Indy ou na NASCAR, onde são mais permissivos
com coisas como extrapolar os limites da pista ou fechar a porta em disputas de
posição. Ele tem que aprender a dançar conforme a música, e a música da F-1 é
quase um canto gregoriano. Não adianta ele querer dançar numa rodinha de punk
rock, e espero que a punição desse domingo o ajude a entrar nos eixos. Seu
companheiro Daniel Ricciardo está comendo o pão que o Helmut Marko amassou, e
abandonou a prova novamente por quebra mecânica.
Em 6º na pista chegou Romain Grosjean, mas... o assoalho do
carro estava irregular e ele foi desclassificado, o que foi uma pena pois fez
uma bela prova. Assim sendo, em 6º e 7º lugares chegaram os carros da Racing
Point/Force India, respectivamente Esteban Ocon e Sérgio Pérez, em mais um belo
resultado para a equipe, apesar das dificuldades enfrentadas por ambos no
começo da prova. Essa dupla, com o carro da Ferrari, provavelmente não estaria “entregando
a rapadura” como um certo alemão...
Em 8º chegou Carlos Sainz Jr., arrancando um bom resultado
para a Renault em uma pista onde cavalaria do motor é fundamental. Bela
pilotagem. Seu companheiro Nico Hülkemberg (13º) foi mal na classificação,
largou lá atrás e tentou uma estratégia que não deu certo... final de semana
para esquecer.
Fechando a zona de pontuação, os pilotos da Williams em 9º e
10º. Sim, caro leitor, você não leu errado: os DOIS carros da Williams
conseguiram pontuar, com Lance Stroll em 9º e Serguei Sirotkin em 10º,
finalmente marcando seu primeiro ponto na categoria. Olhem só o que a punição ao
Grosjean fez...
Próxima etapa, Singapura, onde ano passado Vettel fez uma
das piores e mais desastradas largadas de sua existência, e onde estou curioso
qual será a adubada que o alemão fará dessa vez...
E este domingo também tivemos prova da Indy em Portland, uma
pista que com os carros e regulamento dos anos 90 era uma delícia de assistir
as provas, mas que com o atual regulamento perdeu muito em competitividade.
Ainda que logo no começo da corrida o James Hinchcliffe resolveu “dar emoção”
para o pessoal e provocou um SENHOR de um acidente que teve como ponto alto o
Marco Andretti tocando na traseira dele e decolando por cima dos carros...
felizmente ninguém se feriu. Ao final, a vitória ficou com Takuma Sato, sua 3ª
na categoria, que soube se aproveitar muito bem das diversas bandeiras amarelas
e fez jus à vitória com muito merecimento. Foi seguido de perto por Ryan
Hunter-Reay, que pilotou muito esse domingo e teve chances reais de terminar a
prova na frente, mas hoje não era o dia dele e teve que se contentar com o 2º
lugar. Em 3º chegou Sébastien Bourdais, mais uma vez arrancando um desempenho
do carro da equipe Carpenter que, definitivamente, ele não possui.
Impressionante o que esse francês faz. O grande beneficiado da prova,
entretanto, foi Scott Dixon, que sobreviveu (sabe-se lá como, pois a nuvem de
poeira não deixa ver nada na imagem da câmera do carro) ao acidente da largada
incólume, foi lá pra trás e fez funcionar a estratégia de 1 parada a menos que
a equipe Ganassi montou pra terminar em um ótimo 5º lugar, 3 posições à frente
do seu principal rival na disputa pelo título, Alexander Rossi. Ele vai para a
última prova com uma confortável vantagem de 29 pontos para Rossi, que terá que
vencer a última prova em Sonoma e torcer para que Dixon não se dê bem para
aproveitar a pontuação em dobro da última etapa e alcançar seu sonho de ser
campeão. Não é fácil, mas... digamos que as chances do Alexander não são das
maiores.
E a NASCAR teve uma das suas etapas mais interessantes,
aquela prova em Darlington (a mais antiga pista dentre as que a categoria
correu ainda em atividade, já que NASCAR em Indianapolis é recente) em que os
carros correm com pinturas retrô. Casa cheia mesmo no domingo à noite, já que
nesta segunda feira é feriado nos EEUU (lá comemoram o Dia do Trabalho na primeira
segunda feira de setembro), e tivemos uma ótima corrida. Pena que o resultado
esteve longe, muito longe de ser justo: o melhor piloto da noite,
definitivamente, foi Kyle Larson, que venceu os dois primeiros segmentos e
liderou 284 das 367 voltas da corrida... mas a vitória ficou nas mãos de Brad Keselowski,
que com uma inteligente estratégia e com ótimas relargadas no período final da
prova ficou com a posição de honra da corrida, seguido por seu companheiro de
equipe Penske Joey Logano em 2º lugar. Aliás, primeira vitória da Penske em
Darlington desde... 1975! O ótimo Kyle Larson teve que se contentar com o 3º
lugar, seguido por Kevin Harvick em 4º e Chase Elliott em 5º lugar (e mais uma
bela corrida desse garoto). O melhor Toyota foi o de Kyle Busch, em 7º lugar. E
o inferno astral de Jimmie Johnson continua... abandonou com quebra da bomba de
óleo. Que fase, que fase...
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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