Olá leitores!
Em que pese a corrida em si ter sido um tanto quanto
modorrenta após a relargada (só não foi pior por causa do Solla de Bottas
acelerando tudo em sua corrida de recuperação), acredito que o saldo geral do
final de semana foi positivo: o treino de classificação foi muito bom, o
desempenho da “Racing Daddy’s Force”, ops, Racing Point, novo nome da falida
Force India, foi bastante convincente, e o mercado de pilotos continua ligado
no trifásico, com muita movimentação e especulações mil.
Vitória relativamente tranquila de Sebastian Vettel, que
logo na primeira volta ultrapassou o pole position Lewis Hamilton na reta
Kemmel, momentos antes de ser declarada a bandeira amarela em toda a pista por
conta do enrosco da largada e assim acabou facilitando seu objetivo de diminuir
a diferença de pontos em relação ao inglês da Mercedes. Após a relargada ele
cumpriu de maneira bastante competente a tarefa de não dar brecha para Lewis
ultrapassar e ficou na frente até a bandeirada, não perdendo a liderança nem no
momento de troca de pneus. Seu companheiro Kimi Räikkönen (17º) foi atingido
pelo quiproquó da largada, voltou aos boxes, tentou seguir até o final da prova
mas a equipe percebeu que os danos tinham sido suficientemente extensos para
inviabilizar qualquer tentativa de andar em um ritmo minimamente razoável e
pediu que ele retornasse para os boxes e abandonasse a prova.
Em 2º chegou Lewis Hamilton, nitidamente desconfortável
(traduzindo: reclamando de monte) com o desempenho em retas de seu carro,
antigamente a referência no assunto. Continua se comportando como um
adolescente mimado, não como o potencial pentacampeão que ele é. Seu
companheiro Valtteri Bottas (4º) largou lá atrás por conta da punição recebida
por ter trocado o motor do carro e fez uma convincente corrida de recuperação.
Foi quem salvou a prova do tédio absoluto.
Em 3º terminou Max Verstappen, que passou ileso pelo grande
enrosco da largada e após a relargada atacou com sucesso os dois carros da
Racing Point, mostrando que – ao menos nessa pista – superou a maré de azar que
teve nas etapas anteriores, conquistando um merecido pódio. Seu companheiro
Daniel Ricciardo (16º) foi atingido por trás na largada e teve a asa posterior
quebrada. Mesmo uma volta atrás, tentou continuar correndo na esperança de nova
entrada do Safety-Car (que não aconteceu) mas foi chamado para abandonar quando
a equipe viu que a estratégia não daria certo.
Em 5º e 6º chegaram os atuais pilotos da Racing Point,
respectivamente Pérez e Ocon. E digo “atuais” pois, ao passo que Pérez deve ter
teoricamente o contrato renovado para 2019, a vaga do Ocon deve, em tese, ser
ocupada pelo filho do dono, no caso Lance Stroll... enquanto isso, eles
marcaram os primeiros pontos da nova equipe, que perdeu toda a pontuação
atribuída à finada Force India. Ambos fizeram o que dava para fazer dentro das
limitações de seus equipamentos.
Em 7º e 8º mais uma dupla, dessa vez da Haas, que pontuou
respectivamente com Romain Grosjean e Kevin Magnussen cooperando com sucesso
para a equipe alcançar a Renault no Mundial de Construtores.Boa prova de ambos.
Em 9º chegou Pierre Gasly, que arrancou todo o desempenho
possível do seu Toro Rosso Honda para chegar na zona de pontuação, mostrando
que a confiança recebida da fábrica de energéticos para “subir” para a equipe
principal foi justificada. Estava em um grande dia. Seu companheiro Brendon
Hartley (14º), que não teve uma de suas melhores atuações, mas em compensação
parecia estar sempre no lugar errado na hora errada durante a corrida. Uma
prova para esquecer.
Fechando a zona de pontos chegou Marcus Ericsson, marcando
um pontinho de consolação para a Sauber após o grande susto com o acidente na
largada onde seu companheiro Charles Leclerc muito provavelmente saiu do carro
chateado com o abandono mas feliz por correr com o medonho HALO, que cumpriu
sua função protetiva da cabeça do piloto quando Alonso voou por cima do carro
dele. Assustador.
Vamos ver semana que vem, em Monza, se a Ferrari continua
sem errar na estratégia de boxes... se quiserem ser campeões, não tem mais o
direito de permanecer errando como erraram até agora.
Partindo para os pesos pesados, teve prova da Copa Truck em
Goiânia, e nas duas corridas o vencedor foi o mesmo, Danilo Dirani, agora
também dono de equipe e correndo com Mercedes. Na primeira prova foi
acompanhado por Felipe Giaffone em 2º e Giuliano Losacco em 3º lugar. Já na
segunda prova, também teve Felipe Giaffone chegando em 2º (e com isso atingindo
o título da Copa Centro-Oeste) e Roberval Andrade em 3º, após liderar a
primeira metade da prova. Top 5 completo com as presenças de André Marques em
4º e pelo ótimo Beto Monteiro em 5º.
Deveríamos ter presenciado neste domingo o GP da Inglaterra
da Motovelocidade, mas pelo jeito recapearam a pista de Silverstone com
tecnologia brasileira e o asfalto ficou simplesmente um lixo, tornando a
pilotagem na chuva inclemente que se abatia sobre a pista inaceitável para os
padrões atuais de segurança. Opinião estritamente pessoal, acho que a
Motovelocidade deveria voltar a correr em Donington Park, uma pista que me
parece mais apropriada para motos que o atual Silverstone, mas... enfim, foi
feito o possível para a realização da prova, mas não teve jeito, o pace car com
o diretor de prova estava enfrentando dificuldades para se deslocar na pista
encharcada, imaginem as motos...
Sábado à noite a Fórmula Indy foi visitar a interessante
pista oval de Gateway, com suas curvas de raios diferentes e que requerem uma
freada razoável antes de as percorrer. A prova em si não foi das mais
interessantes, mostrando-se mais um jogo de xadrez que uma partida de truco,
mas no final acabou prevalecendo a competência e velocidade de Will Power, que
fez belas ultrapassagens e acelerou muito para ser o vencedor da prova.
Alexander Rossi bem que tentou assumir a liderança na base da estratégia, mas
não deu certo. Em 3º chegou Scott Dixon, minimizando o estrago na pontuação
feito por chegar atrás de Rossi... as próximas provas prometem ser
interessantíssimas no quesito “briga pelo título”...
Por falar em Indy, o canadense Robert Wickens continua se
recuperando do pavoroso acidente da semana passada em Pocono. As fraturas nas
pernas, no braço direito e a contusão pulmonar até que eram mais ou menos
esperadas, o preocupante é a contusão na coluna vertebral. Lembramos que
Emerson Fittipaldi e Dario Franchitti abandonaram as pistas após esse mesmo
tipo de fratura – em ambos os casos os médicos não respondiam pela integridade
da região fraturada na eventualidade de um novo choque. Vamos torcer para a
gravidade desse ferimento ser a menor possível...
E o DTM, após retornar à Inglaterra para correr em Brands
Hatch (dessa vez no circuito completo, não no curto), esse final de semana foi
para a Itália para a primeira prova noturna da história da categoria, e tendo a
luxuosa participação especial do grande herói italiano Alessandro Zanardi, em
um carro BMW com as necessárias adaptações para ele acelerar e frear com as
mãos. O italiano não fez feio não, terminando em 13º no sábado e em 5º lugar no
domingo. Sim, isso mesmo que leram, 5º lugar. Zanardi é um monstro, não canso
de repetir. A prova de sábado foi vencida por Paul di Resta, seguido por Robin
Frijns em 2º e Edoardo Mortara em 3º. Já no domingo, primeira vitória de Joel
Eriksson, seguido por Edoardo Mortara em 2º e René Rast em 3º.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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