Olá leitores!
Na noite de Singapura brilhou muito mais forte a estrela de
alguém que adora a badalação da vida noturna: o virtual campeão de 2018 Lewis
Hamilton, na prática, está com uma mão e quatro dedos no título desse ano,
ajudado que foi não apenas pelo seu talento natural mas pela sua maior rival, a
Ferrari, que mais uma vez esqueceu que Vettel é rápido mas está longe de
funcionar sob pressão como o Michael Schumacher funcionava e montou uma
estratégia de pneus que Michael faria funcionar – mas apenas ele... claro que
Vettel não conseguiu fazer as “voltas voadoras” necessárias para aquilo
funcionar, e a expressão do alemão no pódio era de uma pessoa derrotada, uma expressão
de quem sabe que ficará no jejum de títulos por mais um ano, e que o erro foi
compartilhado entre ele e a equipe. Mais importante que contratar engenheiros,
especialistas em aerodinâmica ou projetistas, a Ferrari – se quiser continuar
insistindo com Vettel, o que eu já acho um erro – precisa contratar
urgentemente um psicólogo, e dos bons.
Vitória maiúscula e absoluta de Lewis Hamilton, que não deu
chance para os adversários mesmo no perigoso momento em que encontrou as duas
chicanes móveis Romain Grosjean e Serguei Sirotkin disputando posição em sua
frente. Vitória de campeão! Seu lacaio Valtteri Bottas (4º) fez uma prova
absolutamente apagada e portanto não merece maiores comentários.
Em 2º terminou Max Verstappen, que conseguiu colocar em
prática a estratégia traçada pela Red Bull e fez por merecer a excelente
colocação final. Gostaria muito de ver ele mostrando esse grau de maturidade em
outras corridas durante o ano. Seu companheiro Daniel Ricciardo (6º) fez mais
uma corrida comendo o pão que Helmut Marko amassou, e o resultado final pode ser
considerado muito bom.
Em 3º lugar chegou Sebastian Vettel, que além dos próprios
erros teve de lidar com os erros de estratégia da Ferrari, que parece uma
equipe determinada a entregar o título para Hamilton em uma bandeja de prata e,
se conseguirem, com antecipação. Parecia muito a Ferrari de 1992 ou 1993,
completamente perdida. Kimi Räikkönen (5º) foi outro que não conseguiu extrair
desempenho razoável do seu carro, fazendo – a exemplo de seu compatriota Bottas
– uma corrida muito discreta. Agora é jogar as cinzas fora e tentar reerguer a
equipe para a prova da Rússia...
Em 7º chegou Fernando Alonso, conseguindo ser o melhor da “classe
B” da categoria e arrancando um desempenho inesperado do fraco carro da
McLaren, auxiliado pelas características de baixa velocidade da pista. Aparentemente
a possibilidade de se transferir para a Indy está dando novo ânimo ao
espanhol... seu companheiro Stoffel Vandoorne (12º) até que fez uma corrida decente,
e não pontuar talvez não tenha sido merecido em relação ao desempenho por ele
apresentado com um carro feito para o particular estilo de direção do Alonso.
Em 8º terminou Carlos Sainz Jr., em um belo desempenho para
quem largou em 12º em uma pista que dificulta as ultrapassagens. Desempenho
bastante consistente. Seu companheiro Nico Hülkemberg (10º) não teve um dia
inspirado, largando mal e tendo azar com o momento escolhido pela equipe para
sua troca de pneus, o deixando sair logo atrás de pilotos sensivelmente mais
lentos. Devem ter pedido opinião aos estrategistas da Ferrari...
Em 9º chegou o novo piloto da Ferrari, Charles Leclerc, que
fez uma grande corrida após abusar um bocado nos treinos e ter conhecido de
perto a textura dos muros de Singapura... felizmente aprendeu com os erros dos
treinos para não repetir na corrida, muito bom. Seu companheiro Marcus Ericsson
(11º) conseguiu fazer uma prova sem erros, o que no caso dele é extremamente
positivo e até diria incomum.
Próxima prova será em Sochi, outra pista em que o talento do
piloto pode fazer a diferença, e portanto de antemão já coloco Lewis Hamilton
como possível vencedor. Vejamos o que acontecerá...
Mas não foi só F-1 que tivemos esse final de semana. A Copa
Truck foi até a Argentina para correr na histórica pista de Buenos Aires, e
foram duas grandes vitórias de Felipe Giaffone, a primeira corrida começou com
os caminhões largando com pneus de pista seca na pista úmida (e com o pace-car
na frente por algum tempo) de forma desigual, pista bem seca na reta dos boxes
e pista bem molhada no sinuoso miolo do circuito, e como curiosidade a etapa de
Buenos Aires não teve o radar de 160 km/h. Desafios a mais para os pilotos, e o
talento superior de Giaffone foi decisivo. Ele saiu da pista logo na primeira
curva sob bandeira verde, tentando ultrapassar o pole position Wellington
Cirino, caiu para 5º lugar mas rapidamente conquistou a ponta da corrida para
conquistar uma vitória maiúscula. Em 2º chegou Cirino, que protagonizou um belo
duelo com o 3º colocado Roberval Andrade, com Leandro Totti em 4º lugar e Danilo
Dirani fechando o Top-5. Já a segunda corrida foi marcada pelo show de
pilotagem de Beto Monteiro e Felipe Giaffone, sendo que Beto fez uma largada
excepcional assim como Giaffone, e nas voltas finais o duelo entre ambos foi de
encher os olhos do público. Mais uma vitória muito merecida de Felipe, seguido
por um monumental Beto Monteiro que não desistiu mesmo enfrentando um pequeno
vazamento de água e fez por merecer seu 2º lugar na corrida. Em 3º chegou André
Marques, em 4º Danilo Dirani e Wellington Cirino fechando o Top-5.
Após os competidores dos Playoffs serem decididos na última
segunda-feira (já que no domingo choveu muito em Indianapolis), a primeira
prova da fase decisiva aconteceu em Las Vegas, terra natal de Kyle Busch... e
que foi uma prova das mais difíceis para ele, que com muito esforço conseguiu
ainda salvar um honroso 7º lugar no final. Entretanto, para quem começou os
playoffs como líder, não foi exatamente o começo que ele gostaria. Vitória
construída e trabalhada por parte de Brad Keselowski (terceira vitória seguida,
por sinal), que após vencer o 2º segmento continuou contando com o valioso
auxílio da equipe Penske para os pit stops mais eficientes da corrida e
mostrando que hoje em dia é o melhor piloto em relargadas e/ou trechos curtos,
mesmo não tendo o carro mais veloz da pista. Ele está em grande fase, e a não
ser que os adversários “acordem”, não será fácil tirar o título das mãos dele.
A título de curiosidade, somando todas as categorias que a Penske participa ou
participou, foi a vitória número 500 da Penske enquanto organização de esportes
a motor. Em 2º lugar, mais uma vez, chegou Kyle Larson, que mais uma vez teve a
chance de vencer... mas ficou no quase. Liderou 24 das 272 voltas que a corrida
teve e claramente seu momento está chegando. O carro da Chevrolet esse ano não
ajuda, com certeza, mas ele tem sido o que mais consistentemente arranca
desempenho bom do modelo. Em 3º terminou Martin Truex Jr., e o atual campeão
começou a prova disposto a defender seu troféu, vencendo o 1º segmento, mas
mesmo tendo um dos carros mais velozes da pista não conseguiu segurar um
Keselowski em grande forma. Continua sendo um dos mais fortes candidatos ao
título, mesmo com o anúncio da Furniture Row que não continuará na categoria em
2019. Em 4º e 5º lugar chegaram os outros pilotos da Penske, respectivamente
Joey Logano e Ryan Blaney, mostrando que a equipe estava em um domingo
inspirado. Impressionante a má fase do Jimmie Johnson: fez esse domingo uma das
melhores corridas dele este ano, esteve entre os 10 primeiros... e na volta 257
se envolveu em um acidente que danificou razoavelmente seu carro, terminando a
corrida em 22º lugar, 2 voltas atrás dos líderes.
E temos campeão definido! Esse domingo teve a última etapa
da temporada da F-Indy, na rodada com pontuação dupla de Sonoma, e as chances
de Alexander Rossi começaram a ir para o ralo logo na primeira curva, já que
logo após a largada ele acertou a traseira do carro de Marco Andretti,
danificando a asa e furando o pneu dianteiro direito... daí para frente a
equipe fez o possível para o colocar na briga novamente, e quase deu certo, mas
não foi o suficiente. Além do mais, para quem no início planejava fazer 2
paradas contra 3 que era a “estratégia padrão”, ele foi no total por 5 vezes
aos boxes... enfim, não era o dia dele. O 7º lugar acabou sendo mais do que
merecido pelo trabalho apresentado, e o vice campeonato acabou em boas mãos. O
campeão, pela 5ª vez na história da categoria, foi Scott Dixon. Com essa
conquista, ele supera grandes nomes da categoria como Mario Andretti, Sébastien
Bourdais e Dario Franchitti (com 4 títulos cada um) e fica atrás apenas de A.
J. Foyt, que em sua longa carreira conquistou 7 títulos. E todos esses 5
títulos com a mesma equipe, correndo com os carros de Chip Ganassi, que com
Dixon teve um piloto seu sendo campeão pela 12ª vez na história. Um grande dia
para ambos, e parabéns Scott Dixon por mais essa conquista! O vencedor da
corrida foi Ryan Hunter-Reay, que fez a pole position, liderou 80 das 85 voltas
da prova e não deixou sombras de dúvidas de quem era o melhor carro do domingo
em meio aos vinhedos da Califórnia. Em 3º terminou Will Power, mais uma vez o
melhor piloto da poderosa equipe Penske e que com essa posição conseguiu
defender sua 3ª posição no campeonato, apesar da pontuação em dobro nessa etapa
ter feito o vencedor Hunter-Reay se aproximar sensivelmente... entre os
brasileiros, o melhor foi Tony Kanaan, que terminou em 12º lugar, em seguida tivemos
Pietro Fittipaldi (ainda em recuperação do forte acidente dos treinos das 6
Horas de Spa) em 16º lugar e Matheus Leist, após muita briga com o carro,
terminou em 19º lugar.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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