terça-feira, 25 de julho de 2017

Diário de Maratonista (Reflexões pré-prova - 10º dia de 20)

Comer, comer,
Comer, comer,
É o melhor para poder crescer... (repete)
(Grupo Genghis Khan)

Comida é um prazer. Alguns dirão que é uma arte. Mas, também, pode ser um vício, uma compulsão. O significado da comida difere de pessoa pra pessoa. No caso dos atletas, profissionais ou amadores, comida é combustível, é nutrição. Dependendo de nossas escolhas alimentares, a comida prepara o nosso corpo pra atividade, recupera os músculos após o exercício, melhora a qualidade do sono e isso é tão importante para a performance esportiva.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, a alimentação do corredor e de outros atletas não segue, exatamente, a cartilha das receitas da Bela Gil, nem tampouco consiste num prato de folhas. Corredores, em geral, comem de tudo um pouco. Um prato com arroz, feijão, ovos e uma porção de verduras ou legumes é uma refeição completa. Carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas e minerais e, claro, muita água. Não é necessário imergir na cozinha vegana ou macrobiótica para obter o melhor valor nutricional de uma refeição. As melhores escolhas estão disponíveis nas feiras livres, supermercados, ou ainda, em nossa própria geladeira.

Não sou nutricionista, não sou profissional de saúde, motivo pelo qual jamais peçam dicas de alimentação saudável para mim. Faço o que considero ser melhor, após ouvir os profissionais da área, ler bastante a respeito e experimentar. Não acredito em fórmulas mágicas para perda de peso e nem ganho de performance. Alguns procedimentos como dietas low carb ou flexíveis, ainda que tenham suporte científico, não fazem muito sentido pra mim, não se encaixam ao meu estilo de vida, nem tampouco com o tipo de relação que eu tenho com a comida.

Desde o ano passado adoto o jejum como estilo de vida. Nada parecido com o jejum religioso ou aquele indicado pelos médicos antes da realização de algum procedimento, que são bem rígidos. No meu caso, eu deixo de comer o café da manhã e faço a primeira refeição do dia às 14:00 horas. Como normalmente até às 22:00 horas. Encerro a minha janela de alimentação, vou dormir e recomeça tudo de novo no dia seguinte. É lógico que nos primeiros dias ou semanas, senti um certo vazio no estômago, principalmente no meio da manhã, mas esse vazio pôde ser preenchido por água, cafés e chás sem açúcar. Sem problemas.

Demorou algum tempo até eu sentir segurança para realizar os meus treinos só com uma xícara de café sem açúcar pela manhã, mas devo confessar que a adoção do jejum foi uma das melhores decisões que eu tomei. Sinto-me mais leve e disposto pela manhã, não sinto nenhum tipo de desconforto estomacal, fico mais concentrado. Consigo realizar todos os meus treinos em jejum e, ainda, ser mais produtivo no trabalho. No domingo, dia da maratona, iniciarei a corrida em jejum e assim prosseguirei até o km 15 quando degustarei um "delicioso" sachê de gel carboidrato. A partir daí serão outras duas paradas para abastecimento com gel, banana e bala de goma. Mas, como a corrida é só no domingo aceitarei todos os convites para pizza na sexta-feira e no sábado. 

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