Olá leitores!
Que final de semana para o apaixonado por velocidade!! Teve
prova de 24 Horas no Nürburgring Nordschleife, F-1 em Mônaco, 500 milhas de
Indianapolis... e até o horário de fechamento da coluna ainda não tinha
terminado a prova de 600 milhas de Charlotte, pela NASCAR.
Em Mônaco tivemos a quebra de um grande jejum: desde 2001
que a equipe Ferrari não vencia no Principado, ainda pelas mãos de Michael
Schumacher, e dessa vez tudo deu certo para a equipe de Maranello, afinal o
pódio teve dobradinha da “Rossa” e a Mercedes teve um resultado bem abaixo
daquele normalmente apresentado.
Vitória de Sebastian Vettel, que abriu 25 pontos para seu
principal rival Hamilton, e embora o piloto e a equipe jurem de pés juntos que
não houve “armação” para que o alemão terminasse na frente do pole position,
seu companheiro finlandês Kimi Räikkönen (2º colocado), a verdade é que a
estratégia de parada foi tão, mas tão diferente, que fica meio difícil de
acreditar – até pelo histórico da Ferrari. Kimi foi estupendo na classificação,
largou muito bem, e vinha se mantendo consistentemente à frente do Sebastian,
até que trocou os pneus ultramacios pelos supermacios... e consequentemente perdeu
um pouco de velocidade. Tanto que o Räikkönen não ficou nem um pouquinho
satisfeito com o segundo lugar. Enfim, coisa para o Arrivabene administrar
depois, até porquê apesar dos seus detratores, o Kimi está mostrando mais “serviço”
esse ano do que ano passado...
Em 3º chegou Daniel Ricciardo, com um desempenho realmente
muito bom a corrida toda, conseguindo ultrapassar Max e Bottas na base da
estratégia (e de voltas muito rápidas depois que a dupla supracitada parou para
troca de pneus) e realmente mereceu a posição no pódio. Se o motor Renault
fosse um pouco melhor, acho que poderia ter incomodado as Ferrari. Teve sorte
do toque no guard-rail após a relargada do acidente do Wehrlein não ter
danificado a suspensão. Seu companheiro Max Verstappen (5º) não ficou
exatamente feliz de terminar nessa posição, mas não teve nenhuma chance real de
ultrapassar Bottas – até porquê com os carros do ano passado a pista já era
estreita, com os carros 20 cm mais largos esse ano a tarefa ficou mais inglória
ainda...
Em 4º chegou Valtteri Bottas, arrancando o que podia de
desempenho de um Mercedes que nunca esteve exatamente à vontade na extremamente
travada pista de rua monegasca. Correram notícias que essa desvantagem toda
perante a Ferrari se deve ao entreeixos 5 cm mais longo do carro alemão, que
isso atrapalharia o desempenho em curvas de raio curto, mas sinceramente a
diferença é muito pequena para dar essa diferença toda. Simplesmente o acerto
ideal não foi encontrado, mais fácil e mais honesto dizer isso... seu
companheiro Lewis Hamilton (7º) já começou a ter seu final de semana
prejudicado quando na classificação não conseguiu passar para o Q3 e largou em
13º, mas durante a corrida soube utilizar a estratégia escolhida pela equipe
para galgar posições, e antes da troca obrigatória de pneus chegou a estar em
6º lugar. Não foi bom, mas poderia ter sido bem pior...
Em 6º chegou Carlos Sainz Jr., em uma grande apresentação
para a equipe Toro Rosso, o filho da lenda do rali foi bem na classificação e
melhor ainda durante a corrida, fazendo uma apresentação sem erro. Estupendo.
Seu companheiro Daniil Kvyat (15º) estava fazendo uma corrida discreta mas na
zona de pontuação até ser alvejado por Pérez, que tentou encontrar um espaço
onde não existia (por dentro na Rascasse...) e tirou o russo do caminho –
literalmente.
Em 8º terminou Romain Grosjean, que aos poucos vai se
entendendo com o carro da Haas e dessa vez conseguiu se manter longe das
encrencas da corrida, extraindo um resultado bom para o patamar de
desenvolvimento que o carro se encontra perante à concorrência. Seu companheiro
Kevin Magnussen chegou em 10º, primeira vez que conseguem levar os dois carros
da equipe à zona de pontuação – o que evidentemente deve ter provocado
comemorações entre mecânicos e engenheiros do time norte-americano.
Em 9º terminou Felipe Massa, que conseguiu salvar 2
pontinhos para a equipe apesar de reclamar de problemas nos freios desde o
início da prova – e convenhamos, se existe um lugar no mínimo desagradável para
ter problemas com freios, esse lugar é Mônaco. Em Monza também é muito ruim,
mas lá ao menos tem área de escape, coisa que quase não existe em Mônaco. Seu
companheiro Lance Stroll (14º) quase conseguiu terminar a prova (o que no caso
dele seria um grande feito) mas o carro começou a apresentar problemas e a
menos de 10 voltas para o final a equipe achou por bem pedir que ele parasse
antes que piorasse a situação. Eu me surpreendi, achei que ele bateria em algum
muro até no máximo a 20ª volta.
O grupo americano que controla a categoria teve uma idéia
genial: colocou Fernando Alonso para conversar rapidamente com seu substituto
nessa corrida, Jenson Button, via rádio. Alonso pediu para Button cuidar bem do
carro dele, ao que o inglês respondeu rindo que iria urinar dentro do carro...
não sei se ele fez o “número 1” dentro do carro, mas na pista definitivamente
ele fez um “número 2” ao forçar a passagem sobre Pascal Wehrlein na curva que dá
acesso à entrada do túnel, tocar a roda dianteira esquerda na traseira direita
do alemão e o fazer virar de forma a ficar apoiado com o santantônio na
barreira de pneus... a imagem foi assustadora, e ainda bem que não teve qualquer
consequência física para Pascal.
E Alonso tinha chances reais de conseguir o feito histórico
de vencer as 500 Milhas de Indianapolis, mas claro que o motor Honda tinha que
quebrar a poucas voltas do final. Aliás, os Honda se mostraram muito velozes no
superspeedway mas não necessariamente confiáveis, já que Alonso não foi o único
a abandonar por esse problema. Quem teve um senhor de um susto foi Scott Dixon,
que não conseguiu desviar do retardatário Jay Howard, que tinha batido no muro
e cruzava a pista no momento, acertou o carro do Jay e decolou em direção ao
alambrado da parte interna da pista. Como a sorte estava ao lado dele, ele aterrissou
sobre a mureta de proteção de lado, não de ponta cabeça (se fosse assim os
danos seriam terríveis) e o carro terminou de se despedaçar. Para grande alívio
geral, ele saiu andando do carro, o que apenas ressalta a enorme evolução dos
carros em termos de segurança nos últimos anos. 30 anos atrás uma capotagem
daquelas era morte certa. E se o brasileiro Hélio Castroneves esteve perto de
conseguir seu 4º anel de vencedor em Indianapolis, quem terá seu rosto
eternizado no Troféu Borg-Warner será Takuma Sato, um dos poucos motores Honda
que não quebrou e andou bem até o final. Hélio bem que tentou, mas a velocidade
de Sato era realmente impressionante, e depois que foi ultrapassado a 3 voltas
do final não teve chances de encostar para tentar nova ultrapassagem. Vitória
merecida para Takuma, que pilotou muito bem e não deu chance para os
adversários.
Entre sábado e domingo tivemos uma competição das mais
interessantes na Alemanha, as 24 Horas de Nürburgring, apenas para carros de
turismo, e não necessariamente carros novos – um dos participantes era um Opel
Manta do comecinho dos anos 80. Aliás, com mais de 150 carros largando, tinha
de tudo: dos básicos e previsíveis Porsche, Audi e BMW categoria GT3 até carros
como Toyota Corolla (dois, de uma equipe tailandesa), o já citado Opel Manta, BMW
diesel, VW Golf GTI de 3ª geração (aquela que começou a vir para o Brasil
importada do México, antes da produção ser nacionalizada com a 4ª geração), entre
outros. Uma grande festa do esporte a motor. A vitória na classificação geral
ficou com um Audi R8 LMS, seguido por um BMW M6 GT3 em 2º e outro Audi em 3º. O
brasileiro Augusto Farfus estava inscrito pela equipe Schnitzer em 2 carros, um
deles (#43) sofreu um acidente e teve de abandonar, mas o outro (#42) terminou
a prova em 4º lugar, o que é definitivamente um resultado a ser comemorado.
E aqui no Brasil tivemos em Goiânia a rodada dupla de abertura
da Copa Truck, categoria (por enquanto) de âmbito regional que foi formada como
uma dissidência da Fórmula Truck. A bem da verdade, a categoria iniciante
começa com muito mais caminhões que as primeiras etapas da Fórmula Truck
apresentaram, além dos maiores pilotos de “brutos”. A primeira prova foi
vencida por Roberval Andrade (Iveco), seguido por Danilo Dirani (Iveco) em 2º,
Débora Rodrigues (VW) em 3º, Régis Boessio (Volvo) em 4º e Roberto Martins (VW)
fechando o pódio em 5º lugar. Na segunda prova, vitória assertiva de Beto
Monteiro (Iveco), seguido por Régis Boessio em 2º, David Muffato (VW) em 3º,
Débora Rodrigues em 4º e Roberval Andrade fechando o pódio. Próxima etapa,
11/06 em Campo Grande.
Como disse, até o horário de fechamento não tinha terminado
a Coke 600 em Charlotte (até devido ao fato da prova ter sido interrompida por
conta da chuva), mas a categoria merece ser lembrada pela genialidade. Essa
segunda-feira (última segunda-feira de maio) é um dos mais importantes feriados
norte-americanos, o Memorial Day, onde eles reverenciam os seus mortos nas
guerras das quais o país participou. E os pilotos correram com o nome de algum
militar morto na “testeira” do para-brisas, onde fica o nome do próprio piloto.
Pode-se criticar os norte-americanos por uma série de motivos, mas não por não
saberem cultuar a memória.
Até a próxima!
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