segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Será que tudo mudou?

 

Prestes a entrar em campo depois da estreia pela seleção, Tite mostra que estamos no caminho certo. Pelo menos essa é a euforia causa depois da vitória por 3 X 0 contra a seleção do Equador. Tudo bem que a seleção equatoriana tem lá seus defeitos, mas não era de se esperar uma apresentação tão boa. Também é verdade que essa euforia toda é coisa típica do torcedor brasileiro, que sai do céu e vai para o inferno em pouco mais de duas postagens. Resta saber o quanto Tite tem os pés no chão e quanto a primeira apresentação não irá atrapalhar o resto do trabalho.

Tudo começou uma semana antes do jogo de estreia, quando foi liberara a lista de jogadores. E vamos ser sinceros, se a lista fosse divulgada pelo Dunga como técnico, seria uma enxurrada de críticas, de nariz torcido e uma má vontade daquelas. Não era para menos. Bom, como a relação era do Tite, até mesmo os nomes mais discutíveis vinham com uma observação quase unânime: Se o Tite escolheu, deve ter suas razões. Ou ainda, se Tite escolheu, deve saber tirar o melhor do jogador. Tudo isso é uma verdade, parece que a confiança em Tite lhe dá aval até mesmo quando a coisa parece totalmente incerta e absurda.

Por exemplo, Paulinho. De uma maneira geral todos os jogadores da geração 7 x 1 estão estigmatizados como perdedores, uma vergonha para o futebol brasileiro; coisa do gênero. Paulinho não foi convocado em nenhuma das oportunidades depois da Copa do Mundo. Não era nem lembrado pelos torcedores, cronistas e palpiteiros. Tite achou o jogador escondido na China, onde podemos dizer que temos um futebol que quer se tornar competitivo, mas de longe é um exemplo de preparação. Paulinho, assim, como aqueles que jogam na China, eram nomes improváveis para uma seleção que pretende recuperar o futebol brasileiro. Ele veio, jogou; titular absoluto.  

Com essa ideia, Tite quer montar uma espinha dorsal de sua seleção, e quando estiver seguro disso; preencherá o campo da maneira que ele acha ideal. Esse preenchimento criativo não será difícil, tem a chance de dois ou três nomes que são jogadores excelentes. Gabriel Jesus mostrou isso, Neymar jogou melhor sem a pressão da faixa de capitão; Marcelo mostrou que pode sim ser um lateral indiscutível. Há muito ainda que se trabalhar, mas a verdade é que ali podemos ver uma seleção treinada, coisa que não vimos nem nos bons jogos do Felipão.

Assim, podemos dizer que Tite está o caminho certo, pois venceu o primeiro jogo. Mas, se levarmos em consideração que Felipão e Dunga tiveram boas estreias, temos que pensar na possibilidade de mudança de planos até o final de ano. Embora acredite que, pela correção, capacidade e seriedade; a seleção brasileira tem uma situação muito melhor com o novo treinador. Há esperança de melhora, de um futebol mais seguro; um trabalho mais consistente. Será que tudo mudou? Longe disso, temos ainda problemas sérios na estrutura do futebol brasileiro. Mas uma coisa é certa: é bem melhor um treinador como Tite tomando conta das coisas pertinentes ao futebol de dentro de campo.




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