Olá leitores!
Fazia tempo que não tínhamos um GP da Inglaterra com um
espetáculo de boa qualidade. Espetáculo que foi um pouco atrapalhado pela
criancice do público em relação à disputa Hamilton X Rosberg. Não que os dois
pilotos sejam os mais maduros que já apareceram na categoria (o Max Verstappen,
com 18 anos, é mais maduro que eles), mas a partir do momento que o público
começa a vaiar um ou outro de acordo com o país em que acontece a corrida me
parece comportamento de torcedor de futebol no Brasil e não de fã de automobilismo.
Enfim, a variação de piso molhado para piso seco propiciou uma corrida como há
uns bons anos não víamos em Silverstone. De todas as disputas, a melhor foi
entre “Mad Max” Verstappen e Nico Rosberg, com o garoto dando um banho no
alemão. A curva Abbey com um estreito trilho seco foi o ponto em que a
habilidade dos pilotos em controlarem as derrapagens foi posta à prova, com
diversos pilotos escapando por ali, seja do pelotão da frente, seja do final do
pelotão.
Vitória esperada do Hamilton, sua 4ª em casa, para euforia
do público que enfrentou o clima não muito agradável para apoiar a sensação
inglesa do momento. Nem tenho muito o que comentar, ele teve o trabalho de
manter o carro na pista (o que não foi pouco) e administrar a vantagem para o
2º colocado. Fez isso com maestria. Seu companheiro Rosberg (3º) teve uma
corrida mais atribulada: sofreu pressão do Verstappen, foi ultrapassado,
conforme a pista secou ele ultrapassou novamente, quando começava a tentar
diminuir a diferença para Lewis começou a ter problemas com a 7ª marcha, e
enquanto discutia pelo rádio com a equipe recebeu a instrução como consertar o
defeito. Como a regra burra da FIA não consegue distinguir entre uma instrução
de pilotagem e uma correção de problema mecânico, foi punido com a perda de 10
segundos, o que fez com que caísse de 2º para 3º lugar e complicasse um pouco
sua situação no campeonato, já que a vantagem em relação a Hamilton caiu para 1
ponto apenas.
Em 2º chegou Verstappen, que fez uma CORRIDAÇA. Sim, em
caixa alta, com todos os méritos possíveis. O que a Red Bull está conseguindo
evoluir esse carro, e principalmente o motor Renault, é uma grandeza, e
definitivamente hoje a segunda força do campeonato é a Red Bull, não a Ferrari.
E o jovem Max soube aproveitar ao máximo o equipamento, e deu muito, muito
trabalho para o Mercedes de Nico Rosberg. Seu companheiro Ricciardo (4º)
reclamou um pouco de pilotar sozinho, sem condições de brigar por posições, mas
fez uma corrida muito boa.
Em 5º lugar chegou Kimi Räikkönen, que teve um desempenho
bom dentro das condições técnicas desfavoráveis do carro da Ferrari, que
nitidamente é pior esse ano do que foi ano passado. Talvez seja hora de
desistir do desenvolvimento desse ano e dedicar total atenção ao projeto do ano
que vem, com um regulamento bem diferente, pois esse ano nçao vai ter a menor
chance de alcançar o patamar da Red Bull, quanto mais disputar vitórias contra
a Mercedes. A grandeza às vezes está não apenas em saber quando continuar, mas
em saber quando parar de dar murro em ponta de faca, e desenvolver o carro
desse ano parece-me dar murro em ponta de faca. Seu companheiro Vettel (9º)
teve mais dificuldades ainda, e recebeu uma punição injusta por jogar o Massa
para fora da pista. Os comissários não sabem distinguir um erro de pilotagem
com um movimento feito de propósito. Enfim, que seja.
Em 6º e 7º chegaram os pilotos da Force India, Pérez e
Hülkemberg, Normalmente nessa pista a ordem seria a inversa, mas o Hülk perdeu
muito tempo atrás do Massa, e Pérez aproveitou isso para passar à frente. Ambos
fizeram corridas boas, nada a acrescentar.
Em 8º chegou Carlos Sainz Jr, que hoje resolveu mostrar a
força do sobrenome e deu belos passeios fora da pista, talvez para mostrar ao
papai que não é só ele que sabe andar rápido na terra. Mas fora isso, correu
bem, com uma garra que não era vista nos últimos tempos – ele andava meio
apático, na verdade. Seu companheiro Kvyat chegou em 10º, fazendo um único
pontinho e comemorando bastante esse ponto, já que ele próprio entendeu que
encerrou um período de azar nas pistas. Se ele ficou satisfeito, ótimo, que
sirva para ele entender o motivo do seu “rebaixamento” da Red Bull para a Toro
Rosso e que ele “centre” novamente sua cabeça naquilo que é importante,
pilotar.
A F-1 volta daqui a 2 semanas, no kartó... ops, autódromo de
Hungaroring. Se me permitem uma sugestão, preparem uma boa quantidade de café
antes da corrida começar, será necessário.
Até a próxima!!
Alexandre Bianchini
Nenhum comentário:
Postar um comentário