Olá leitores!
Quanta diferença do GP da China para o GP da Rússia! A
emoção ficou concentrada nas primeiras voltas, a partir de um pouco menos da
metade da corrida em diante a prova foi chata, muito chata. Digna de uma
ressaca de vodca, a bebida nacional da Rússia. E evidentemente, como a corrida
estava muito chata, os locutores que transmitiam a corrida pelo rádio (não, eu
não tenho a menor paciência de acompanhar pela TV o Galvão Bueno) ficaram
relembrando à exaustão os 22 anos da morte do Senna... foi difícil acompanhar a
prova até o final. A expectativa para uma grande corrida era real, com Vettel
largando em 7º e Hamilton em 10º, o que significava que ao menos esses dois
iriam partir para cima e realizar ultrapassagens. Mas que nada, Vettel ficou na
primeira volta e com o necessário acionamento do safety-car para recolher os
detritos de fibra de carbono da pista Hamilton rapidamente se viu em 4º lugar.
Ali foi selado o destino da corrida.
Vitória muito fácil de Nico Rosberg, 7ª seguida, igualando
pilotos melhores que ele como Alberto Ascari, Schummy e Vettel. Nem deve ter
transpirado no macacão de tão fácil. Claro que lembraram que ele venceu em
seguida mais corridas do que o pai dele venceu na carreira inteira... agora,
antes que digam que o Nico é melhor que o Keke, NÃO. Ter na estatística mais
vitórias que o pai não o faz melhor que o Keke, assim como ter sido campeão NÃO
faz o Jacques Villeneuve ser melhor do que o Gilles. Enfim, mais um (belo)
troféu para a prateleira. Em 2º chegou seu companheiro Hamilton, que foi para o
pódio com uma cara de pouquíssimos amigos... pura frescura, o resultado para
quem largou em 10º foi ótimo, coisa de criança mimada. Depois reconheceu que
foi o melhor resultado que, objetivamente, ele poderia alcançar nessa corrida,
lembrando que na classificação ele teve problemas de motor.
Aliás, falando em classificação, peço licença para um
aparte: a corrida ainda possui opções de se ouvir a narração pelo rádio. A
classificação não tem esse tipo de prestação de serviço, e realmente é difícil,
muito difícil, pagar uma TV por assinatura para escutar o narrador repetindo
que a situação para o piloto X “está tranquilo, está favorável”. Para escutar
esse tipo de comentário, eu ligo em programa de futebol na TV aberta, não
preciso pagar por uma TV por assinatura. Infelizmente o vírus da “Galvãozite
crônica” infectou os estúdios do SporTV, única explicação que encontro para a
qualidade da transmissão de F-1 deles ter despencado TANTO. E antes que digam
que sou chato, basta acompanhar a PROFISSIONAL narração da MotoGP para entender
o abismo existente entre um e outro exemplo.
Em 3º chegou Kimi Räikkönen, finalmente chegando ao pódio em
uma corrida que não seja noturna ou iniciada ao entardecer – e para felicidade
dele, em um país onde o álcool não seja proibido. Largou bem, protagonizou
alguns duelos com Bottas (dessa vez, felizmente, não se tocaram...), não
conseguiu segurar o ritmo de Hamilton, e depois se acomodou na pista já que
Bottas não o ameaçava e ele não conseguia chegar na Mercedes do Lewis. Seu
companheiro Vettel não passou da 3ª curva, após receber a segunda batida pela
traseira do menino Daniil Kvyat, que sendo russo e correndo na Rússia resolveu
pilotar como os russos dirigem. Inclusive tivemos imagens da barbeiragem pela
dashcam, ops, câmera onboard, na melhor tradição russa, daqui a pouco entra nas
compilações de acidentes captados por câmeras de painel na Rússia que encontramos
de monte pela Internet.
Em 4º e 5º a dupla da Williams, respectivamente Bottas e
Massa. Bottas largou bem, duelou com o Kimi, mas perdeu em definitivo a posição
para o compatriota na metade da corrida e aí não teve como acompanhar a Ferrari.
Seu companheiro Massa também extraiu do Williams o que era possível, pelo que
acredito que a equipe deve ficar feliz com o resultado da corrida, que lhes foi
bastante favorável na disputa pela condição de terceira maior força da F-1
contra a Red Bull, que acabou não pontuando.
Em 6º a grande surpresa, Fernando Alonso conseguiu marcar
seus primeiros pontos com a McLaren Honda, que finalmente esteve competitiva em
uma pista. É sabido que o caminho dos japoneses para entregar um motor com
potência ao menos próxima da Ferrari é longo, mas dessa vez o carro andou
relativamente bem para os últimos padrões, e mais importante, não quebrou. Para
grande alegria da equipe o companheiro Button chegou em 10º e também debutou na
tabela de pontuação de 2016. Vamos ver nas próximas corridas...
Em 7º chegou Kevin Magnussen, com o trator Caterpillar,
digo, carro da Renault, pela primeira vez na temporada. Até acho que podia ter
chegado em 6º, mas perdeu um tempo razoável com aquele enrosco pós largada, e
mesmo acelerando forte o restante da corrida acabou ficando atrás do Alonso.
Gosto muito desse garoto, quando ele consegue ficar focado e não perder a
concentração, é dos melhores que temos no grid na atualidade. O mesmo não dá
para dizer do companheiro de equipe dele, o Palmerzinho (não, preciso treinar
mais antes de conseguir escrever o nome dele. Pior que o dos russos), que definitivamente
não tem uma pilotagem de encher os olhos.
Em 8º chegou Grosjean, levando a Haas aos pontos em mais uma
corrida. Reclamou um bocado do comportamento do carro, mas demonstrou grande
habilidade desviando das rodadas na primeira volta. No tocante às reclamações
sobre o carro, previsível, equipe nova, e mesmo fazendo um bom trabalho inicial
aparecerão pistas em que simplesmente eles não têm uma base de acerto para o
carro. Seu companheiro Gutiérrez se envolveu nos enroscos da 1ª volta e teve e
abandonar.
Em 9º chegou Sérgio Perez, garantindo 2 pontinhos para a
equipe (quando se está em grave crise como eles estão, cada ponto deve ser comemorado
como uma vitória...) e apresentando um bom desempenho a prova toda. Seu
companheiro Hülkemberg abandonou após ser atingido pelo Gutiérrez.
Próxima prova será em Barcelona, outra pista no geral
soporífera. Preparem a cafeteira.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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