E começamos
2016! Nunca na história desse país a expressão “mudar a página” teve uma autenticidade
tão magnifica. Estou falando do futebol, precisamente o time do Corinthians:
Campeão Brasileiro e considerado a melhor equipe do Brasil e uma das maiores da
América Latina. Time do Tite arrancando elogios de todos os especialistas,
baseando em dados estatísticos ou não; considerado um time moderno, instável,
organizado e muito criativo. Time formado por Renato Augusto, Jadson, Ralf, Vágner
Love e afim.
Epa! Pois é. Mudou
a página.
O Corinthians
hoje é uma incógnita. Sua formação titular, quatro jogadores já foram. Reserva do
primeiro escalão, um: Edu Dracena. Dos titulares, espinha dorsal de um meio de
campo muito forte: Ralf, Jadson e Renato Augusto. Quase um desmanche, ou melhor
um verdadeiro desmanche. Mas qual será o efeito no time? Será que estamos mesmo
vivendo o começo de uma queda? Sair na primeira fase da Libertadores, não se
classificar para a final paulista e ser rebaixado no Campeonato Brasileiro? Vamos
com calma, há sempre espaço para a reflexão. Por partes, vamos analisar cada
caso. Lendo e ouvindo alguns comentaristas, acabei por me tranquilizar, como
torcedor, sobre as verdadeiras consequências das saídas tão repentinas.
As duas maiores
perdas são Jadson e Renato Augusto. Considerado o melhor meio de campo do
Brasil, os dois foram responsáveis pela maioria dos gols do time; de forma
direta ou indireta. Jadson vivendo uma das melhores fases de sua carreira, mas
como dizem os comentaristas, fase que poderia ou não se repetir em 2016. A tendência,
pelo histórico do jogador, era um declínio natural esse ano. O mesmo com Renato
Augusto, que em entrevistas recentes afirma estar cansado, corpo dolorido pelo
alto rendimento de 2015. Histórico? Lesões e etc. Quem garante contar com
Renato Augusto durante todo o ano e em jogos importantes? Lembrando que numa
parte do Brasileiro, Renato Augusto ficou fora da equipe (acontece que tínhamos
o Jadson).
Ralf outro xodó
da torcida. Talvez um dos maiores ídolos dos últimos anos. Tão injustiçado como
Rivaldo, que não sabia fazer o marketing pessoal a maneira correta de ser
lembrado. Ralf estava de saída desde o meio do ano. Levantou a taça como
presente dado pelo Tite. Ralf que não foi titular durante uma boa parte do
campeonato. Ralf que fará falta, pois estava adaptado ao esquema, camisa,
torcida, treinador e jeito corintiano. Mas não por ser um craque. Ralf sabia
todos os espaços vazios da zaga corintiana, por isso parecia estar em todos os
lugares na hora certa.
Outro titular
vendido é o Vágner Love. Vamos relembrar que ele estava prestes a sair do clube
ao final do primeiro turno? “Sair do clube” simbolicamente. Criticado pela
maior parte da torcida, estava fora de forma; lento e perdia muitos gols. Love
que se recuperou ao final do campeonato, graças ao trabalho da comissão técnica.
Aliás, outra perda que ninguém está comentando: Bruno Mazziotti. Uma perda
muito grande para o clube.
Assim,
considerando as saídas até aqui, não há muito com que se desesperar. É claro
que a sondagem em relação aos outros jogadores é assustadora. Junto com aqueles
que saíram ainda corremos o risco de perder: Gil, Cássio, Elias e Felipe. Se tudo
der certo (ou melhor, errado), serão 8 jogadores campeões fora do clube. Nesse caso,
a impressão pessimista lida há pouco tomarão um rumo ainda maior. Não será uma
mudança de página, mas de um livro inteiro. Não haverá melhores justificativas para um
fracasso que a palavra “desmanche”.
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