Olá leitores!
O Grande Prêmio da Itália foi mais ou menos o que se
esperava dele: uma corrida sem emoções arrebatadoras por conta de um
regulamento que nivela muito os carros em termos de motor, vitória com folgas
do Rodriguinho, digo, do Hamilton (com um cabelo de pagodeiro que,
definitivamente, não combina com a categoria), a Ferrari andando em casa mais
forte do que nas outras corridas, e a torcida italiana fazendo a festa mais
bonita da temporada. O que não se esperava, em hipótese alguma, era a direção
de prova fazer o “fuzuê” que fez por algo que é uma recomendação, não uma obrigação.
A FIA demonstrou estar com inveja da CBF, e repetiu o título da clássica obra
de Shakespeare, “Muito Barulho por Nada”. OK, Belo, digo, Hamilton e Rosberg
saíram para a pista com pressão dos pneus inferior àquela RECOMENDADA pela fabricante.
E daí? É obrigatório seguir as instruções da fabricante? Está no regulamento
que só pode calibrar os pneus com pressão superior a X e inferior a Y? Se a FIA
quiser levar a ferro e fogo isso, favor colocar claramente no regulamento.
Inclusive especifique que os pneus, na hora da medição, devem estar exatamente com
a temperatura Z, pois é sabido que diferenças de temperatura afetam os valores
da medição – que foi a justificativa apresentada no comunicado pós
investigação.
Bom, vamos ao que interessa: corrida. E na corrida, vitória do carro 44 da
Mercedes. Dominou todos os treinos livres, fez a pole, e não foi incomodado por
ninguém, alcançando com certa facilidade sua 40ª vitória. Para não dizer que o
novo namorado da Rihanna (talvez daí venha a ideia de descolorir o cabelo
pagodeiro style que nem ele fez...) teve vida fácil a corrida toda, no final,
com medo de levar uma punição de 25 segundos por conta dos pneus, a equipe
mandou ele acelerar tudo, e após a bandeirada ele reclamou um pouco disso. Tudo
aquilo que deu certo com Hamilton, deu errado com Rosberg, que não classificou
bem, teve que usar um motor já razoavelmente usado, não largou exatamente bem
(por culpa direta do Kimi, diga-se de passagem), e ao final da prova o motor
abriu o bico de vez, faltando 3 voltas para a bandeirada, quando ocupava o 3º
lugar na prova.
Em 2º, para alegria da imensa massa vermelha que lotou a
pista de Monza, chegou Vettel. Estava emocionado com a recepção da torcida
italiana, que sempre trata muito bem quem corre pela equipe de Maranello e não
faz fácil a vida de quem é das outras equipes (na cerimônia do pódio vaiou
Hamilton e aplaudiu entusiasticamente Vettel e Massa, ex-piloto da equipe). O
alemão fez o melhor que estava ao alcance dele, ou seja, foi o mais rápido após
o Hamilton. No final, esteve ligeiramente ameaçado pelo Rosberg, mas o motor do
Nico quebrou antes de receber um ataque direto. Seu companheiro Räikkönen (5º),
de contrato renovado para 2016, fez o segundo melhor tempo na classificação, o
que prometia uma bela disputa na frente... só que ficou parado na largada. O “capo”
da Ferrari, Arrivabene, chegou a dizer que o finlandês se atrapalhou com dedos
e botões dentro do carro... em compensação, a corrida de recuperação que ele
fez depois foi digna de nota, e garanto que ele se divertiu bastante dentro do
cockpit fazendo tantas ultrapassagens para vir de 20º até o 5º lugar.
Em 3º chegou Massa, beneficiado diretamente com a quebra do
motor do Rosberg, e compensando o proverbial mau trabalho da Williams nos
boxes. Deve ser frustrante, você se mata para fazer um grande trabalho na pista
e chega na troca de pneus e a equipe joga tudo a perder. Nas voltas finais
ainda teve de segurar o ataque de Bottas (4º), que passou na bandeirada a
apenas 3 décimos de segundo dele, e brincou dizendo que estava muito velho para
esse tipo de disputa no final da prova. Foi um daqueles dias em que o
brasileiro estava inspirado, definitivamente. Bottas também fez uma bela
corrida, também foi prejudicado pela “eficiência” da equipe em trocar pneus
(Claire Williams, filha do Frank e atual manda chuva da equipe, disse que
treinaram bastante as trocas de pneu após o ocorrido na Bélgica... imagine se
não tivessem treinado), e fez um belo trabalho se defendendo dos ataques do
Rosberg antes da troca de pneus.
Em 6º chegou Pérez, que fez uma corrida das suas melhores,
juntamente com seu companheiro Hülkemberg (7º), que mais uma vez reclamou de
problemas no carro. Com ou sem problemas, os Force India são carros que se dão
bem em pistas onde se requer baixa carga aerodinâmica e altas velocidades de
reta, casos de Spa e Monza, e chegaram na posição que se esperava deles, atrás
de Mercedes, Ferrari e Williams. Ainda não me conformo do Hülk não estar em uma
equipe melhor... com esse resultado, a equipe voltou a ser a 5ª colocada no
Mundial de Construtores, ultrapassando a Lotus (que não pontuou em Monza).
Em 8º chegou Ricciardo, fazendo o que podia com seu motor
Renault, pilotando sempre no limite, disputando com Kimi (que estava com um
carro bem mais veloz de reta) e ganhando posição fazendo ultrapassagem na
última volta. Corrida inspirada, pena que o motor não cooperou. Seu companheiro
Kvyat chegou em 10º, colocando os dois carros da equipe na zona de pontuação –
o que, em uma pista como Monza, que requer principalmente cavalaria no motor, é
digno de nota.
Em 9º chegou Ericsson, que fez uma senhora corrida,
principalmente no final, pressionando Hülkemberg e duelando com Ricciardo (para
quem perdeu a posição literalmente na última curva...), mostrando que o carro
teria potencial, se a equipe não tivesse gasto o dinheiro do desenvolvimento
dele pagando a indenização do Van Der Garde (por burrada da cúpula da Sauber,
como já publiquei algumas vezes na coluna). É praticamente o mesmo carro que
começou a temporada na Austrália... seu companheiro Nasr (13º) poderia estar
junto ao Ericsson ao final da prova, mas foi prejudicado por um furo de pneu
logo no começo da corrida e teve sua estratégia completamente comprometida. Uma
pena, pois largou bem e já estava entre os 10 primeiros quando o furo
aconteceu, fruto de um toque com Maldonado (qual o motivo de eu não me
surpreender?).
Próxima corrida dia 20/09, em Cingapura, aquela corrida
noturna que é bonita mas, vendo o 1º e o 3º treinos livres (ainda sob luz do
dia), acho que poderia ser ainda mais bela se fosse feita de dia,
principalmente nos trechos em que passa pelo centro histórico e no estádio
(onde o Nelsinho bateu).
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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