Exatamente há duas semanas o
futebol brasileiro perdia um de seus maiores expoentes, José Eli de Miranda,
mais conhecido como Zito: Bicampeão Mundial nas Copas de 1958/62, Zito era
sinônimo de liderança dentro de campo. Fora dele, ainda como jogador, era uma
espécie de conselheiro para os mais novos, e a formação e permanência do maior
jogador de todos os tempos no Santos Futebol Clube, deve-se a ele. Na Vila
Belmiro, Zito possuía outro cognome, o de “gerente”. Pois sim, sua influência
era tanta no clube, que tinha cacife para trazer jogadores e já atuava
como uma espécie de olheiro ainda quando jogava. Numa partida entre Juventos x
Santos na Rua Javari, notou um jovem jogador de muito talento no time da Mooca,
e disse a ele que iria levá-lo para o Santos. Este jogador era Lima, o primeiro
– ou na pior das hipóteses - uns dos primeiros curingas do futebol brasileiro,
fazendo também o gol de desempate na final do Mundial Interclubes contra o
Milan, no Maracanã, um dos mais importantes da história do clube.
Zito, apesar de já ser acima da
média para sua época, simboliza um tipo de jogador que não vemos mais por aqui.
Talvez simbolize não apenas uma característica de jogador, mas um conceito de
futebol que perdemos e que provavelmente não voltará.
Se nos anos 60 como jogador, Zito
trouxe Lima para Vila Belmiro, já no século XXI como dirigente do clube, foi um
dos responsáveis por fazer Neymar sair de Mogi das Cruzes e descer a serra para
Santos.
Neymar atualmente, apesar de toda
fama, toda grana, e toda lama, é solitário na Seleção. O único craque, a única “esperança”,
o único ídolo. Neymar não tem Zito do seu lado, como tinha Pelé; não tem Gerson ou
Carlos Aberto Torres e ainda recebe a camisa 10 e a faixa de capitão. Tudo
errado. A “Neymardependência” ou “Neymarcentrismo” (termo que me veio agora na
cabeça), não é culpa do jogador, mas talvez seja o único em condições de vestir a
camisa da seleção brasileira. A mídia precisa exacerbar a imagem de um craque,
Galvão Bueno precisa de alguém para ter audiência. Acabam estragando o jogador.
O resto, caros leitores, são “Joões”
como dizia Garrincha ou “Firminos”, “Fernandinhos”, “Felipes Coutinhos” ou “Thiagos
Silvas”. Valem milhões, mas não valem a bola que jogam. Jogadores que dentro de
campo, não têm personalidade, apesar de tatuagens, visual legal, coisa e tal,
mas não reúnem condições para vestir a camisa de uma seleção brasileira. São
mecânicos, pré-moldados, isolados por um
imenso fone de ouvido com seus Iphones. Feitos e fabricados para se encaixarem
no perfil burocrático do futebol europeu, mas não para serem criativos, não
para mudar a situação de uma partida, não para representar o futebol
brasileiro.
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