Olá leitores!
A corrida de Monte Carlo (uma das divisões do pequeno principado,
e no qual está a maior parte do traçado de F-1) pode ser dividida em duas
partes: uma antes da batida , chata a ponto de ser difícil ficar acordado, e
outra após a batida, emocionante. Emoção essa vinda de um erro de estratégia
monumental da Mercedes, e que fez o atual campeão ficar com cara de criança que
levou bronca dos pais no pódio. Aliás, vamos ser sinceros: essa dupla da
Mercedes possui duas expressões faciais: ou estão rindo feito o Coringa ou
estão com cara de criança mimada emburrada. Dá para ter um comportamento um pouquinho
mais adulto, correspondente ao polpudo salário que ambos recebem? Está difícil
aguentar esse mimimi todo... durante a corrida o Hamilton ficou reclamando de “retardatários
que não saíam da frente quando recebiam a bandeira amarela”. Cáspita, a pista é
estreita e em alguns trechos NÃO TEM COMO sair da frente imediatamente, ele
queria o quê, que viesse um helicóptero tirar o carro da frente? Vira homem,
rapaz.
A vitória ficou nas mãos do Nico Rosberg, que fez uma
corrida consistente, poupou o equipamento, e após a relargada abriu vantagem
para o Vettel rapidamente, sem dar ao tetracampeão chance de ataque. Uma bela
apresentação. Seu companheiro Hamilton (3º) foi o melhor nos treinos, liderou a
corrida com facilidade, até o momento em que o Verstappen atropelou o Grosjean
(sim, o Grosjean esteve envolvido no acidente e a culpa não foi dele, quase
surreal escrever isso) e o safety-car foi acionado. Pelo número de voltas dado,
não haveria necessidade de troca dos pneus... mas não foi o que acharam o
estrategista e o chefe de equipe, que levaram muito a sério o chororô do inglês
pelo rádio e o chamaram para troca de pneus. Após a troca, vendo que retornara
atrás do Vettel, ele chegou a perguntar pelo rádio se tinha perdido a
corrida... mas aí já era muito tarde. Mesmo de pneus novos e com um ritmo
melhor, não foi possível ultrapassar o carro da Ferrari – afinal, em Mônaco a
ultrapassagem requer ou uma superioridade mecânica muito evidente ou alguma
colaboração do piloto da frente. Como não era nenhum dos dois casos, ele teve
que se contentar com o terceiro lugar mesmo. Evidentemente ninguém na equipe
vai falar isso, mas alguém tinha que avisar o Hamilton que se ele reclamar
menos do carro, da pista, dos adversários, da cotação do Euro, da manteiga do café da manhã do hotel, da
namorada que queria passear com ele levando a mãe junto, enfim, se ficar um
pouco mais quieto, o pessoal do boxe não vai ter tanta informação para se
confundir e tomar decisões erradas...
Em 2º lugar chegou Vettel, que tirou da Ferrari todo o
desempenho que ela poderia oferecer, notadamente nas voltas finais, não
deixando o Hamilton se aproximar o suficiente para tentar uma manobra de ultrapassagem.
Muito bom, muito forte o desempenho nas ruas monegascas. Seu companheiro
Räikkönen (6º) não se encontrou muito bem na pista: largou em 6º, chegou a
estar em 5º, mas foi ultrapassado pelo Ricciardo no melhor estilo NASCAR: um
toquinho no pneu traseiro, ele espalhou na curva e o australiano passou. Os
comissários acharam normal, então...
Em 4º chegou Kvyat, seu melhor resultado até agora. O carro
da Red Bull se adaptou bem à pista de baixíssima velocidade, o motor Renault
não estourou, e tudo deu certo. Seu companheiro Ricciardo terminou em 5º, e
protagonizou dois lances curiosos após o safety-car: primeiro a ultrapassagem
sobre o Kimi, e depois na última volta. Essa da última volta foi o seguinte:
ele parou durante o safety-car para troca de pneus, e estava muito rápido. A ideia
da equipe era que ele buscasse o pódio, já que Hamilton não conseguia
ultrapassar Vettel. Ele até conseguiu chegar perto, mas não o suficiente para
tentar nada para cima do Lewis. Então, na última volta, a equipe pediu que ele
devolvesse a posição para o russo, e ele cumpriu a ordem. Fair-play é outra
coisa...
Em 7º chegou Pérez, pontuando para a Force India, que não
vive um ano dos melhores, mas que com o esforço do mexicano conseguiu mais
alguns pontinhos na temporada. Seu companheiro Hülkemberg (11º) teve a corrida
comprometida já na primeira volta, quando Alonso o jogou na parede e ele teve
que ir aos boxes trocar o bico do carro. Dentro das circunstâncias, até que não
foi das piores corridas que ele fez.
Em 8º chegou Button. Sim. Ele conseguiu. Jenson conseguiu
dar à McLaren Honda os seus primeiros pontos esse ano, que está sendo terrível
pois o motor japonês apresentou até agora diversos “problemas de nascença” e
não teve nas provas anteriores um desempenho minimamente aceitável. Em Mônaco,
contudo, as coisas são diferentes, a pista é muito específica, e ele conseguiu
terminar a corrida e de quebra faturar os primeiros 3 pontos da equipe na
temporada. Seu companheiro Alonso (19º) estava em 9º lugar quando o carro
superaqueceu e quebrou o câmbio.
Em 9º chegou Nasr, em sua primeira corrida de F-1 em Mônaco,
aproveitando uma estratégia de boxes correta da Sauber (sim, milagres
acontecem) e voltando aos pontos após começar muito bem o ano mas perder
rendimento depois. Seu companheiro Ericsson (13º) se classificou mal (17º
lugar) e fez uma corrida apagada. Descontando os carros que abandonaram, ele
ganhou apenas uma posição.
Em 10º, salvando a honra da Toro Rosso, chegou Sainz Jr.,
que fez uma corridaça – afinal, largou dos boxes por conta de uma punição dos
treinos e terminou na zona de pontuação. Monumental. Seu companheiro Verstappen
(18º) vinha fazendo uma boa corrida, e estava conseguindo recuperar o tempo
perdido na parada de troca de pneus por erro da equipe, e tinha um bom ritmo de
corrida até chegar no Grosjean, que com motor Mercedes dificultava sobremaneira
a tentativa dele de efetuar a ultrapassagem... até que na freada da
Saint-Devote ele estampou a traseira do carro do francês, indo bater no
soft-wall e causando a bandeira amarela que modificou os rumos da corrida. Embora
nas imagens pareça que o Grosjean antecipou a freada, a FIA considerou o
holandês culpado e ele vai perder 5 posições no grid da próxima corrida.
E como costuma acontecer no dia do GP de Mônaco, tivemos
também outra prova tradicionalíssima, com mais de 100 anos de tradição, as 500
Milhas de Indianapolis. Havia grande expectativa antes da prova pela 4º vitória
do Hélio Castroneves, mas o anel de vencedor ficou com o excelente Juan Pablo
Montoya, que conseguiu sua 2ª vitória em 3 participações na corrida, 15 anos
após sua vitória anterior. Monumental o desempenho dele: logo nas primeiras
voltas, sob bandeira amarela, ele e a suíça Simona di Silvestro se tocaram e
tiveram que ir para os boxes para reparos. Praticamente do último lugar, ele
foi e buscou a vitória. Uma atuação daquelas de ficar na memória, parabéns ao
colombiano! Foi a corrida número 300 do Tony Kanaan na categoria, mas ele
acabou batendo e abandonando a prova faltando cerca de 50 voltas para o final.
Próxima corrida da F-1, 7 de junho no Canadá, no belíssimo
Circuit Gilles Villeneuve. Como a corrida será à tarde, grandes chances de ser
transmitida pelo SporTV ou simplesmente ter a transmissão interrompida no meio
para a transmissão de algum jogo do Corinthians ou do Flamengo, afinal a RGT já
não tinha grande respeito pela categoria quando o Senna era vivo, não vai se
agora que vai respeitar.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
2 comentários:
Nossa, Ale... nem citou o Miojinho...
Nenhuma das Williams pontuaram, não comento. Básico.
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