Uma
novela durante a semana: depois do primeiro jogo das finais do paulista,
vencido pelo Ituano, teremos um festival de clichês e respostas prontas durante
a semana. Dos dois lados a mesma resposta intrigante: Não está nada ganho.
Ituano e Santos fizeram a primeira
final do paulista 2014. Como era de se esperar, o time de Itu com uma forte
marcação e o Santos buscando o gol desde os primeiros minutos. Todos imaginavam
um jogo entre ataque e defesa, e foi mais ou menos isso que vimos durante os
primeiros noventa minutos. No entanto, fora dos planos de qualquer torcedor
santistas, o time do Ituano não só marcou muito bem, como teve ótimas chances
nos contra-ataques. Era mesmo uma final que todos esperavam, com dois times
sabendo exatamente aquilo que são capazes. Ituano vence por um a zero, e todos
sabem que não está nada ganho.
Do lado santista é plenamente aceitável
que ganhe por dois gols de diferença na próxima partida. Afinal de contas, o
ataque já fez alguns placares elásticos e convincentes durante o campeonato.
Tudo bem, temos aquela história que todos conhecem no futebol: geralmente
goleadas são construídas de forma natural, considerando as características do
jogo; das equipes e aquilo que está em disputa. Uma goleada do Santos sobre o
Ituano não será tão fácil como se espera. O jogo é uma final, uma goleada não
será natural. Plenamente possível, mas menos previsível. Por outro lado devemos
levar em consideração: não é necessário muitos gols, mas dois de diferença.
Aceitável. Tanto que a cara de derrota dos torcedores santistas afirmam em
sorrisos discretos: ainda dá para virar.
Os jogadores do Ituano estão eufóricos:
a metade do caminho já foi percorrido. Precisam de, no mínimo, um empate para
serem os verdadeiros campeões em 2014. Feito dificílimo para times do interior,
essa quebra de hegemonia dos times da capital mais o Santos. Mas agora cada vez
mais perto. Em Itu continua tudo como está, mas um pouco diferente. Não tem
nada ganho e coisa e tal. Mas eles sabem que o passo maior que a perna foi
dado. Se eles estariam satisfeitos com um empate no primeiro jogo, imaginem a
euforia com uma vitória. Sim, respeito ao time do Santos. Sim, ainda resta uma
partida. Sim, vários clichês quando ainda não se tem uma faixa no peito. Mas,
para o bem dos torcedores adversários, o título nunca esteve tão perto.
A pimenta que eu coloco na final é que
o empate na primeira partida seria muito melhor para o Ituano. Vão me achar
louco: como um empate pode ser melhor que uma vitória? Pois bem, a existência
do segundo jogo muda tudo. Muda completamente tudo que se pode esperar da
final. Muda um fator favorável ao Ituano: a surpresa. Não existirá mais nenhuma
surpresa para a segunda partida. Santos sabe agora mais do adversário que
supostamente sabia quando entrou em campo no domingo. Se especulava o Ituano
ser uma boa equipe, agora ele tem certeza. Agora a equipe santista sabe que
precisa entrar muito melhor, jogar muito melhor; fazer a diferença. A vitória
do Ituano pode ter despertado uma equipe que não existiu na primeira partida,
uma equipe que vai entrar em campo sabendo que precisa um pouco mais do seu
limite. Talvez se o gol do Ituano saísse na segunda partida, depois de um
empate no primeiro jogo, fosse tarde demais para qualquer recuperação.
Mas isso também é um clichê, do qual não
ficamos livres. A mesmice das entrevistas durante a semana será pior que as
rodadas medíocres da primeira fase. E vamos ouvir: Nada ganho, sabemos o potencial da equipe, um gol de diferença não é
absurda, vamos buscar a vitória, não mudaremos nosso jeito de jogar, vamos
ouvir o que o professor tem para dizer, agora temos que ser homens, era a
chance que esperávamos, estamos tranquilos, e etecetara e tal.
O melhor mesmo das finais é o último
jogo, de resto, nada ganho.
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