Ituano Campeão Paulista de 2014. De gestão profissional até uma nova visão para o futebol. Nada no clube é novidade, mas com certeza sua vitória diz muito sobre a derrota dos clubes grandes. Alguma coisa anda sendo feita de maneira errada, sorte deles!
O jogo foi feio. Pior que a primeira
partida, em que o Ituano venceu por um gol de diferença. Sabendo do placar
adverso o Santos atacou desde os primeiros momentos. Mas foram poucos lances de
perigo. Destruir sempre foi mais fácil que construir, esse é o lema do futebol
moderno. Ituano com uma postura ainda mais defensiva foi quase uma barreira
para o ataque santista, que num lance perto do final do primeiro tempo,
conseguiu abrir o placar. O pênalti existiu, assim como existiu o impedimento
do jogador que sofreu a falta. Em determinados momentos a sorte faz a
diferença, em outras ocasiões, o árbitro.
O gol do Santos no final do primeiro
tempo parecia ser um alento para o aquilo que aconteceria no segundo tempo. No entanto,
o resultado só serviu para o Ituano: foi ele que percebeu que a grande chance
de sua vida estava em risco. Cresceu no segundo tempo de forma inesperada,
jogando em iguais condições contra o time santista. Naquele momento, faltando
quinze minutos; o empate seria o resultado mais justo. Considerando o lance
incorreto do pênalti, a justiça seria a vitória do Ituano. Mas acontece que as
coisas do futebol não acontecem desse jeito, justiça não é a palavra preferida
no mundo do futebol. De um lado os torcedores santistas, do outro lado os
torcedores de todos os outros clubes grandes: Chegamos até a disputa de pênaltis.
Faço aqui uma pequena consideração: não
sei qual a melhor maneira de definir um campeão, mas a disputa por pênalti
continua sendo - e duvido que deixe de ser -uma das coisas mais ridículas do
futebol. Portanto não é apenas uma entrevista cheia de chororô, ao final da
partida, dada pelo treinador santista. Mas algo com grande teor ideológico. Se o
Santos foi o melhor do torneio, qual a vantagem ele teve naquele momento? Bom,
todos assinaram o regulamento, e sabiam suas aplicações. Resta saber se ainda há
interesse em continuar com um campeonato tão ruim, com regras tão
desinteressantes e de certa maneira incoerentes. Deve ser bom para os clubes, apesar
de não ser para os torcedores, manter esse comando e essa maneira de administrar
o futebol paulista.
Ituano campeão não é um milagre, nem
uma revolução do futebol. A trajetória para o clube nós sabemos: uma porção de
jogadores serão vendidos para clubes maiores. Uns darão certo, outros não. O treinador
será visto como uma promessa, sendo sondado por clubes de fora do estado e
coisa e tal. Nada diferente do que acontece todas as vezes que um clube pequeno
consegue tal projeção. Mas diferente das outras vezes, parece que agora o título
do Ituano colocou uma pulga atrás da orelha de todo mundo: será que o modelo de
futebol dos clubes grandes continuará sendo tão vitorioso? Ou teremos mais e
mais clubes, como Ituano, ganhando dos clubes maiores? Se o futebol está tão
nivelado, qual a resposta que daremos para cifras tão extraordinariamente
diferentes? Uma folha de pagamento de um time inteiro sendo comparado ao
rendimento de apenas um jogador: não há alguma coisa fora da ordem no futebol?
Parabéns ao Ituano, que mostra mais
uma vez sua força. Bi-Campeão Paulista. Ituano que já não é nenhuma surpresa,
mas que precisa agora pensar cada vez melhor em sua reestruturação para os campeonatos
nacionais e quem sabe internacionais. Se teremos surpresa nos próximos anos,
ninguém pode dizer. Se o clube vai vingar como uma das forças do futebol
paulista, só o tempo pode confirmar. Mas uma coisa é certa: derrotados ou não,
os torcedores de São Paulo estão torcendo para você aparecer no mundo e dizer
como se faz um futebol tão caipira, como tínhamos em tempos não muito
distantes.
2 comentários:
O melhor time do campeonato foi o Santos, o melhor do interior foi o Penapolense, e o campeão paulista foi o Ituano. Sem choro nem vela.
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