segunda-feira, 14 de abril de 2014

O campeão de São Paulo nos diz mais sobre os perdedores.

Ituano Campeão Paulista de 2014. De gestão profissional até uma nova visão para o futebol. Nada no clube é novidade, mas com certeza sua vitória diz muito sobre a derrota dos clubes grandes. Alguma coisa anda sendo feita de maneira errada, sorte deles!

 

O jogo foi feio. Pior que a primeira partida, em que o Ituano venceu por um gol de diferença. Sabendo do placar adverso o Santos atacou desde os primeiros momentos. Mas foram poucos lances de perigo. Destruir sempre foi mais fácil que construir, esse é o lema do futebol moderno. Ituano com uma postura ainda mais defensiva foi quase uma barreira para o ataque santista, que num lance perto do final do primeiro tempo, conseguiu abrir o placar. O pênalti existiu, assim como existiu o impedimento do jogador que sofreu a falta. Em determinados momentos a sorte faz a diferença, em outras ocasiões, o árbitro.
 
O gol do Santos no final do primeiro tempo parecia ser um alento para o aquilo que aconteceria no segundo tempo. No entanto, o resultado só serviu para o Ituano: foi ele que percebeu que a grande chance de sua vida estava em risco. Cresceu no segundo tempo de forma inesperada, jogando em iguais condições contra o time santista. Naquele momento, faltando quinze minutos; o empate seria o resultado mais justo. Considerando o lance incorreto do pênalti, a justiça seria a vitória do Ituano. Mas acontece que as coisas do futebol não acontecem desse jeito, justiça não é a palavra preferida no mundo do futebol. De um lado os torcedores santistas, do outro lado os torcedores de todos os outros clubes grandes: Chegamos até a disputa de pênaltis.
 
Faço aqui uma pequena consideração: não sei qual a melhor maneira de definir um campeão, mas a disputa por pênalti continua sendo - e duvido que deixe de ser -uma das coisas mais ridículas do futebol. Portanto não é apenas uma entrevista cheia de chororô, ao final da partida, dada pelo treinador santista. Mas algo com grande teor ideológico. Se o Santos foi o melhor do torneio, qual a vantagem ele teve naquele momento? Bom, todos assinaram o regulamento, e sabiam suas aplicações. Resta saber se ainda há interesse em continuar com um campeonato tão ruim, com regras tão desinteressantes e de certa maneira incoerentes. Deve ser bom para os clubes, apesar de não ser para os torcedores, manter esse comando e essa maneira de administrar o futebol paulista. 
 
Ituano campeão não é um milagre, nem uma revolução do futebol. A trajetória para o clube nós sabemos: uma porção de jogadores serão vendidos para clubes maiores. Uns darão certo, outros não. O treinador será visto como uma promessa, sendo sondado por clubes de fora do estado e coisa e tal. Nada diferente do que acontece todas as vezes que um clube pequeno consegue tal projeção. Mas diferente das outras vezes, parece que agora o título do Ituano colocou uma pulga atrás da orelha de todo mundo: será que o modelo de futebol dos clubes grandes continuará sendo tão vitorioso? Ou teremos mais e mais clubes, como Ituano, ganhando dos clubes maiores? Se o futebol está tão nivelado, qual a resposta que daremos para cifras tão extraordinariamente diferentes? Uma folha de pagamento de um time inteiro sendo comparado ao rendimento de apenas um jogador: não há alguma coisa fora da ordem no futebol?
 
Parabéns ao Ituano, que mostra mais uma vez sua força. Bi-Campeão Paulista. Ituano que já não é nenhuma surpresa, mas que precisa agora pensar cada vez melhor em sua reestruturação para os campeonatos nacionais e quem sabe internacionais. Se teremos surpresa nos próximos anos, ninguém pode dizer. Se o clube vai vingar como uma das forças do futebol paulista, só o tempo pode confirmar. Mas uma coisa é certa: derrotados ou não, os torcedores de São Paulo estão torcendo para você aparecer no mundo e dizer como se faz um futebol tão caipira, como tínhamos em tempos não muito distantes.
 
 
 
 

2 comentários:

Mario disse...

O melhor time do campeonato foi o Santos, o melhor do interior foi o Penapolense, e o campeão paulista foi o Ituano. Sem choro nem vela.

Mario disse...
Este comentário foi removido pelo autor.