
Mais uma vez tentarei ser sincero em minha crítica. Empolgado pela conquista de mais um título brasileiro, eu deveria estar como o “bando de loucos” cantando o hino do clube e vestindo a camisa nessa segunda-feira ensolarada. Não vou mentir dizendo que não fiquei contente: sempre é bom ser o melhor de todos. Mas não vou voltar atrás e reescrever o que eu já disse sobre esse campeonato brasileiro, ele continua sendo um dos piores de todos os tempos.
Não há dúvida que a emoção percorreu as cinco últimas rodadas. Foram jogos decisivos que foram afunilando os pretendentes ao título. Vasco, Flamengo, Botafogo, Internacional e Fluminense acompanharam o líder durante todos esses jogos. Nas últimas rodadas apenas dois grandes: Vasco e Corinthians. Com a vitória do clube paulista sobre o Figueirense, o caminho ficou mais fácil, o que não significa que foi tranqüilo.
No último jogo o time teria que empatar com o seu arqui-rival histórico. E mesmo com a crise do outro lado, esse jogo sempre tem um aspecto diferente. Talvez por isso, o Palmeiras tenha jogado melhor do que o Corinthians. A tensão em estragar a festa é menos nervosa do que a de manter a festa. Final do jogo um belo empate sem gols, premiando aquele que não sabe atacar e aquele que quis se defender.
A verdade é que, mesmo com tudo que houve de errado na competição, ela conseguiu ser justa. Ganhou o time que mais tempo se manteve nas primeiras colocações. Se hoje o futebol se baseia em números, os dos Corinthians são muito bem vistos. Números de um time campeão. Muito próximo aos números do Fluminense, campeão do ano passado. Assim, posso dizer qualquer coisa sobre o Corinthians e sobre o título; menos dizer que ele não foi merecedor e que o título não está em boas mãos.
Jogadores, comissão técnica, dirigentes e torcedores foram campeões. Mas três nomes recebem o título com um gosto diferente. O primeiro deles é o presidente Andrés Sanches, que depois de colocar o time na primeira divisão, conseguir dar início ao estádio tão sonhado; estava esperando um título Brasileiro (Foi campeão da Copa do Brasil). Se não conseguiu a Libertadores em sua gestão, também foi por uma questão de acontecimentos que só o futebol não sabe explicar.
Outro sujeito é o Júlio César. Jogador da base do Corinthians, muitas vezes contestado. Existem outros goleiros melhores no Brasil? Sim, pelo menos um dois ou três. Mas isso não tira o seu brilho, sua garra e principalmente sua sorte de campeão. E pasmem todos os céticos: futebol tem uma pitada de sorte em seu componente básico da vitória. Se não é o melhor para o Corinthians, tem feito para o Corinthians o seu melhor.
E por último Tite. Vou aqui abrir um enorme parênteses: acho que ele conseguiu duas façanhas. Ser o grande responsável pela união do grupo, pela resolução da briga de egos e pela vontade de ganhar esse título. Os jogadores jogaram pelo Tite muitas vezes; vendo em seu líder um grande sujeito. Mas, ao mesmo tempo, também sua postura mais defensiva que nos tirou o título antecipado. As duas escolas do futebol: ele pode não ser um grande estrategista, mas foi um grande motivador dessa equipe campeã.
Parabéns ao Corinthians por mais um título!!
[Time dos sonhos parte 2 sendo construída]
[Imagem - Mundo dos Esportes.net]
Um comentário:
É um corintiano comedido mesmo.
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