A Patativa do Agreste

Por Luiz Lourenço

Há alguns dias atrás meu grande amigo Fabiano Zig Ziriguidum descobriu para sua surpresa (e para minha também) que patativa, além do nome deste blog, era o designo de um pássaro. O fato foi relatado no facebook. Na ocasião também me interessei e acabei até fazendo uma rápida pesquisa a respeito, postando alguns links com a descrição e uma ilustração da ave.

Falando, pelo próprio FB, com um dos idealizadores deste nosso blog fiquei sabendo que a decisão pelo nome patativa foi inadvertida e sem nenhuma preocupação maior sobre o significado do termo. Diante disso, resolvi aprofundar um pouco mais minha pesquisa sobre a patativa e ver se além de ser um pássaro de plumagem acinzentada e canto mavioso haveria alguma outra relação possível do termo com o mundo futebolístico.

Pois descobri que sim, há mais coisas entre a patativa e o futebol do que supunha a nossa (ou pelo menos a minha) vã sabedoria. A relação é muito maior do que podia supor. Há um time, o ‘Central Sport Club’ de Caruaru que atende pelo carinhoso codinome de ‘Patativa do Agreste’. O clube de cores alva e negra foi fundando em 1919 e tem feitos marcantes na sua história de quase um século. Em 1951, num jogo contra o Jocaru, a Patativa teve uma das mais acachapantes vitórias de sua história, foram 23 gols a 0.

Foi também o primeiro time do interior de Pernambuco a participar do campeonato estadual. Em fevereiro de 1968, o time ganhou da Seleção Argentina de Novos num amistoso. Nos anos de 1970 e 80 a Patativa disputou o campeonato brasileiro colocando Caruaru no itinerário da elite do futebol nacional, trazendo grandes times para jogarem no seu estádio, o Lacerdão.

Em 1986 a Patativa disputando o campeonato brasileiro ganha do Flamengo por 2 a 1 e estabelece o novo recorde de público no Lacerdão com 24.450 espectadores.

Pois é meus amigos, durma-se com um barulho destes, ou melhor dizendo, com o canto desta Patativa.