domingo, 13 de novembro de 2011

Pé no fundo em Abu Dhabi

Olá leitores!

Demorou, mas aconteceu: Sebastian Vettel não completou uma prova! Logo após a largada o pneu traseiro direito furou e na segunda curva o carro do campeão antecipado da temporada rodou. Ele conseguiu voltar à pista, mas no caminho até os boxes danificou a suspensão traseira e teve de abandonar. Aí o caro leitor pode se perguntar: “então, como o piloto que vinha dominando a temporada saiu, a corrida foi bem disputada entre os outros para ver quem venceria”? Errado. Foi um pouco melhor que as duas edições anteriores, mas foi chata. Na ausência de Vettel, Hamilton disparou na frente e só perdeu a liderança nas paradas para troca de pneus. Os outros ponteiros não se envolveram em combate direto, exceto por algumas tentativas de Webber chegar ao 3º posto. Para não perder o costume, a corrida só foi animada do meio do pelotão para trás, e mesmo começando no horário brasileiro às 11 horas da manhã rendeu alguns bons bocejos. Infelizmente, como Abu Dhabi está nadando em dinheiro, não vejo essa pista saindo do calendário tão cedo, ao contrário de algumas excelentes pistas européias como Spa-Francorchamps, por exemplo.

Com Vettel derrotado por um furo no pneu, cabia a Webber manter a Red Bull no pódio... mas, ao contrário da Alemanha, dessa vez o australiano nem mesmo um pódio conseguiu, o que sepultou definitivamente as chances dele fazer a dobradinha no campeonato com o Vettel. Afinal, os 3 pilotos que chegaram na frente dele também disputam para alcançar o vice campeonato... só não conseguiu ser pior que o Massa, mas aí também já era querer muito.

Azar de Vettel, sorte de Hamilton, que na segunda curva viu o caminho para a vitória livre. Sumiu na frente e não foi incomodado por ninguém, só perdeu a liderança nas paradas para trocas de pneus. Soberano na corrida. Seu companheiro de equipe Button teve problemas com o KERS, que ora funcionava, ora não funcionava, e volta e meia requeria que fosse reiniciado. Como o KERS acaba ajudando um pouco no poder de frenagem do carro, acaba sendo complicado chegar em uma curva sem saber se vai ter a força total de frenagem ou não. O 3º lugar acabou sendo uma boa posição na corrida.

Quem fez uma corrida melhor que o esperado foi o Alonso, que extraiu tudo o que podia do carro para chegar em 2º lugar numa pista que fica ao lado do parque temático da Ferrari (observando-se o autódromo de cima, um dos vértices do parque fica atrás da arquibancada em frente à curva de 180º que antecede a maior reta do autódromo). Pelo jeito a versão definitiva (ou mais evoluída) daquela asa que o Massa andou testando e que raspava de monte no chão nos treinos livres das últimas corridas funcionou. Como a equipe só tinha uma asa pronta, e o Alonso ainda está brigando pelo vice campeonato, a asa nova ficou com ele, ao contrário do Miojinho, que tem de se cuidar para não perder a 6ª posição no campeonato para o Rosberg – o que seria a humilhação completa. Por falar no “Piloto Lámen”, ele tinha a chance de terminar em 4º lugar, o que seria sua melhor posição de chegada em toda a temporada, graças à equivocada estratégia do Webber... só que o glorioso representante brasileiro rodou sozinho na curva 1, e garantiu o 4º lugar do australiano. O mais triste é que, pelo andar da carruagem, ele pode ser o único representante brasileiro na categoria ano que vem e o Brasil deve ficar sem pilotos na F-1 em 2013, pois no momento não há motivo técnico para a Ferrari renovar o contrato do Massa após o próximo ano. Talvez isso acontecendo os nossos “brilhantes” dirigentes automobilísticos percebam que o caminho do qual eles se orgulham (usar as Federações e a Confederação Brasileira de Automobilismo para arrecadar com a venda de carteiras de piloto) está completamente errado.

Os Mercedes terminaram em 6º (Rosberg, de contrato novo) e 7º (Schumacher, idem), sendo que Rosberg chegou a ameaçar a posição de Massa com um carro nitidamente inferior. O rumo da equipe no próximo ano é uma incógnita, já que eles contrataram o Aldo Costa, projetista responsável pelos últimos fracassos da Ferrari. Não me pareceu algo muito esperto, mas...
A destacar o bom desempenho da Force India (8º com Sutil e 9º com Di Resta) e a volta do ótimo Kobayashi à zona de pontuação (10º lugar) com o fraco carro da Sauber. Sebastian Buemi vinha fazendo uma boa corrida com seu Toro Rosso, até que o carro apresentou problemas, perdeu muito rendimento e teve de abandonar.

Por incrível que possa parecer, após um sábado pavoroso e de largar na pior posição de partida de sua carreira (24º e último lugar), Barrichello fez uma prova relativamente boa dentro das limitações do péssimo Williams e terminou em 12º lugar. Já Bruno Senna escolheu uma estratégia equivocada, que o fez parar uma vez a mais nos boxes, e acabou em 16º. Para sorte dele, o Petrov não foi bem também e acabou em 13º. Dá para entender a enorme vontade da Lotus Renault (que ano que vem usará o nome Lotus, enquanto o Team Lotus será a equipe Caterham, acabando com essa baixaria de duas equipes com o mesmo nome) de aguardar a recuperação do Robert Kubica do terrível acidente que ele teve no início do ano. Nenhum dos pilotos que eles têm possui a capacidade de fazer o carro dar aquele “passo à frente” como o Kubica possuía. E me refiro à capacidade do Kubica no passado por não acreditar que ele possa retornar à categoria, mas isso é papo para uma coluna específica, talvez.

Próxima corrida, 27/11, encerramento da temporada no Brasil, autódromo José Carlos Pace, o popular Interlagos. Nada como encerrar a temporada em uma pista que historicamente propicia boas corridas, com um traçado que já foi piorado em relação ao que era no passado, mas que não foi destroçado pelas mãos do Hermann Tilke, o responsável por essa aberração que é a pista de Abu Dhabi.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini

2 comentários:

Sérgio Oliveira disse...

Será que o próximo ano teremos a mesma briga: Quem vai ficar em segundo no campeonato e construtores?

Bianchini disse...

Depende do que o grego (o Tombazis, novo projetista da Ferrari) fizer... ele prometeu um carro "revolucionário". Isso significa que o resultado tanto pode ser bestial como uma besta. Vamos torcer para a McLaren também fazer um carro mais veloz desde o início, pois esse ano acertaram a mão do meio da temporada em diante.