sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quem manda na Copa do Mundo, afinal?

.
.
.
Este local serviria apenas para falar sobre esporte. Mas considerando tudo que anda acontecendo no Governo Federal, temos aqui que botar os pés na política. Eu sei que é um assunto chato, que não deveríamos perder tempo com essa discussão. Mas não temos outra escolha: Ministério do Esporte é a bola da vez. E a crítica aqui não vai se restringir apenas às denúncias feitas ao ministro (ex-ministro?) Orlando Silva, mas toda a bagunça para organizar a copa.

A bagunça é justificada: Comitê organizador não fala a mesma língua que o Governo Federal que não entende a presença do Pelé nisso tudo que não confia no ministro do esporte que não sabe ouvir os anseios e os desejos da mídia que não quer entender o que a FIFA quer têm problemas com patrocinadores. A briga entre todos os envolvido nos deixa perdidos e desinteressados: o pessimismo em pensar que tudo isso pode não dar certo.

O mais grave, no momento, está relacionado ao Governo Federal. Dilma foi até a FIFA discutir sobre certas coisas; mas na verdade terá que tomar decisão por outra: manter ou não o ministro como pessoa mais forte nos preparativos da Copa? Ministro que está envolvido em várias denúncias de desvio de verbas, malandragem e corrupção. A lei diz que ele não é culpado até que se comprove o crime, a mídia diz o contrário. FIFA se meteu no negócio, com medo de perder o “negócio”: Com Orlando Silva a FIFA não quer mais tratar de nenhum assunto; querem outro interlocutor.

Dilma já mostrou, das outras vezes em que teve que tomar decisão parecida, um perfil diferente de Lula. Apita como os árbitros de futebol “caseiros”: quando houver dúvida, decide pelo time da casa. As dúvidas em questão são os inúmeros assuntos com o nome (direto ou não) do ministro do esporte com as organizações não-governamentais. O time da casa é a mídia. Se o assunto nos jornais começa a tumultuar o ambiente, Dilma prefere cortar o mal pela raiz: fora Orlando Silva.

Dilma não esperou denúncias se avolumarem na Casa Civil, Turismo, Agricultura, Transporte e Defesa (motivo não foi corrupção, mas de ordem administrativa e política). Possivelmente não vai deixar que um dos Ministérios mais importantes para os próximos dois anos seja alvo de denúncias. Por esse motivo é quase certa a saída do atual ministro, com justiça ou não; com razão ou não. Se vão falar mal do Governo, que seja pela desorganização da Copa.

Mas afinal, quem é responsável pela Copa? Dilma? Teixeira? FIFA? Comitê organizador ou Orlando Silva? Para quem eu devo reclamar quando alguma coisa parecer sair errado? Quem está gastando o dinheiro de forma indevida? Quem devia controlar tudo isso? E tudo parece ir caminhando. Com críticas em relação ao planejamento, investimento público e privado.

Alimentar o sonho da Copa do Mundo através de dinheiro do povo é algo assustador. Saber que o dinheiro está sendo mal administrado é mais assustador ainda. Por isso, mesmo considerando um dos princípios da defesa, devo admitir que qualquer denúncia vazia têm muito que se encher: a velha máxima de onde há fumaça há fogo se encaixa muito bem no que o Ministério dos Esportes.

E se Dilma escolher por trocar o ministro, ela não estará fazendo nada além do que já fez em outros ministérios, optando por ministros idôneos sem qualquer dúvida. Se deixar Orlando Silva cuidando do negócio; esperando que ele faça logo sua defesa, e que será mandando para casa apenas se não houver qualquer dúvida em relação a sua condenação; estará fazendo tal como Lula. Assim, Dilma pode ser a Dilma de hoje como pode ser o Lula de ontem.

Quem não pode ser o passado é o Brasil, conformando-se com atos tão insolentes. Afinal o Brasil que o mundo vai encontrar na Copa do Mundo é o único Brasil que podemos dar.
.
.
.

Um comentário:

Cesar Augusto disse...

A frigideira do ministro já foi ligada. Aliás, corre a boca pequena que a presidenta teve de engolir o Orlandinho no Ministério do Esporte. Uma dessas dívidas de campanha que a presidenta teve de pagar, mas, concordo com a saída do ministro. Os próximos anos serão extremamente importantes e colocarão o país na vitrine do mundo. A presidenta não pode manter um ministro tão controverso. É a tal história; não basta ser honesto, precisa parecer honesto.