domingo, 25 de setembro de 2011

Pé no Fundo em Cingapura

Olá leitores!

E eis que o campeonato terminará mesmo no Japão: existia a possibilidade matemática da coisa ser resolvida em Cingapura, mas seria uma pena a comemoração ser feita em um país com tão pouca tradição esportiva. Agora, para ser campeão, Vettel precisa de 1 ponto (chegar em 10º lugar) em Suzuka... o que, convenhamos, é um palco muito mais adequado para uma festa de título, já que não deu para levar a disputa para a última corrida do ano, em Interlagos. Vettel tem 309 pontos, Button 185. Diferença de 124 pontos, com 125 em jogo nas últimas 5 corridas... já podem gravar o nome do Vettel no troféu, em minha opinião.
Devo admitir que o trabalho do Vettel foi muito grande. Andando sozinho, sem ninguém para incomodar, não é fácil manter a concentração e evitar o toque no muro. No entanto, ele o fez com maestria e só foi notado quando fazia ultrapassagem sobre retardatários, quando o safety car apareceu (como sempre faz em Cingapura) e nas voltas finais, quando começou a poupar o equipamento. Webber poderia ter feito a dobradinha da equipe no pódio se não tivesse largado mal e perdido tempo. Como largou mal, para chegar em 2º tinha a inglória tarefa de ultrapassar Button em um fim de semana iluminado, no qual o inglês guiou 100% o tempo todo. Não conseguiu, terminando em 3º.
E como dito, Button esteve impecável. O grande calor de Cingapura (mesmo durante a noite) degrada muito os pneus, e Jenson é conhecido por ter um estilo de pilotagem “limpo”, que diminui o desgaste perante o de outros pilotos. Merecido 2º lugar para o piloto que melhor tem se apresentado depois do Vettel. Já o Hamilton esteve em um de seus dias de “tudo ou nada”: após forçar ultrapassagem sobre o Piloto-Lámen (Massa) no treino final da classificação, na corrida calculou mal a ultrapassagem e quebrou seu bico no pneu traseiro do Miojinho, que teve o pneu furado. Trocou o bico, foi punido pela manobra, passou pelos boxes, voltou atrás do 2º piloto da Ferrari, e terminou a corrida em 5º enquanto aquele terminou em 9º... Ao menos ele deve ter achado a corrida divertida, pelo número de ultrapassagens que teve de fazer. De qualquer jeito, acho que a McLaren devia contratar um psicólogo para tentar por a cabeça dele no lugar e fazer com que ele dose um pouco mais seu enorme talento usando a inteligência.
Alonso fez o que podia com a Ferrari, e a verdade é que a Ferrari 150º Italia não pode muito. Nem usando os pneus macios e super macios o carro conseguiu acompanhar as Red Bull. Assim sendo, o 4º lugar do Alonso não pode ser considerado exatamente um mau resultado. Mas o 9º do Massa sim. OK, o carro não é uma obra de arte, mas terminar atrás das 2 Force India e do Rosberg (de novo...), ultrapassando a Sauber do Perez na última volta, quando ele já estava com pneus bem prejudicados, não dá para aceitar com um Ferrari na mão. Entenderia perfeitamente ele ser 6º ou 7º colocado, devido ao tempo perdido com o pneu furado. Mas não aceito um piloto que não disputa posição, que não briga, nem ao menos tenta ultrapassar carros que estejam em condições de igualdade ou quase com o seu. Como a diretoria da Ferrari diz que o lugar de Massa na equipe está garantido para 2012, quando termina seu contrato, façamos uma enquete sobre onde estará Massa em 2013:
a)Na Toro Rosso (que tem motores Ferrari);
b)Na Hispania;
c)Na Marussia Virgin;
d)De volta ao Brasil, correndo na Stock Car.
Quem também fez das suas foi o veterano Michael Schumacher, que calculou mal a aproximação no Perez e decolou após bater na roda traseira do mexicano. Foi visualmente mais espetacular que perigoso o acidente, mas é mais um para ir para a conta do alemão em seu retorno da aposentadoria... Rosberg não fez nada espetacular, mas também não comprometeu, e terminou em 7º, uma volta atrás do Vettel.
Eu dou destaque ao trabalho do escocês Paul di Resta, que terminou em 6º tendo chegado a andar em 3º em alguns trechos da prova. Deu para perceber que o investimento que a Mercedes fez nele não foi em vão, pois andou muito bem com o limitado carro da Force India e terminou na frente do companheiro de equipe, o já experiente e rápido Adrian Sutil. Será um bom companheiro para o Rosberg quando o Schummy se aposentar de vez.
Rubinho largou em 12º e terminou em 13º com o péssimo carro da Williams naquele que pode ser seu último ano na F-1, já que a Williams precisa de dinheiro, e o Rubens não atrai patrocinadores há alguns anos. Bruno Senna largou na frente do Petrov e terminou na frente dele, mesmo tendo que fazer uma parada a mais para troca do bico danificado em um toque. Muito bom para ele. Como a Williams ano que vem terá motores Renault, ele poderia ir para a equipe inglesa caso Kubica volte ou caso a dona da equipe resolva por o Grosjean no lugar dele ano que vem.
A comemoração do título do Vettel será dia 09/10, corrida às 3h da madrugada, dá para ir à balada e voltar para ver a prova que consagrará Vettel como o mais jovem bicampeão da história da F-1.
Até a próxima!

Alexandre Bianchini

3 comentários:

Cesar Augusto disse...

O GP do Japão vai servir apenas para pendurar a faixa de campeão no Vettel. E essa polêmica HamiltonxMiojo é divertida. O inglês falhou, foi punido e ainda chegou na frente do chorão? Eu, se fosse o Massa, ficava quieto.

Bianchini disse...

Sabe aquela tia avó solteirona que reclama de tudo? Pois é, o Miojinho está reclamando como uma e, se diminuir um pouco mais a velocidade, estará guiando como uma. Ou ele aproveita o intervalo entre essa temporada e a próxima para fazer um tratamento psicológico que o ajude a se reencontrar, ou não sei onde ele guiará em 2013, pois a Ferrari precisa de um 2º piloto que ande próximo do Alonso para tirar pontos dos adversários... e o Massa não está fazendo isso. Eu diria que ano que vem ele estará - para usar um termo futebolístico - prestigiado.

Sérgio Oliveira disse...

Infelizmente Massa tem tudo para virar um novo Barrichelo. Na verdade eu torci mais para o Massa do que para o Rubinho, mas aquele acidente acabou atrapalhando os planos do corredor brasileiro. Ainda há esperança, mas é cada vez mais difícil que Massa se torne o novo ídolo. Pensando nisso, a Globo já vem preparando o "novo Pelé" das pistas, que carrega o sobrenome Senna. Pelé ele pode não ser, mas quem sabe vire um ídolo como Neymar (comparando o mundo da bola com o mundo dos motores).