Olá leitores!
Que corrida! O ano não terminou, mas a probabilidade dessa não ser a melhor corrida da temporada tende a zero. A festa começou já nos treinos de classificação, com a chuva embaralhando as cartas no treino. Mas se a classificação já foi boa...
Pode-se distorcer a corrida falando que o Vettel largou na pole e venceu. Isso não deixa de ser verdade, mas entre o momento da largada e a bandeirada de chegada a corrida foi excelente. Uma parte da emoção pode ser creditada ao próprio regulamento, que prevê que você largue no domingo com os mesmos pneus que participou do Q3 (último trecho do treino, para os 10 primeiros colocados). Como a pista é longa (7.004m), não dá para ficar trocando de jogos de pneu entre uma tentativa e outra, pois são apenas 10 min. de treino. Daí que as Red Bull e o Hamilton largaram com pneus que já tinham bolhas, e isso pode ter influenciado na largada não muito feliz deles – principalmente do Webber,que caiu de 3º para 7º. Outra coisa é que a pista tem dois setores muito rápidos (o trecho da La Source (curva 1) até a freada da Les Combes (curva 5), e outro da saída da Paul Frère (curva 15) até a freada da chicane (antiga Bus Stop), e um trecho em descida mais sinuoso que liga o final do primeiro trecho ao começo do segundo. Aí vai da escolha da equipe e do piloto privilegiar um ou outro na hora de fazer o acerto de suspensão e aerodinâmica do carro.
De qualquer modo, deu para ver que Vettel e Webber tinham os carros com o melhor conjunto para as subidas, descidas, curvas e retas encravados na floresta das Ardenas. Webber foi responsável por um momento antológico, ultrapassando Alonso quando esse saía dos boxes e emparelharam na descida entre a La Source e a Eau Rouge, chegando juntos à tomada da curva, com o australiano levando vantagem na manobra. Depois o Alonso o ultrapassaria de volta, mas de uma maneira muito menos espetacular e perigosa.
Em terceiro chegou o Button, demonstrando que a habilidade dele em poupar os pneus costuma render bons frutos. Outro que poderia ter chegado bem colocado era o Hamilton, que vinha fazendo uma ótima corrida apesar da falta de velocidade nas longas retas até ultrapassar o Kobayashi mas não conseguir abrir dele. A McLaren estava acertada para o trecho mais sinuoso da pista, com mais pressão aerodinâmica e menos velocidade, e a Sauber do japonês tinha regulagem para os trechos mais velozes. Mesmo com o uso da asa móvel, o inglês não conseguiu abrir espaço do Kobayashi. Na freada da Combes, não viu que o japonês continuava à esquerda dele, abriu para fazer a tomada da curva, tocou no carro da Sauber e perdeu o controle, batendo violentamente nas placas de propaganda e no guard rail. Saiu zonzo do carro por causa da desaceleração, mas foi só.
Nos pôneis de Maranello, o Alonso foi bem enquanto estava de pneu macio, a hora em que teve de rodar com os pneus médios, perdeu muito rendimento e terminou em 4º, após largar em 8º. Inverteu com Massa, que largou em 4º e terminou em 8º.
E essa prova marcou o 20º aniversário da estréia do Schumacher na F-1, no lugar do belga Bertrand Gachot, que foi preso por uma briga de trânsito na Inglaterra. Como comemoração, ele usou um capacete dourado que, com os carros em movimento, era quase igual ao capacete amarelo do Rosberg... tava muito difícil de diferenciar os dois carros, até porquê hoje em dia os números dos carros são minúsculos. 5º (Schummy) e 6º (Rosberg) foram bons resultados para o carro que eles dispõem.
E tivemos a estréia do Bruno Senna pela Renault, no lugar do lento Heidfeld. Foi muito bem nos treinos, na largada da corrida foi mal (tirando da prova o Alguersuari, que também fez uma ótima classificação), depois recebeu um drive-through de punição por ter causado o acidente, e apesar de todos os percalços terminou em 13º, a 21 segundos do Petrov, que conhece o carro bem melhor do que ele. No meu entender poderia ter sido melhor, mas foi uma boa estréia.
A próxima corrida será dia 11/09, em outro circuito absolutamente histórico, o autódromo localizado no Parco Nazionale di Monza, inaugurado em 1922. Lá a asa móvel não deve fazer tanta diferença, pois o pessoal já costuma correr com menor pressão aerodinâmica, mas em compensação tem espaço para definir duas áreas de utilização da asa. Vejamos o que a FIA vai decidir...
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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