Confesso que na semana passada, quando veio a tona o incidente do jogador Fred com alguns “torcedores organizados” não dei lá muita importância. Afinal, se o sujeito quer sair à noite com os amigos e encher o bucho de iguarias gordurosas, regadas a caipirinha de saquê, isso é problema dele. Ele não é mais nenhum garoto e, se ele acha que esse tipo de banquete não vai afetar o seu desempenho nos treinos e jogos, não vejo o menor problema. Se ele tem dinheiro para pagar oitocentos mangos em uma conta de restaurante, por mim, tudo bem.
Entretanto, pensando bem, esse caso do Fred traz a tona a dura realidade desse país. Eu acredito que um trabalhador honesto, que pega trem, ônibus, van, metrô, enfrenta trânsito caótico, fechado dentro de um carro, agüenta o chefe exigente e nem sempre compreensivo, não circula pelas ruas da cidade, de madrugada, na captura de jogadores de futebol. Afinal de contas, temos mais o que fazer e “enquadrar” jogador de futebol não paga as contas de ninguém. Nem todo torcedor tem tempo, dinheiro ou conhecimento da badalada noite carioca para fazer esse tipo de caçada. Quem faz essa perseguição vem, provavelmente, das camadas mais privilegiadas da sociedade. E, talvez esteja aí o grande problema.
Apesar de o futebol ser uma grande paixão, a ponto de considerá-lo patrimônio cultural de nosso país, o fato é que o jogador de futebol incomoda muita gente. Não falo daquele jogador que entra em campo na esperança de receber uma cesta básica ou um salário mínimo, como a maioria dos futebolistas deste país, mas, aquele que conseguiu alcançar a elite do futebol brasileiro, que joga nos grandes clubes, tem seu nome gritado por milhares de pessoas todos os domingos. Esse sujeito incomoda.
O incômodo reside no fato de que a maioria dos nossos jogadores vem das camadas mais pobres da população. Gente alijada do mercado de consumo que, não fosse a bola não poderia freqüentar restaurantes chiques, dirigir carros importados ou até mesmo dançar nas boates mais exclusivas. O futebol abre essa possibilidade aos jovens, contudo, para uma parcela da sociedade, a mesma que tem “nordestinofobia”, que acha que o Bolsa Família é coisa de vagabundo, que apóia Lei Seca na periferia, mas, não nos bairros chiques, estes jovens pardos, mestiços não deveriam freqüentar os seus restaurantes, não deveriam dirigir aqueles carros e nem beijar as suas filhas bem nascidas.
Para essa burguesia o jogador é pé-de-obra apenas, não pode curtir as benesses da sua agora privilegiada condição financeira. O cara deve treinar e jogar apenas. Nada de esbanjar dinheiro. Nos momentos de lazer, fique em casa com os seus! Como diz o ditado às avessas; “Eu não vou na tua jangada, você não vem na minha lancha! Basta um rapaz como o Adriano, o Vagner Love, descer o morro para começar o policiamento. Sair à caça de jogador de futebol pela madrugada é um comportamento típico de uma elite, que na maior parte das vezes recebeu todas regalias que desfruta de mão beijada.
Lembro agora de um caso em Santa Catarina no qual o dirigente de um clube (não recordo o nome) instalou câmeras de vigilância nos apartamentos dos jogadores para controlar os horários de entrada e saída dos atletas. Isso é um absurdo. Fere a liberdade individual, além de extrapolar os limites da relação de emprego, por incrível que pareça, grande parte dos torcedores apoiou a idéia do dirigente. É a tal história; jogue e fique quieto no seu canto!
O que importa a vida social do jogador, afinal? Se o jogador abusa das noitadas, a bola vai puni-lo de qualquer maneira, como bem profetiza Muricy, não carece policiamento.
Entretanto, pensando bem, esse caso do Fred traz a tona a dura realidade desse país. Eu acredito que um trabalhador honesto, que pega trem, ônibus, van, metrô, enfrenta trânsito caótico, fechado dentro de um carro, agüenta o chefe exigente e nem sempre compreensivo, não circula pelas ruas da cidade, de madrugada, na captura de jogadores de futebol. Afinal de contas, temos mais o que fazer e “enquadrar” jogador de futebol não paga as contas de ninguém. Nem todo torcedor tem tempo, dinheiro ou conhecimento da badalada noite carioca para fazer esse tipo de caçada. Quem faz essa perseguição vem, provavelmente, das camadas mais privilegiadas da sociedade. E, talvez esteja aí o grande problema.
Apesar de o futebol ser uma grande paixão, a ponto de considerá-lo patrimônio cultural de nosso país, o fato é que o jogador de futebol incomoda muita gente. Não falo daquele jogador que entra em campo na esperança de receber uma cesta básica ou um salário mínimo, como a maioria dos futebolistas deste país, mas, aquele que conseguiu alcançar a elite do futebol brasileiro, que joga nos grandes clubes, tem seu nome gritado por milhares de pessoas todos os domingos. Esse sujeito incomoda.
O incômodo reside no fato de que a maioria dos nossos jogadores vem das camadas mais pobres da população. Gente alijada do mercado de consumo que, não fosse a bola não poderia freqüentar restaurantes chiques, dirigir carros importados ou até mesmo dançar nas boates mais exclusivas. O futebol abre essa possibilidade aos jovens, contudo, para uma parcela da sociedade, a mesma que tem “nordestinofobia”, que acha que o Bolsa Família é coisa de vagabundo, que apóia Lei Seca na periferia, mas, não nos bairros chiques, estes jovens pardos, mestiços não deveriam freqüentar os seus restaurantes, não deveriam dirigir aqueles carros e nem beijar as suas filhas bem nascidas.
Para essa burguesia o jogador é pé-de-obra apenas, não pode curtir as benesses da sua agora privilegiada condição financeira. O cara deve treinar e jogar apenas. Nada de esbanjar dinheiro. Nos momentos de lazer, fique em casa com os seus! Como diz o ditado às avessas; “Eu não vou na tua jangada, você não vem na minha lancha! Basta um rapaz como o Adriano, o Vagner Love, descer o morro para começar o policiamento. Sair à caça de jogador de futebol pela madrugada é um comportamento típico de uma elite, que na maior parte das vezes recebeu todas regalias que desfruta de mão beijada.
Lembro agora de um caso em Santa Catarina no qual o dirigente de um clube (não recordo o nome) instalou câmeras de vigilância nos apartamentos dos jogadores para controlar os horários de entrada e saída dos atletas. Isso é um absurdo. Fere a liberdade individual, além de extrapolar os limites da relação de emprego, por incrível que pareça, grande parte dos torcedores apoiou a idéia do dirigente. É a tal história; jogue e fique quieto no seu canto!
O que importa a vida social do jogador, afinal? Se o jogador abusa das noitadas, a bola vai puni-lo de qualquer maneira, como bem profetiza Muricy, não carece policiamento.
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