domingo, 10 de julho de 2011

PÉ NO FUNDO NA INGLATERRA

Olá leitores!

A agitação dos bastidores da F-1 se refletiu na pista nessa etapa. Muitas discussões de bastidores sobre o uso do escapamento como peça aerodinamicamente ativa via difusor traseiro, avanços e recuos da FIA na questão, e eis que a Red Bull (maior prejudicada pela proibição), que até então tinha tido uma temporada perfeita nos pit-stops, cometeu um erro na parada do Vettel e entregou a liderança da corrida de bandeja para o Alonso. E para que a equipe austríaca não ficasse sozinha, a McLaren errou grosseiramente na parada do Button, e liberaram o carro para sair antes que a porca de roda fosse presa... logo o Button, que estava com grande expectativa para seu GP doméstico... calculo que o clima no motor home após a prova não devia estar muito agradável.

Dava para ver como a Red Bull foi prejudicada com essa proibição no regulamento nas curvas mais lentas, onde a Ferrari e a McLaren eram nitidamente mais rápidas. Vettel e Webber até conseguiam fazer algo de bom nas retas e curvas velozes, mas naquele miolinho próximo da entrada dos boxes antigos (que ainda estão em pé e, como a pista tem diversas opções de traçado, algumas não amparadas pela nova configuração dos boxes, devem continuar em pé) era visível a perda de rendimento. De qualquer maneira, o 2º e 3º lugares da equipe não foram ruins para o campeonato. No final ainda teve o famoso “momento bisonho”: Vettel com problemas nos pneus e o chefe da equipe Red Bull quis dar uma de Domenicale e disse para o Webber “manter a diferença” – traduzindo, não atacar o Vettel. Claro que como o Webber é um piloto com mais personalidade que o Massa ele ignorou a ordem do chefe e pressionou o Vettel até o final.

A Ferrari renasceu graças à proibição do “difusor quente” e ao talento do Alonso, que é uma mala sem alça, sem rodinhas, de papelão na chuva, mas tem um talento tão grande quanto sua “marra”, como diriam os cariocas. Quando teve pista livre, acelerou com tudo o que tinha, e abriu uma confortável vantagem para desestimular qualquer ataque do Vettel, que após a desastrada parada nos boxes ainda saiu atrás do Hamilton, que estava mais lento e perdeu um tempo considerável atrás dele, pois se existe um piloto combativo hoje em dia, ele se chama Hamilton. O Massa esteve irreconhecível para quem o conheceu antes da molada... está quase virando piloto da Stock Car. Teve umas 4 ou 5 voltas de brilhantismo, mas no geral foi nota 4.

O que dizer da McLaren? Estragou a corrida do Button e confiou no cálculo de combustível contando que fosse chover – pois na chuva se acelera menos e se consome menos, portanto – e no fim da prova o pobre Hamilton teve de reduzir seu ritmo para não sofrer de pane seca. Fizeram tudo que não se deve fazer.

Vimos outra cena interessante: no seco, constantemente o Rosberg é mais rápido que o Schumacher... mas basta a pista molhar que o experiente Schummi, que não tem medo da chuva estragar o penteado como o Rosberg tem, anda consideravelmente mais rápido.

Quem esteve irreconhecível foi o Rubinho: de notória competência na chuva, largou mal com piso molhado, de 15º caiu para 20º e desapareceu. Se bobear, nem ele sabe o que aconteceu.

Próxima etapa, em duas semanas, GP da Alemanha em Nürburgring. Espero ver pelo menos um cartaz na arquibancada da campanha STR (Save The Ring), feita por entusiastas preocupados com o fato do grupo de investimentos dono do autódromo querer fechar o mesmo por não estar dando grandes lucros, apenas está equilibrando as receitas e despesas. Lógica que paulistas e paulistanos conhecem bem e parecem apoiar nas urnas.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini

2 comentários:

Cesar Augusto disse...

Esperava mais da McLaren, estavam correndo em casa e tal, mas, como vc disse, fizeram tudo que não deveriam ter feito. Aliás, Silverstone, na minha opinião, é a melhor prova do circuito de F-1. Quase sempre com aquela chuvinha marota.

Bianchini disse...

Existe uma máxima segundo a qual "boas pistas fazem boas corridas". Silverstone, Spa, Interlagos, Montreal... muito dificilmente você se arrependerá vendo uma corrida em uma dessas pistas. Também gosto da próxima pista, Nürburgring, embora admita que boa parte das surpresas venha de São Pedro. Nas montanhas Eifel chove tanto ou mais que em Silverstone, com uns 10ºC abaixo... e a variação de temperatura é no estilo Campos de Jordão: o Sol se escondeu atrás da nuvem, baixa uns 10 graus.