A saga do Tri *** (3ª Parte).

Muitos o chamam de "presidente pé-quente". Mas também se não houver trabalho e competência, só a sorte não ajuda. Em 2010 Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro assumiu a presidência santista com a chapa intitulada "O Santos pode mais", derrotando Marcelo Teixeira, que estava se perpetuando no poder. E o nome da chapa de Luis Álvaro não era apenas um marketing eleitoreiro, e significava que o Alvinegro Praiano precisava mudar de mentalidade, e tomar outro caminho.

Realmente o Santos pôde, pôde muito mais. Um ano e meio de mandato, e o Peixe já faturou um Bicampeonato Paulista, o título inédito da Copa do Brasil, e o Tricampeonato da Libertadores, título este que não deixa de ser inédito para minha geração, pelo menos.

Luis Alvaro é santista de nascimento, mas seu pensamento transcende as fronteiras do município, ao contrário de outros santistas tradicionalistas. E Luis Álvaro tem intrínsecas relações com a história do clube: Seu avô, Alvaro de Oliveira Ribeiro foi médico legista e diretor da Santa Casa de Misericórdia de Santos, e organizou o primeiro Departamento Médico de um clube do futebol brasileiro. Junto com Agnello Cícero de Oliveira - amigo e cliente de Alvaro - tratou das negociações para a aquisição de um terreno em Vila Belmiro, para a construção do estádio do Santos. E a escritura do terreno fora formalizada por Tennyson de Oliveira Ribeiro, sobrino de Alvaro e primo de Luis Álvaro Ribeiro. Por ironia, o avô de Luis Álvaro falece no dia da inauguração do estádio, em 1916, o que acabou sendo adiada para 12 de outubro do mesmo ano.

Luis Alvaro começou a frequentar a Vila Belmiro em 1950, ainda garoto, quando o gramado era delimitado por uma cerca de madeira. Seus primeiro ídolos foram Antoninho, Odair, Pinhegas, Helvio, Vasconcelos, Charré, Expedito, Nicácio, Leonídio. De torcedor nos anos 50, a presidente nos anos 2010. E encerro com esta declaração de Luis Alvaro Ribeiro, nesta mesma Vila Belmiro, já na madrugada do dia 23/06/2011, depois de conquistar o título mais importante do continente:

"Acho que hoje é o dia mais feliz da minha vida. Os meus maiores sonhos, acabaram se realizando. O que prova que é importante sonhar. A gente não pode se recusar de ousar e ir atrás dos sonhos mais bonitos. Acho que cumpri minha parte, e estes jogadores me deram uma alegria absolutamente fantástica, e incediaram meu coração, com ele quase saindo pela boca durante os 90 minutos. Mas eu disse a ele: "- Fica quieto aí que seremos campeões". E fomos!"

Foto: Léo e Luis Alvaro.