segunda-feira, 6 de junho de 2011

Final de semana sem sal

Mais um final de semana com o campeonato brasileiro. Estou me tornando repetitivo com esse negócio de criticar o futebol. Volto a dizer que não sei se é uma questão minha ou se realmente o futebol está sem graça. Se é uma questão minha, menos mal, continuarei sendo um ranzinza desabafando minha insatisfação para quem quiser ouvir (ou ler). Se é uma questão do futebol, negócio é mais complicado. Se o problema sou eu, podem me ignorar. Caso seja o futebol, não podemos deixar de lado.

Eu acompanharia todos os jogos do brasileirão se fosse um profissional da área. Só mesmo por obrigação uma pessoa pode perder mais do que vinte horas analisando futebol. Profissão, amor e obrigação. Talvez, ainda, alguns poucos apaixonados tenham essa disposição. De resto, sabemos sobre o futebol do que ouvimos ou dos poucos jogos que assistimos.

Assisti a dois jogos o final de semana, e apenas Corinthians e Flamengo eu assisti sem usar o controle remoto. O primeiro tempo foi interessante, mesmo com aquele ar de festa que a torcida carioca fez para homenagear Petkovic. O jogo placar fica em um a um apesar do time paulista ter jogado melhor. O segundo tempo, por uma questão tática, teórica, técnica e de treinamento; o Flamengo apostou que apenas com um jogo ofensivo poderia ganhar. O Corinthians, do Tite, mais uma vez colocou as cartas na mesa, dizendo que um ponto é melhor do que nada.

No sábado um jogo cheio de história, mas sem nenhum tempero. Brasil e Holanda fizeram um jogo sem gosto, como há muito tempo não via na história dos amistosos. Se o calor estava prejudicando os “europeus” em campo, não podemos saber. O fato é que Neymar funcionou bem até o limite do que o time funcionava. Elano não funcionou nada como Ganso funciona. E Robinho continua jogando um “casado contra solteiro” toda vez que põe a amarelinha.

Esperei até agora para da minha opinião sobre Mano Menezes. Se eu digo qualquer no início do seu trabalho, poderia ser injusto. Talvez agora, dizendo exatamente o que eu penso sobre o que ele está fazendo na seleção; faça novamente uma grande injustiça. A questão é que apenas uma boa apresentação não dá muita esperança para os próximos jogos.

Não quero dizer que Mano seja ruim, muito pelo contrário. Eu mesmo torci por ele na seleção, e ainda torço. Mas a sorte não ajudou. Parece que está sem material humano para montar aquilo que ele acha melhor para a seleção brasileira. A ausência de Ganso é uma grande perda, mas não dá para entender como o Brasil; que todos chama de “celeiro” de craques; não consiga alguém para a posição. Não estou querendo dizer que podemos encontrar um “meia” em casa esquina. Mas não podemos aguardar a recuperação de um jogador para que as coisas no time se ajeitem.

E a seleção precisa se recuperar. Assim como o futebol anda sem graça, a seleção acaba sendo o seu reflexo. O Brasil criou boas chances, mas é um time irreconhecível em matéria de criatividade. Tirando uns lances de um ou dois jogadores (inclusive Daniel Alves, que sempre se apresenta com vontade e com jeitão de seleção), os outros jogadores parecem viver presos num plano burocrático e temeroso. Errar por não tentar uma jogada de efeito é pior do que errar por não tentar.

O futebol brasileiro está se acovardando diante do pragmatismo. Está ficando engessado em planos táticos mirabolantes. Culpa nossa, talvez. Num dado momento nós achamos que era melhor ganhar do que jogar bonito. A grande incógnita é se isso ainda é válido; pois senão ganhamos com o futebol bonito (Copa 82); também estamos patinando com o futebol feio (últimas seleções).



Imagem: http://www.blogdohiroshi.com/2008/12/a-selecao-brasileira-dos-quadrinhos/

Um comentário:

Mario disse...

Os "camisas 10" estão acabando por causa deste futebol burocrático. E a criatividade não pode ficar só por conta de Neymar ou na espera do Ganso.Vai ficar "engessado" (como se referiu), do mesmo jeito.