Mais uma classificação e um jogo sofrido pela Taça Libertadores da América ontem no Pacaembu com mais de 35.000 santistas, apesar do jogo ser de madrugada. E muito longe de ser um "doce de caldas" como alguns torcedores brincam (não só os santistas, evidente). Parece mesmo que o Once Caldas prefere jogar fora de seus domínios e deu muita canseira para o Alvinegro Praiano. O segundo jogo no Pacaembu foi bem diferente do que o primeiro na Colômbia, muito mais corrido e pegado.O futebol colombiano parece ter mudado depois do duro golpe sofrido pela seleção na Copa de 1994. Até apontado pelo Rei do futebol como umas das favoridas para vencer a competição, a Colômbia não passou da primeira fase, perdendo para a Romênia do excelente meia Hagi e para o time da casa, os Estados Unidos. Talvez uma fatalidade, talvez um excesso de entusiasmo, tiraram aquela geração brilhante colombiana precocemente daquela competição. Mas a Copa do Mundo é uma competição que adora eliminar favoritos ou boas equipes. E a Taça Libertadores assemelha-se um pouco com esta competição principalmente na fase do "mata-mata". Os colombianos deixaram de apostar um pouco na técnica depois do fracasso daquela Copa para dar ênfase à força física e à disciplina tática. Venceram o torneio em 2004, eliminaram o até então favorito Cruzeiro este ano e deixaram ontem os santistas bastante apreensivos. Como disse Casagrande na transmissão, o Once Caldas consegue ser frio numa competição em que geralmente os times andam com os nervos à flor-da-pele, e espera a hora certa de dar o bote. Os colombianos parece ter aprendido com os tropeços e sempre será muito duro batê-los neste tipo de competição.
Neste jogo mais uma vez o talento individual fez a diferença, com um belo gol de Neymar na entrada da área. E este ontem recebera marcação especial. Sempre dois no seu encalço, e geralmente um na sobra. Vi as fotos do jogo e não achei nenhuma com o Neymar sem dois marcadores, pelo menos. A fama deste jogador parece mesmo ter crescido muito. Mas quando se tem dois, ou até três em cima de um jogador, o natural é que sobre espaço em outros setores do campo. E foi exatamente o que aconteceu. Zé Eduardo, Elano e mesmo Arouca ficaram livres para finalizar, duas, três vezes. Mas a bola não atingiu o retângulo colombiano.
Muito longe de criticar os jogadores, apesar do pé-torto ontem do Zé Love, pois acabaram de vir de um decisão domingo, e de uma sucessiva maratona de pelo menos dez jogos decisivos. Muito extresse, cansaço mental e físico, jogadores "estourando", se contundido. Vi ontem Muricy no banco e nem parecia que acabara de conquistar um título paulista, dado sua feição apreensiva. Léo pediu pra sair, e Elano também estava visivelmente esgotado. Sem dúvida, é um adversário a mais que o Santos está enfrentando e que ainda terá que enfrentar.
Cerro Porteño ou Jaguares? Qualquer um será complicado para o Peixe do mesmo jeito. O primeiro arrancou um empate do Santos na Vila e já conhece o time e o segundo pela distância, no interior longínquo do México. Vélez e Universidad Católica são excelentes times. Peñarol vem com a tradição de cinco conquistas. Mas primeiro é pensar na semi-final para depois pensar nestas equipes. Mais 180 minutos de sofrimento, pelo menos.
Um comentário:
Classificação no estilo Muricy. Esse jogo prova que não existe time colombiano ruim.
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