Olá leitores!
O GP da Espanha provou que as novas regras da F-1 melhoraram o espetáculo, mas que não são capazes de fazer milagres. Até o momento em que se encontraram na pista dois dos três melhores pilotos da atualidade (Vettel e Hamilton), já no final da corrida, a corrida foi MUITO CHATA. Como, aliás, é de praxe em Montmelò. No geral, os autódromos espanhóis propiciam ótimas corridas...para as categorias de motociclismo (a grande paixão motorizada do país antes do aparecimento do Alonso). Jerez, Jarama, Montmelò, geralmente propiciam grandes corridas sobre duas rodas. Gostaria de ver uma corrida de F-1 no novo autódromo de Aragon, inaugurado ano passado recebendo a MotoGP. Pareceu-me ter um traçado bastante seletivo, apesar de ser mais uma obra do Hermann Tilke. Essa pista na periferia de Barcelona já deu o que tinha que dar.
O pódio foi merecido (Vettel 1º, Hamilton 2º e Button 3º), foram os três pilotos que mais se esforçaram na prova, que mais procuraram contornar as características da pista e dos pneus. Dona Pirelli também não ajudou no espetáculo, com um pneu duro que simplesmente era duro demais, cerca de 1,5 a 2 segundos mais lento que o macio. Terrível!
Webber quebrou a série de pole positions consecutivas do companheiro de equipe, mas fez uma largada fraquinha e logo perdeu diversas posições. Nesse contexto, o 4º lugar foi mais do que merecido.
Falando das divisões inferiores (afinal, Red Bull e McLaren estão em uma divisão à parte), o Alonso conseguiu um suado 5º lugar, uma volta atrás dos líderes. Não se pode esperar mais do que isso desse carro da Ferrari na atual conjuntura. Se isso foi o que puderam fazer com as novas peças que estreariam esse final de semana, é melhor começar a desenvolver desde já o carro do ano que vem, pois esse ano está perdido. O Miojinho, talvez mal impressionado com a renovação do contrato do espanhol marrento até 2016 (se o mundo não acabar antes...) e sem grandes possibilidades de conseguir um contrato em uma equipe decente, não se encontrou com o carro o final de semana inteiro e tenho minhas dúvidas quanto à razão do abandono dele ter sido “problemas no câmbio”. Se efetivamente foi isso, veio em boa hora, pois ele apenas estava passando vergonha na pista. O câmbio apenas veio auxiliar o carro que sofria com a peça entre o banco e o volante, também conhecida por piloto.
A Mercedes veio logo atrás, e dessa vez o ex piloto em atividade Schumacher chegou na frente do Rosberg (6º e 7º lugares, respectivamente). Também foi outra equipe que nada mostrou o fim de semana inteiro.
Encerrando a 2ª divisão, alternaram-se Renault e Sauber (Heidfeld e Petrov da Renault em 8º e 11º e Pérez e Kobayashi da Sauber em 9º e 10º).
Dos pilotos da 3ª divisão, o destaque vai para o Pastor Maldonado, que no sábado surpreendentemente levou o fraco carro da Williams até o Q3, largando em 9º lugar. Em ritmo de corrida não conseguiu manter o bom desempenho da classificação e terminou em 15º, 1 volta atrás dos líderes, mas à frente do seu companheiro Barrichello, que terminou em 17º, 2 voltas atrás.
A corrida foi tão chata que nas emissoras de rádio por onde eu estava zapeando para ouvir a narração (afinal, não aguento o Galvão surtando na TV) deu até para ouvir comentários de bastidores da F-1. Schumacher, por exemplo, voltou pois apesar de ter um perfil conservador na hora de investir seu dinheiro acabou aplicando muita grana em um empreendimento imobiliário em Dubai e perdeu a maior parte desse dinheiro quando o empreendimento fracassou. Consta também que ele enfrenta problemas no casamento, e dizem alguns que a soma dos dois fatores explicaria uma parte do desempenho abaixo do esperado dele nesse seu retorno.
Próximo final de semana, a badalação de Mônaco. Pelas ruas de Monte Carlo (que Piquet certa vez definiu como “andar de bicicleta dentro da sala de casa”) além dos carros correrão as negociações entre equipes e a empresa do Tio Bernie a respeito da divisão de lucros da F-1, os principais patrocinadores estarão presentes com iates nababescos atracados na marina próximo à pista, enfim, haverá muita atração fora da pista, mas não necessariamente dentro dela. A controvérsia fica por conta da FIA ter liberado o uso da asa móvel em Mônaco, o que alguns dizem que aumentará muito os riscos da corrida. Eu parto do princípio que se o cidadão não quer correr riscos deve ir jogar xadrez, não correr de F-1, mas enfim...
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
2 comentários:
A corrida foi chata. Outra coisa: não entendi ainda porque a crítica da Globo em relação aos pneus é feita de uma forma tão "velada". Será que eles tem medo de dizer: Fizeram uma cagada com esse negócio de mudança de pneu, e o que era para gerar expectativa de ultrapassagem está criando uma enorme distância em desempenho entre os pneus novos e os usados?
Sérgio, a não ser que a empresa não anuncie em nenhum programa da Globo, eles não criticam abertamente. A Pirelli na verdade apenas atendeu aos pedidos do Tio Bernie para um pneu com menor durabilidade, que propiciasse uma corrida emocionante como o GP do Canadá do ano passado. Deu nessa coisa pavorosa aí. Acho que erraram a mão.
Apenas atualizando, a FIA resolveu hoje proibir o uso da asa móvel no túnel de Monte Carlo, por (justificado) motivo de segurança, então o ponto de abertura da asa na corrida deve ser (acho) a reta torta dos boxes.
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