quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fórmula Um, Dois.....


Não queria entrar no assunto do nosso especialista Bianchini, mas não tenho como não palpitar sobre um evento que consumiu quase minha manhã inteira do domingo e durou até poucos minutos antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians: a Fórmula Indy. Evidentemente não posso dizer coisas técnicas sobre a corrida; pois conheço pouco de qualquer coisa relacionada ao automobilismo. Mas dizer minhas impressões como telespectador, isso eu posso.

Tudo começou com minha intenção de retribuir a boa vontade dos organizadores. Estavam vendendo o seu produto e querendo nos familiarizar com uma competição que briga com a F1 pela cota de patrocinadores e torcedores. Para mim, o resumo é que a Fórmula Indy é a F1 para americano ver. A estratégia para mudar essa mentalidade (que não é só a minha), era exatamente fazer com que a categoria entrasse com os dois pés no Brasil, um país consumidor da alta velocidade.

E com todo o circo armado (não é pejorativo o que estou dizendo); que a Indy bateu o casamento Real em horas transmissão. Parecia mesmo que queriam nos revelar todas as informações pertinentes à competição. Realmente fizeram um esquema grandioso para tudo: e vamos admitir que não é muito fácil fazer qualquer coisa desse porte no Brasil.

Eu, viajante de primeira viagem, preferiria mais detalhes sobre o que é a Fórmula Indy; muito mais do que saber o sabor de canapés e quem eram os ilustres convidados de honra. É claro, a transmissão era para quem gosta da competição, e conhece, mesmo que minimamente, como ela funciona. Mas considerando o tempo que ficaram ao vivo, poderia muito bem pensar nos “novatos telespectadores” que estavam pela primeira vez entrando em contato com a categoria. Afinal de contas, trazer os carros para as ruas da marginal tem uma relação com a divulgação; com a sua “naturalização globalizada”.

Para os torcedores das manhãs de domingo na Globo, Indy é um estranho no ninho. É claro que essa afirmação preconceituosa, minúscula, e terrível. Mostra a ignorância (ato de ignorar) em relação ao esporte automobilismo, que é muito mais do que Ferrari e Vettel. Mas mostra também que nós, os torcedores comuns que se divertem com qualquer esporte; precisamos de alguma coisa que chame a atenção, que nos faça “pegar gosto pela coisa”. Eu queria pegar o jeito da Indy.

O caos atrapalhou a conquista de um novo segmento de automobilismo na televisão. Foi maçante e cansativo olhar para o sambódromo durante quase dez horas. Nem a Renata Fan arrancou meu sorriso durante a transmissão. O caos da chuva mais uma vez atrapalhando os planos dos idealizadores da competição no Brasil. E brasileiro não está tão acostumado com o final de novela sendo adiado para segunda-feira; coisa comum no circuito nos EUA, onde o tempo costuma fazer com que as corridas de Fórmula Indy terminem depois de quarenta e seis horas.

Portanto, por mais um ano a competição, que já está há décadas sendo transmitidas por esses lados, perde um telespectador interessado em saber sobre uma corrida que têm carros iguais, equipes iguais, bandeiras iguais a F1; mas que não é F1. Não verei a corrida na segunda de manhã, assim como não acordo de madrugada para saber da F1. E mais um ano sem saber a diferença das duas categorias.

Ambos são de interesse momentâneo para mim, preenchendo o meu tempo entre uma cerveja e outra e o preparo da macarronada e do frango assado para o almoço da família.
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2 comentários:

Mario disse...

E aquelas letrinhas que ficam correndo no alto da tela, que coisa mais irritante. Até nisso a Band copiou dos gringos. Levou um certo tempo pra eu descobrir que se tratava da posição dos pilotos. Mas dá tontura aquele negócio...

Bianchini disse...

É, foi um fim de semana onde tudo deu errado para a categoria. A frente fria chegou mais cedo e evidenciou a péssima drenagem do asfalto paulistano. A transmissão da Band estava mais preocupada em falar dos vips no camarote, bajular os donos da emissora, e lembrar que era a droga do aniversário de morte do Senna (que no máximo fez um teste na categoria, portanto perfeitamente dispensável falar nele a cada 5 minutos) do que explicar a categoria e suas regras para o público.
Além do mais, esse ano teve uma mudança no regulamento que deve funcionar nos ovais, mas nos circuitos mistos ou de rua já provou que não dá certo: a tal relargada em fila dupla. Na Nascar funciona, mas lá você tem para choques para bater no seu adversário, em categoria de fórmulas não. E, para atrapalhar tudo, o Luciano do Valle Refeição (que está no ponto de rolete) quer tirar o título de apresentador mais chato do Galvão. Misericórdia...