segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A idéia é boa, mas vamos com calma.

Esse post vai parecer desatualizado e talvez esteja mesmo, mas, como ainda não discutimos o assunto aqui no Patativa, vale a pena levantar essa bola pra vocês cortarem. O Rivaldo chegou ao Morumbi.

Mais um jogador veterano que chega ao país depois de uma carreira longa, repleta de altos e baixos na Europa. Mas, como sempre, Rivaldo chegou apenas com a fama de craque, de jogador diferenciado, como se a sua carreira estivesse suspensa desde aquela final da Copa do Mundo de 2002. Pouco importa se depois desse jogo ele não tenha obtido êxito no Milan, no Cruzeiro, em uma par de times gregos e de antigas repúblicas soviéticas que sequer me arrisco a pronunciar. Fiquemos então com o Rivaldo do Palmeiras, do Barcelona e da Seleção.

Logo de cara, vestiu a camisa 10, atendendo à eterna busca dos torcedores tricolores pelo seu armador no meio de campo, mesmo que, talvez, o elenco tenha necessidades mais urgentes. Acho, aliás, que esse sonhado meia armador não terá vida fácil nos times brasileiros. Falta paciência dos torcedores, dos técnicos e da imprensa. O 10 aqui no Brasil é sempre o nº 1 na hora da degola, na hora da substituição durante o jogos sob as vaias da torcida. A verdade é que perdemos a referência desse armador. Achamos que somente esse atleta deve produzir as jogadas ofensivas e, quando o time joga mal, a culpa recai sobre os ombros desse, que é acusado de sonolento, dispersivo, desconcentrado e pouco produtivo.

Não sei se o Rivaldo é esse jogador, visto o seu inegável faro de gol e o instinto artilheiro de seu futebol. Talvez ele se sinta mais confortável próximo ao gol. Uma coisa é inegável; o seu talento e o refinamento de seu toque de bola, do domínio, do arremate. É um jogador diferenciado no trato com a bola. Prova disso foi o seu jogo de estreia com a camisa tricolor. O Rivaldo mostrou que é um jogador acima da média que estamos acostumados a assistir nos gramados brasileiros. Não faz firula. Todo drible, chapéu, tem objetivo bem definido. Acho que veremos muitos lances de genialidade rara até o final do ano, mas, o time do São Paulo tem muitos problemas e o Rivaldo não poderá ser a salvação da lavoura.

O seu segundo jogo mostrou bem que as deficiências no ataque e na marcação da lateral direita serão fatais na Copa do Brasil e no Brasileirão se não encontrarmos soluções. A chegada dos jogadores da Sub-20 será proveitosa, mas, não podemos deixar de lembrar que são jogadores muito jovens, que cometerão erros em grandes jogos e devem contar, também, a paciência de todos os envolvidos, principalmente dos torcedores.

Acho que o Rivaldo veio realmente para somar, não para resolver. Mas, espero que essa adição sirva muito mais ao futebol brasileiro do que propriamente ao São Paulo. Além de ser um grande jogador e extremamente técnico, apesar da idade avançada, é um exemplo de dedicação profissional e de marketing de dentro para fora das quatro linhas, coisa que não tenho visto atualmente nessa geração de repatriados do nosso combalido futebol sub-40. Como fã de futebol e são paulino, desejo sorte ao novo camisa 10 do Morumbi.

Um comentário:

Mario disse...

Sobre Rivaldo e outros craques, no meu próximo post.