quarta-feira, 17 de julho de 2019

Governança Esportiva: A elitização das conquistas


Acabo de ver uma reportagem sobre a saúde financeira dos clubes brasileiros. Palmeiras e Flamengo aparecem no topo da lista, respectivamente. Parte desse processo segue a ideia de uma boa gestão administrativa e de financiamentos. Tem um lado positivo desse estudo que é mostrar o quanto a profissionalização do futebol pode gerar riqueza, grandes times e consequentemente conquistas. Do lado negativo, essa puxada para o topo dos dois cubes trará uma elitização da festa, restando aos dois clubes as maiores e melhores conquistas.

É fato que o futebol não é matemática, mas também é fato que as melhores peças se movem melhor no tabuleiro. As chances de uma onipresença nacional dos dois clubes jogará para o limpo a ideia de que o Brasileirão começa com cinco ou seis potenciais candidatos ao título.

A pesquisa mostra uma situação preocupante, mas não tão desastrosa de Corinthians e São Paulo. O primeiro, nas últimas décadas, não desapontou na questão dos títulos, mas não podemos deixar de lembrar que tal feito deve-se muito mais a competência do gerenciamento do esporte, considerando treinadores e afins, que propriamente uma ótima questão financeira.

O resultado da pesquisa não mostra efetivamente o risco do negócio e, apesar de se mostrarem rentáveis, o quão são sólidos. O futebol no mundo é um grande negócio, no Brasil ele é mal trabalhado, pela incompetência dos seus dirigentes, em muitos casos, e pela dependência de uma fonte de renda que não exige uma contrapartida, ou seja, a televisão paga e com isso prende o devedor. No caso do Palmeiras, essa amarra foi colocada à prova, visto a dura negociação do clube com a Globo.

Se o futebol continuar desse modo, a gestão de Palmeiras e Flamengo trará para o centro da discussão a divisão entre Barcelona e Real Madrid, como na Espanha; restando aos outros candidatos atrapalharem menos ou mais a competição, cabendo aos clássicos regionais uma disputa isolada, dando a única chance do time de menor investimento caçoar do adversário.

Palmeiras e Flamengo estão trazendo um novo futebol para o país, resta saber se para os outros clubes será o fim ou o começo de uma Nova Era.

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