Olá leitores!
Não deu pra
reclamar de monotonia nesse final de semana, tivemos muita atividade
nas pistas seja no asfalto, seja na terra. E quero começar
ressaltando mais uma vez a incapacidade da Ferrari em modificar sua
estratégia no meio da corrida. Pelo jeito, estavam contando com um
safety-car… e como o safety-car não apareceu, se perderam mais do
que cegos em tiroteio. Se a Scuderia Ferrari precisar, por favor,
podem me chamar. Pela metade do salário do Iñaki Rueda eu faço
coisa muito melhor do que ele, vocês não se arrependerão. Até
consigo me comunicar com os mecânicos em italiano, não tem
problema. Pior que o Rueda só a decisão da RGT em não mostrar o
pódio da corrida ao final… afinal, tinha que mostrar entrevista
com jogador de futebol falando que ganhou a primeira bola aos 9 meses
de idade… no more comments. O momento bizarro/surreal da corrida
aconteceu na tentativa de ultrapassagem de Daniel Ricciardo sobre o
Kvyat: Daniel perdeu o ponto de freada e passou reto na curva. Com o
australiano errando a curva, Daniil teve que abrir a trajetória e
não conseguiu fazer a curva. Enquanto o russo se preparava para
engatar a marcha a ré e retornar à pista, o Ricciardo fez a mesma
manobra mais rapidamente e… bateu no carro do russo. Confesso que
não lembro de um acidente entre carros na F-1 causado por uma marcha
a ré. Evidentemente a internet se encheu de memes do Ricciardo com
uma câmera de ré no volante do carro… se eu não tivesse visto a
imagem, dificilmente acreditaria.
Vitória merecida de
Valtteri Bottas, que não só fez a pole como teve a competência de
segurar a investida de seu companheiro de equipe Lewis Hamilton (2º
lugar) logo após a largada, abrir vantagem quando foi necessário e
resistir à pressão de Lewis no final da prova. Fez tudo certo, e
foi agraciado com a posição de honra do pódio. Lewis fez o que
pôde para superar Bottas, mas o finlandês estava em um dia
iluminado e o pentacampeão teve de se contentar com o degrau
intermediário do pódio.
Em 3º lugar, cerca
de 10 segundos atrás de Hamilton, chegou Sebastian Vettel, que em
nenhum momento ofereceu real oposição aos carros da Mercedes.
Depois da prova alegou que não conseguiu esquentar devidamente os
pneus macios e os danificou. Tá bom, farei de conta que acredito…
seu companheiro Charles Leclerc (5º) largou com pneus médios ao
contrário dos macios da maioria dos outros pilotos e andou muito bem
enquanto os pneus duraram… aí o “brilhante” setor de
estratégia da Ferrari entrou em ação e atrasou a troca dos pneus o
quanto foi possível, fazendo ele perder MUITO tempo na pista. Tá
certo que pra quem largou em 9º o resultado está no lucro, mas…
Em 4º terminou Max
Verstappen, que fez uma corrida bem decente até o safety-car virtual
por conta do abandono do seu companheiro Gasly (absolutamente
desnecessário, afinal ele parou em uma área de escape fora da
pista, uma bandeira amarela no local seria suficiente, mas…), onde
perdeu a temperatura ideal de funcionamento dos pneus e não mais a
recuperou, prejudicando sensivelmente seu desempenho. Gasly (17º)
foi vítima de falha no câmbio e teve de abandonar após uma corrida
decente em comparação às anteriores.
6º colocado foi
Sérgio Perez, que fez mais um de seus “milagres” e levou o carro
da Racing Daddy, digo, Racing Point, até o melhor resultado esse
ano, com uma pilotagem muito segura. Quando ele está “inspirado”
é um grande piloto… seu companheiro Lance Stroll (9º) também fez
uma apresentação acima da sua média, pelo que a equipe tem todos
os motivos para comemorar o final de semana.
Em 7º e 8º
chegaram os dois carros da McLaren, em nítida melhora após a saída
de Fernando “o desagregador” Alonso, onde os pilotos Carlos Sainz
Jr. e Lando Norris (nessa ordem) pilotaram de maneira segura e sem
erros, conquistando preciosos pontos pra equipe.
Fechando a zona de
pontos chegou Kimi Räikkönen, mantendo a escrita de ser o único
pontuador da Alfa Romeo. Para quem largou dos boxes, excelente
resultado. Seu companheiro Antonio Giovinazzi acelerou muito mas não
passou do 12º lugar… para quem reclamou o tempo todo do carro, não
foi um mau resultado.
Próxima etapa deve
ser mais sonolenta ainda, GP da Espanha, onde todas as equipes fazem
os testes de pré temporada… podem prepara o café para assistir a
corrida.
Mas o final de
semana não teve só F-1. Aqui ao lado, na Argentina, tivemos mais
uma etapa do WRC, onde Thierry Neuville contou com sua própria
habilidade e com os azares de Ött Tänak para conquistar a vitória
e se assegurar na ponta do campeonato. Foi acompanhado no pódio pelo
seu companheiro de equipe Andreas Mikkelsen (2º), que conseguiu
voltar aos pontos após uma sequência de azares, e por Sébastien
Ogier em 3º após acelerar tudo que tinha direito nas especiais do
domingo. O carro pode não ser mais o melhor da categoria, mas ele
mostrou que os títulos não vieram de mão beijada… para os
brasileiros a alegria ficou na categoria WRC2, onde Paulo
“Palmeirinha” Nobre chegou em 3º na categoria e 13º na geral,
deixando os diversos competidores “hermanos” para trás. Como o
rali argentino é muito mais forte que o brasileiro, esse foi um
feito e tanto.
O WTCR foi até o
kartó… ops, autódromo de Hungaroring para mais uma rodada tripla,
e lá não teve jeito: tivemos que aguentar a supremacia argentina,
que teve 2 vitórias em 3 corridas no final de semana: Néstor
Girolami (Honda) venceu a prova 1 (sábado), seguido pelo experiente
Yvan Muller (Lynk&Co) em 2º e por outro argentino, Esteban
Guerrieri (Honda), em 3º. A corrida 2 (já no domingo) também foi
vencida por Girolami, dessa vez seguido por Jean-Karl Vernay (Audi)
em 2º e pelo Daniel Häglof (Seat) em 3º. O destaque foi a pista
escorregadia por conta de uma chuva intermitente que atrapalhou e
muito a vida dos pilotos e deu muito trabalho para as equipes
remendarem os carros para a 3ª corrida do final de semana, logo em
seguida… essa corrida também teve a influência da pista
escorregadia e foi vencida pelo interminável Gabrielle Tarquini
(Hyundai), 57 anos mas vontade e determinação de um garoto de 17
anos, seguido pelo herói local Norbert Michelisz (Hyundai) em 2º
lugar e pelo sobrinho do Loeb, Yann Ehrlacher (Lynk&Co), em 3º.
O brasileiro Augusto Farfus Jr., se readaptando aos tração
dianteira, pontuou nas 3 corridas, fazendo 9º nas duas primeiras
provas e 8º na última.
No sábado a Fórmula
E foi para as ruas de Paris, onde fizeram a primeira corrida da
categoria com chuva, e a escrita da temporada se manteve: mais uma
vez a corrida teve um vencedor inédito, dessa vez foi o holandês
Robert Frijns, seguido por 2 alemães, Andre Lotterer em 2º e Daniel
Abt em 3º. Lucas di Grassi teve de se contentar com o 4º lugar, ao
passo que Felipe Massa terminou em 9º.
E a NASCAR foi fazer
sua 100ª corrida na pista de Talladega, onde pela primeira vez desde
a década de 80 correram sem a placa restritora nos carros, fruto do
novo regulamento que limita a potência no sistema de injeção em
550 cv… e a corrida foi muito interessante. Apenas em alguns
momentos se fez a “minhoca”, aquela fila única absolutamente
tediosa. No geral os carros andaram bem embolados na pista,
propiciando um espetáculo à altura daquilo que o público da
categoria gosta. O interessante foi que não apenas os pilotos das
equipes se ajudaram durante a prova, mas também entre equipes rivais
que correm para a mesma marca fizeram “jogo de equipe”, com
trocas de vácuo entre os carros. O primeiro segmento ficou nas mãos
de Ty Dillon, e o segundo com Chase Elliott. No segmento final
tivemos um bocado de novidades no pelotão da frente. Começando pelo
vencedor, Chase Elliott, que conquistou a primeira vitória para a
Chevrolet esse ano, fábrica que por sinal dominou o Top-10: 6 carros
em 10 foi um resultado a ser comemorado em um ano de domínio Toyota
e Ford. Em 2º lugar chegou o Chevrolet de Alex Bowman, seguido por
outro Chevy, dessa vez de Ryan Preece. Primeiro Ford chegou em 4º
(Joey Logano), seguido por outro Chevy para encerrar o Top-5, o de
Daniel Hemric. Primeiro Toyota apareceu em 10º lugar, com Kyle
Busch.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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