Olá leitores!
Não sei se a corrida na Áustria efetivamente foi muito boa
ou se, ao final da primeira volta, ao ver o Hamilton com folga na liderança, eu
já me preparei psicologicamente para uma corrida chata e acabei agradavelmente
surpreendido. O fato é que não apenas a prova foi muito interessante para o
público como para o campeonato também. E fez com que esse vosso escriba se
lembrasse das corridas do passado, com a quantidade de carros que abandonou a
prova, quantidade essa que com os sistemas de gerenciamento computadorizados
dos motores tinha diminuído drasticamente. Enfim, achei que dificilmente a
corrida de F-1 pudesse chegar vagamente perto do que foi a de MotoGP (que
comentarei adiante), mas fiquei agradavelmente surpreso.
Vitória mais do que merecida para
Max Verstappen, que mostrou uma condução absolutamente madura, rápido mas sem
exigir do carro mais do que ele podia oferecer e conseguindo contornar o
problema de bolhas no pneu traseiro, que afetou não só os carros da Red Bull
como os da Mercedes e da Renault (nesse caso, Carlos Sainz Jr., já que
Hülkemberg quebrou antes de qualquer pneu começar a apresentar problema),
talvez uma das melhores apresentações do jovem holandês em sua carreira na F-1.
Até diria que das 4 vitórias dele, foi a melhor, propiciando uma belíssima
tarde para sua torcida que tingiu de laranja as arquibancadas do Red Bull Ring.
Seu companheiro Daniel Ricciardo (18º) definitivamente esperava um resultado
melhor para o dia do seu aniversário de 29 anos, mas ao menos na pista o
presente não foi dos melhores... enquanto o motor não abriu o bico, teve um
belo desempenho.
Atrás do Max chegou uma
dobradinha da Ferrari, com Kimi Räikkönen em 2º lugar e Sebastian Vettel em 3º.
Kimi largou muito bem, mas errou como um iniciante na curva Remus (vulgo curva
3, para aqueles locutores que têm preguiça de pesquisar o nome das curvas...) e
perdeu duas posições logo na reta seguinte. Não se abalou, como aliás seria de
se esperar do “homem de gelo”, e passou a manter um ritmo suficiente para não
ficar muito perto mas também não muito distante de Max (mesmo tendo sido
ultrapassado por Ricciardo), e ao final da prova lamentou não ter iniciado o
ataque final ao Verstappinho antes, pois segundo ele faltaram voltas na corrida
para encostar definitivamente no jovem holandês. De qualquer forma, uma grande
corrida por parte do finlandês. Seu companheiro Vettel largou em 6º (recebeu
uma punição de perde de 3 posições na largada por ter atrapalhado a
classificação do Sainz no Q2), perdeu algumas posições, mas conseguiu fazer um
bom “controle de danos” e aproveitou o fato da Ferrari não ter apresentado os
problemas de bolhas nos pneus que assolaram os outros pilotos do pelotão da
frente para chegar a um pódio que, com o abandono do Hamilton por
(provavelmente) problemas hidráulicos, o trouxe de volta para a liderança do
campeonato, com o mesmo 1 ponto que tinha sobre Lewis antes do GP da França.
Acham que semana que vem Silverstone vai ter algum espacinho livre nas
arquibancadas? Tenho certeza que não!
Mais uma dobradinha em 4º e 5º,
dessa vez da equipe Haas. Sim, leitores, vossas senhorias não leram errado,
Haas em 4º e 5º com Romain Grosjean e Kevin Magnussen, melhor resultado da história
da equipe norte americana em seu 50º GP. OK, terminaram 1 volta atrás do Max,
mas terminaram, e em corridas isso é importante, nos pontos mais ainda. Sinto-me
estranho escrevendo que essa dupla pilotou de maneira madura, mas foi o que
aconteceu, por mais que possa surpreender esse vosso escriba.
Outra dobradinha em 6º e 7º com
os Force India de Esteban Ocon e Sérgio Pérez, respectivamente. Permitam-me um parêntese:
impressionante o trabalho que a equipe fez para “domar” a dupla de pilotos, que
andou se estranhando na pista no passado mas... essa corrida a equipe pediu
para Ocon ceder a posição para Pérez tentar atacar o Magnussen, ele obedeceu,
depois como o ataque foi infrutífero pediram para Pérez devolver a posição... e
ele devolveu. Quero o telefone desse adestrador, o cara é fera. Voltando ao
desempenho na pista, mesmo com as dificuldades financeiras da equipe (que deve
ter a falência oficial decretada no máximo até setembro, pelo andar da
carruagem da Justiça contra o seu proprietário Vijay Malia) eles conseguiram um
desempenho bastante consistente nessa pista.
Em 8º terminou Fernando Alonso,
que arrancou de seu McLaren um desempenho que o carro, definitivamente, não tem
para conseguir pontuar após estar literalmente na rabeira do pelotão no começo
da corrida por ter largado dos boxes. Tudo bem, o ridículo Safety Car Virtual
atrapalhou a estratégia do pessoal da frente, mas ainda assim o desempenho do
Alonso foi monumental para conseguir pontuar. Seu companheiro Stoffel Vandoorne
(15º) teve que parar para trocar o bico após um “enrosco” na primeira volta e
perdeu um tempo considerável. Ao final da prova abandonou.
Mais uma dobradinha na área de
pontos, dessa vez da Sauber, com Charles Leclerc em 9º e Marcus Ericsson
fechando a zona de pontuação em 10º. Sim, não leram errado, duas Sauber
pontuando. E os pilotos correram bem, sem grandes erros, o que em uma pista com
asfalto com pouca aderência não deixa de ser um grande elogio.
Próxima corrida semana que vem em
Silverstone, onde espero que a chuva dê as caras, pois as últimas provas no
seco foram meio chatas.
Chatice foi algo que passou
longe, muito longe de Assen, tradicionalíssima pista holandesa que recebeu o
circo da Motovelocidade esse final de semana. Definindo a corrida da MotoGP em
uma palavra: ESPETACULAR. Sim, em caixa alta mesmo, pois os números finais
enganam: quem observar apenas a diferença entre o vencedor Marc Márquez para o
segundo colocado, da ordem de 2,269 segundos, vai achar (erroneamente) que a
corrida do pequeno espanhol na busca pelo seu 5º título foi tranquila... nada
mais errado do que isso. O que se viu na maioria das voltas foi uma luta de
foices pela liderança, com menos de 2 segundos separando os 6 primeiros
colocados, e uma quantidade de trocas de posição que me fez ficar com pena do
cidadão responsável pela estatística de ultrapassagens na corrida...
sintetizando, QUE CORRIDA (sim, novamente em caixa alta) essa de Assen. Não saberia
dizer de quem foi o desempenho mais impressionante, já que mesmo os que
acabaram ficando mais para trás (como Rossi em 5º, Lorenzo em 7º e Zarco em 8º)
fizeram corridas excelentes, extraindo tudo e mais um pouco dos equipamentos
que dispunham. Completando o pódio tivemos Alex Rins chegando ao pódio pela
primeira vez na categoria principal em um 2º lugar muito comemorado pela equipe
Suzuki e com Maverick Viñales conseguindo um belo 3º lugar para a Yamaha, moto
que apresentou um desempenho pouco melhor que a média do ano na Holanda.
E a NASCAR foi para o circuito de
Chicagoland para uma etapa com um final eletrizante e com um vencedor de
segmento inédito: a vitória no primeiro segmento ficou com Aric Almirola,
primeira vez na carreira que ele vence um segmento, e a vitória do segundo
segmento caiu (pela 9ª vez...) nas mãos de Kevin Harvick. Interessante que os
comissários pegaram no pé com mais rigidez ainda na questão das porcas mal
apertadas das rodas... as equipes precisam tomar um pouco mais de atenção com o
assunto. Mas vamos ao que interessa: a 3 voltas do final, o líder Kyle Busch
acabou sendo “encaixotado” por retardatários, e o garoto Kyle Larson estava
determinado a vencer a corrida a qualquer custo... então ao ser dada a bandeira
branca indicando última volta, Larson embute na traseira de Buschinho e acaba
dando um toque na traseira do Camry #18 na saída da Curva 2, fazendo com que
ele fosse para o muro... só que Buschinho não desistiu, e como “troco” apoiou
seu carro na traseira do Camaro #42 no meio da Curva 3, fazendo que Larson
derrapasse e ele mesmo fosse para o muro (novamente...), mas continuou
acelerando e conseguiu trazer o carro para a linha de corrida para conquistar
sua 5ª vitória na temporada (para ódio de uma parcela da torcida que ama odiar
esse que considero o mais talentoso piloto da categoria na atualidade), com
Kyle Larson em 2º lugar. O mais legal foi, após a bandeirada, os dois pilotos
emparelhados e fazendo sinal de positivo um para o outro. Ou seja, se divertiram
na pista com a disputa e respeitam um ao outro. Como dizia o chefe de equipe do
personagem de Tom Cruise no filme “Dias de Trovão”, “rubbin’ is racing”. Em 3º
chegou Kevin Harvick, em mais um grande resultado para o campeonato, em 4º o
atual campeão Martin Truex Jr. e fechando o Top-5 tivemos Clint Bowyer, em mais
uma boa atuação.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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