Olá leitores!
Serei o primeiro a reconhecer que o GP do Canadá de F-1
esteve mais para Alain Prost do que para Gilles Villeneuve, mas não deixou de
ser uma corrida interessante. No jogo de xadrez entre Ferrari e Mercedes o
xeque-mate da equipe italiana só não foi mais completo pois Kimi não conseguiu
ficar à frente de Hamilton, mas para os objetivos de Maranello até o segundo
lugar de Bottas foi benéfico (nada como fortalecer o rival do seu inimigo
quando se chega perto da metade do campeonato). E devemos agradecer muito à resistência
estrutural dos carros de hoje em dia por não ter acontecido nada além do dano material
no acidente da primeira volta entre Stroll e Hartley. 40 anos atrás, com os
tanques cheios, teria sido uma m... de proporções épicas. De resto, uma prova
com poucas ultrapassagens no pelotão de pontuação, a maioria das que
aconteceram se concentraram no pelotão de trás. Foi meio no estilo anticlímax,
mas... garanto que isso não faz diferença alguma na Itália. E os italianos mais
antigos ainda se emocionaram muito antes da corrida, com Jacques Villeneuve
andando no circuito com a Ferrari 312 T3 que o pai dele, o imortal Gilles
Villeneuve (que hoje batiza o circuito), venceu sua primeira corrida,
justamente nesta pista. E a corrida teve computada em seu resultado oficial
apenas 68 de suas 70 voltas por conta da “celebridade” escolhida para dar a
bandeirada de chegada, a modelo Winnie Harlow (de quem ouvi falar pela primeira
vez neste domingo, sendo para mim uma ilustre desconhecida; reza a lenda que
ela é queridinha do pessoal “engajado”, pelo que não surpreende eu não a
conhecer) que fez o favor de acenar a bandeira uma volta antes do previsto... e
para o Kimi, não pro Vettel. Enfim, se Pelé, muito mais famoso, errou na bandeirada
de um GP do Brasil, por que não essa obscura celebridade?
50ª vitória da carreira de Sebastian Vettel, a uma vitória
de se igualar a outra lenda do automobilismo, Alain Prost (lembrando que a
próxima corrida será o retorno do GP da França, no belíssimo Paul Ricard;
infelizmente deveremos ter uma chicane no meio da Mistral, mas ainda assim é
melhor que qualquer Tilkódromo), de ponta a ponta. Fez a pole, largou bem, e
teve o trabalho de controlar a distância para o segundo colocado. Seu
companheiro Kimi Räikkönen(6º) não classificou bem, e fez o que podia, inclusive
adiando a troca de pneus para ver se conseguia um resultado melhor. Não
funcionou.
Belo 2º lugar para Valtteri Bottas, que no começo fez um bom
trabalho segurando o ímpeto de Max, mas não teve velocidade para atacar Vettel,
que estava em um dia muito inspirado. Seu companheiro Lewis Hamilton (5º) tem
todos os motivos para comemorar a posição em que chegou, afinal apresentou
problemas no motor logo no começo da corrida, que foram solucionados na parada
antecipada para troca de pneus, mas ainda assim ficou o receio do problema
voltar até o final da prova. Nessas condições, foi um 5º lugar com sabor de
vitória.
Em 3º chegou Max Verstappen, que estava chateado por não ter
tido a oportunidade de fazer valer seus pneus hipermacios para passar Bottas no
começo da prova por conta do safety-car acionado devido ao forte acidente entre
Hartley e Stroll. Talvez, se tivesse conseguido ultrapassar Bottas, poderia dar
um pouco mais de canseira no Vettel, infelizmente nunca saberemos isso. Seu
companheiro Daniel Ricciardo (4º) foi um dos melhores pilotos da prova, tendo
superado Kimi logo na largada e Hamilton na parada para troca de pneus mesmo sem
se mostrar tão à vontade com o carro como Max estava.
Em 7º chegou Nico Hülkemberg, em uma bela exibição com seu
Renault. Sem nenhum dos carros das 3 grandes equipes abandonando, esse era o
melhor resultado que ele poderia almejar, e o conseguiu. Mostrando que a equipe
acertou no ajuste do carro para a pista, seu companheiro Carlos Sainz Jr.
terminou em 8º, conseguindo segurar a maior velocidade final do carro da Force
India em uma pista especialmente sensível nesse ponto – afinal, da mesma
maneira que tem curvas de baixa velocidade possui retas consideráveis.
Em 9º terminou Esteban Ocon, decepcionado por saber que, se
não fosse a parada ruim para troca de pneus, poderia ter terminado a prova em
7º lugar. Enfim, não era o dia dele. Seu companheiro Sérgio Pérez (14º) foi
prejudicado por um toque (coisa de corrida, nada intencional) na disputa de
posição com Sainz Jr. logo após a relargada, e não conseguiu voltar à zona de
pontuação. Dia para esquecer.
Fechando a zona de pontos (10º lugar), em mais uma grande
atuação, chegou Charles Leclerc, com sua Sauber renascida após receber o logo
da Alfa Romeo (quem sabe se ele não atraiu bons fluidos?), trazendo mais um
pontinho para a equipe. Seu companheiro Marcus Ericsson (15º) brigou um bocado
com o carro, não se sentindo tão à vontade como o Leclerc, e ficou contente em
levar o carro inteiro até o final.
Confesso estar com uma certa expectativa pela prova de Paul
Ricard, e também sei que não deveria me empolgar por antecipação, mas... sempre
é bom ver uma pista clássica de volta. Espero não me decepcionar com a corrida.
Mas o final de semana não teve apenas F-1; este domingo
tivemos graças à Fórmula E a primeira corrida em território suíço desde o
trágico acidente de Le Mans 1955 (aliás, enquanto muitos estarão prestando atenção
na copa do mundo de ludopédio, eu estarei preocupado semana que vem com a
edição 2018 das 24 Horas de Le Mans), em uma pista muito bem feita nas ruas de
Zurique (e que, como brasileiro, me deixou com uma inveja enorme daqueles
trechos em que os trilhos do bonde estavam perfeitamente alinhados com o
asfalto, que maravilha...) e que teve como primeiro vencedor o brasileiro Lucas
di Grassi, que largou em 5º lugar e fez uma belíssima corrida, talvez uma de
suas melhores apresentações na categoria, para assumir a liderança da corrida e
alcançar sua primeira vitória na temporada 2017/2018 da corrida de furadeiras,
digo, de elétricos... foi acompanhado no pódio por Sam Bird, em um 2º lugar
muito importante para o campeonato (já que o líder isolado Vergne terminou
apenas em 10º lugar), pois deixou a briga pelo título mais “acesa” para a
rodada dupla nas ruas de Nova Iorque que encerrará a temporada daqui a um mês.
Em 3º lugar chegou o belga Jérôme D’Ambrosio, conseguindo um bom resultado para
a equipe Dragon.
O WRC foi fazer a etapa italiana na ilha da Sardenha, uma
das corridas mais difíceis do calendário juntamente com a prova da Grécia.
Muita poeira, muita pedra solta, estradinhas muito estreitas, e essa
dificuldade toda coroou o sucesso de Thierry Neuville, que venceu por uma
diferença muito pequena com seu Hyundai i20 sobre o Ford Fiesta de Sébastien
Ogier, menos de 1 segundo – o que, em 3 dias de competição, dá uma diferença
ainda menor do que pode parecer. Em 3º chegou o Esapekka Lappi (nomezinho do inferno
para um latino escrever...) com seu Toyota Yaris. Finalzinho do mês teremos a
tradicional etapa finlandesa do WRC, que com suas velocidades de asfalto em
pleno cascalho costuma separar o excelente daqueles apenas ótimos... na
expectativa.
E em Michigan, numa corrida encurtada por conta da chuva que
atrasou a largada e comprometeu o final, trifeta da Stewart-Haas Racing: Clint
Bowyer em 1º, Kevin Harvick em 2º e Kurt Busch em 3º. Monumental o desempenho
da equipe, e no final o “Smokey Bear” estava que era só sorrisos com seus 3
pilotos nas 3 primeiras colocações. De quebra, o 2º estágio foi vencido pelo
Harvick (o 1º ficou com Ryan Blaney, que ao final teve que se contentar com o
8º lugar), garantindo mais uns pontinhos de playoffs... completando o top-5,
tivemos Kyle Busch em 4º e Paul Menard em 5º. Aliás, domínio total da Ford na
corrida: 1º, 2º, 3º, 5º, 6º, 7º e 8º lugares, com apenas o Toyota do Kyle Busch
se intrometendo em 4º lugar.
Até a próxima!
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